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Corrida de rua: como participar dos principais eventos ao redor do mundo?

Nova York, Boston, Berlim e Tóquio são apenas alguns dos destinos que sediam as principais corridas de rua do mundo. Saiba como se planejar para viajar e fazer uma prova sozinho ou em família.
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Uma roupa confortável, um par de tênis adequado e um sonho. A corrida de rua é considerada um dos esportes mais democráticos e não é à toa: são diversos benefícios para a saúde, além de exigir pouca experiência e quase nenhum equipamento. Agora, já imaginou ter a oportunidade de correr pelos pontos turísticos mais famosos do mundo? É assim que os corredores combinam a paixão por viagens e esporte – participando das principais provas de corrida pelo Brasil e fora dele. 

São milhares de pessoas que investem nesse tipo de aventura e o analista de marketing do Nubank, Lucas Francato, é uma delas. Ele participou da Meia Maratona de Buenos Aires, na Argentina, que aconteceu em agosto de 2023. O evento reuniu mais de 20 mil atletas, profissionais e amadores, que correram pelos quarteirões históricos da capital argentina. 

Para Lucas, o planejamento para participar da prova começou bem antes da abertura das inscrições, com reforço nos treinos e a organização do orçamento

O baiano Augusto Rocha, 38 anos, atleta amador e personal trainer, começou a correr em 2013 e, aos poucos, a corrida de rua virou uma super conquista para ele. “Eu levo a corrida como um paralelo da minha vida. E esse caminho, entre o ponto de partida e a chegada já é a vitória. Me sinto vencedor. É como eu encaro a vida”, diz ele.

Confira a conversa da apresentadora Astrid Fontenelle com Augusto:

https://www.youtube.com/watch?v=07XSaN_nKbA

Mas, afinal, qual a melhor forma de se preparar para correr, se planejar para viajar e ainda fazer uma prova de corrida de rua? Saiba mais abaixo. 

Como começar a correr?

Não é só calçar os tênis e sair correndo por aí. A corrida é um esporte como qualquer outro, que requer algumas condições, preparo físico e acompanhamento para evoluir. Apesar de ser bastante democrático e não exigir quase nenhum equipamento, alguns pontos devem ser levados em conta antes de começar a praticar essa modalidade. 

Exames médicos, orientação profissional, tênis e roupas adequadas fazem parte da preparação para você se tornar um corredor – ou pelo menos praticar a corrida de rua de forma constante e saudável. 

“A corrida é um esporte relativamente de baixo custo e acessível. Porém, é importante saber de suas condições físicas para iniciar a prática”, explica o professor de Atletismo da Faculdade de Educação Física da Unicamp Evandro Lázari, que foi treinador da equipe brasileira de Atletismo nos Jogos Olímpicos Rio-2016 e Tóquio-2020.

Tem gente que diz que esse é um esporte contagiante. Então, se você está pensando em se juntar ao grupo de adeptos da corrida de rua, saiba quanto custa para começar a praticar. 

Quanto custa começar a praticar a corrida de rua?

A resposta é: depende. Se você estiver com os exames de rotina em dia, dá para começar a correr na rua, ao ar livre, em vias públicas, como parques, praças e avenidas, e ainda com pouco investimento: é só garantir um par de tênis que esteja em boas condições. Nos principais sites de venda, um tênis para praticar corrida de rua custa a partir de R$ 200. 

Quem mora em ou passa por São Paulo pode aproveitar o Parque Ibirapuera para dar início à prática. E ainda tem à disposição a Casa Nubank Ultravioleta, ideal para relaxar após algumas horas de treino. O espaço conta com serviços personalizados, como duchas privativas, armários inteligentes e estação de snacks, bebidas e café, para repor a energia depois das atividades.

Se você precisa adicionar as consultas médicas e exames nessa conta, também pode optar por fazê-los sem custo, pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ou pela cobertura do seu plano de saúde, se tiver um. 

No caso da rede particular, os preços de uma consulta médica variam entre R$ 230 e mais de R$ 600. Exames de eletrocardiograma saem a partir de R$ 120 e hemograma (exame de sangue) completo por R$ 70, em média. No total, essas despesas médicas custam, no mínimo, R$ 420. 

Também existem as clínicas populares, que oferecem consultas médicas com preço médio de R$ 100. Já para fazer os exames, você pode gastar, no mínimo, R$ 60 para um eletrocardiograma e um hemograma juntos. 

Ou seja, se você precisar da avaliação médica e dos tênis, deve separar, pelo menos, R$ 360.

Imagem de um pé direito calçado com tênis branco e meia lilás

Para quem pode investir mais na corrida de rua

Para quem está disposto e pode gastar um pouco mais, o professor Evandro Lázari indica algumas medidas extras que devem ser tomadas nessa preparação para começar a correr. 

Nutricionista 

De acordo com o professor de atletismo, praticar a corrida de rua também implica em cuidar de uma alimentação que forneça os nutrientes necessários para um bom desempenho.

“Assim como os carros, nosso corpo não rende bem com combustível ruim. Logo, ingerir carboidratos, proteínas e demais nutrientes deve ser sempre prioridade para bons rendimentos”, comenta.

Dessa forma, a consulta com um profissional de nutrição que faça um raio-x completo dos seus hábitos alimentares e prescreva um plano alimentar adequado ao esporte e às suas preferências também pode fazer parte do planejamento. O valor base é em torno de R$ 145. 

Mas isso não quer dizer que você precisa passar por essa consulta antes de experimentar o esporte e correr os primeiros quilômetros, como um atleta profissional – essas orientações servem para quem quer progredir na prática e manter a consistência na rotina.

Orientação profissional 

Nesse caso, ter o acompanhamento de um profissional de educação física especializado em corrida de rua pode fazer toda a diferença. Para encaixar esse tipo de consultoria no seu orçamento, considere entre R$ 40 e R$ 300 a mais por mês.

“Correr não é 'só' correr. Existem técnicas de corrida, como os aspectos biomecânicos (movimentos realizados pelo corpo), o ponto de apoio dos pés durante o passo, entre outros. Por isso, é importante uma boa orientação para te guiar e ajudar com a cadência dos treinos, como intercalar um dia de treino com variação de velocidade, outro intervalado e outro dia de treino contínuo, além dos treinos de fortalecimento. Essas variações geram adaptação positiva”, explica Evandro Lázari.

Portanto, além dos custos básicos, calcule, no mínimo, R$ 185 a mais nesta conta para cobrir o nutricionista e a orientação de treinos.

Acessórios

Aí é que entram as tentações dos corredores. Nenhum desses itens é obrigatório para o treinamento, mas são compras que podem melhorar a experiência com o esporte e atender a algumas necessidades específicas. Smartwatches, fones de ouvido, óculos de sol, bonés, pochetes e roupas esportivas específicas para corrida estão entre as principais compras para quem quer um pouco mais de luxo na hora de correr. 

Um modelo simples de um relógio digital com monitor cardíaco e de atividades físicas, por exemplo, custa R$ 180, em média. No caso de um fone de ouvido sem fio, é possível encontrar modelos básicos na faixa de R$ 90 nos maiores sites de compras online.

Depois de começar, quanto custa manter a constância na corrida de rua?

Tudo depende dos seus objetivos. Para quem almeja só melhorar o rendimento no esporte a longo prazo, ainda dentro da própria rotina, vale pensar em investir nas consultas com nutricionistas e ter a orientação de um educador físico.

Mas, para quem pensa em participar de grandes provas de corrida de rua pelo mundo ou até se preparar para desafios de longa distância, os gastos mudam consideravelmente. 

Isso porque, se você quiser correr uma maratona em uma cidade que não seja a sua, por exemplo, precisa considerar todos os custos da viagem para o evento. Dependendo do seu nível no esporte, também deve levar em conta as despesas para uma preparação saudável, com acompanhamento de profissionais da área. Afinal, em uma maratona são 42 quilômetros de corrida, o que exige muito do seu condicionamento físico.

Corrida de rua e planejamento financeiro

A gestora de comunidades Luana Moretti pratica corrida de rua há seis anos e é do time que começou o esporte com o básico. Hoje, os treinos fazem parte da rotina e, por isso, ela separa uma parte do orçamento para manter o desempenho – são pelo menos R$ 300 mensais entre suplementos alimentares, orientação profissional e acessórios. 

Luana também considera no seu planejamento financeiro algumas provas de corrida de rua que quer participar ao longo do ano. Por essa razão, ela desembolsa o valor da taxa de inscrição e outras despesas eventuais, como transporte, hospedagem e alimentação para eventos fora de Piracicaba (SP), a cidade onde mora, ou a compra de uma nova roupa de corrida. Anualmente, são R$ 1 mil a mais de gastos, em média. 

“Tenho em mente que essa foi uma escolha minha. Me apaixonei pelo esporte, fiz amigos durante os treinos e a corrida faz parte da minha vida e do meu orçamento”, conta.

Corrida de rua pelo mundo: um guia para se planejar 

Transporte, hospedagem, alimentação, inscrição… Esse tipo de viagem exige pensar em todos os detalhes comuns a qualquer tipo de viagem, mas com uma diferença importante, que pode mudar tudo no meio do caminho: o dia do evento. 

Como planejar uma viagem em família sem deixar as vontades de cada um de lado?

Antes de começar o seu planejamento, você precisa decidir se vai aproveitar a viagem para curtir o destino por mais tempo com a família ou se vai apenas participar da corrida. Por isso, comece definindo as datas disponíveis para a viagem. Assim fica mais fácil planejar os demais pontos e controlar os gastos

Não esqueça de contar pelo menos um dia de viagem para descansar antes da corrida e outro depois da prova, para se recuperar. 

Para te ajudar no plano de viagem, clientes Nubank Ultravioleta contam com a plataforma Nu Viagens, diretamente pelo aplicativo. Com ela, é possível pesquisar e comprar passagens aéreas para você e outras pessoas, fazer reservas em hotéis do Brasil e do mundo, com ofertas exclusivas e ferramentas que garantem o melhor preço. O momento ideal para a compra dos voos é recomendado e os clientes são protegidos contra a variação de preço das passagens aéreas, mesmo após a compra. 

A seguir, entenda o que você precisa considerar antes de viajar para correr.

Escolha o destino da corrida de rua

Antes de mais nada, escolha a corrida de rua ou destino dos seus sonhos. Quer sentir a energia da prova mais antiga do mundo, a Maratona de Boston? Ou prefere a atmosfera moderna da Maratona de Tóquio?   

As principais e mais famosas corridas de rua costumam acontecer na mesma época todos os anos, e a data é divulgada com antecedência. Pesquise sobre os lugares, os percursos e o perfil da prova para encontrar aquela que mais faz sentido para você. 

Augusto Rocha participou da maratona de Paris em 2024 e, para ele, foi um sonho realizado. “Eu pensei ‘vou correr a maratona de Paris, depois que tive um sonho com a Torre Eiffel, sem nunca ter visto ela antes", conta. “E fiz isso ano passado. Foi incrível como me senti bem naquela cidade. Como as pessoas se assemelhavam a mim na rua, como os lugares não eram estranhos para mim”, relembra.

A compra da inscrição para o evento também pode acontecer nessa etapa, para você não correr o risco de ficar sem a sua vaga. Se estiver em família ou em grupo, é importante que todos que vão participar fiquem atentos às datas e à disponibilidade das inscrições. 

Quais são as corridas de rua mais famosas do mundo?

Existem seis eventos que recebem o título de World Marathon Majors – o circuito das corridas de rua mais famosas do mundo. São elas:

  • Maratona de Tóquio, em fevereiro (ou março);
  • Maratona de Boston, em abril – é a mais antiga do mundo, realizada desde 1897; 
  • Maratona de Londres, em abril;
  • Maratona de Berlim, em setembro;
  • Maratona de Chicago, em outubro;
  • Maratona de Nova York, em novembro. 

Em setembro de 2025, o atleta amador e personal trainer Augusto Rocha vai realizar outro sonho: o de correr a Maratona de Berlim. “O desafio não é completar a maratona, mas

também, saber como será a minha performance, em quanto tempo eu conseguirei fazer e assim por diante, comenta.

Além dessas, outras regiões também sediam provas importantes para o esporte. Na Europa, por exemplo, acontecem a Maratona de Roma, a Meia Maratona de Madri, a Maratona de Paris, a Meia Maratona de Lisboa, e mais centenas de provas. 

Têm ainda os eventos que fogem do circuito tradicional das grandes cidades e são conhecidas pelos percursos temáticos ou inusitados, como a Walt Disney World Marathon, em Orlando (EUA); a La Champenoise, em Champagne (França); a City 2 Surf, em Sidney (Austrália), e mais. 

O Brasil também conta com uma das corridas mais tradicionais da América Latina, a São Silvestre, de 15 quilômetros. Realizada na cidade de São Paulo sempre em 31 de dezembro, a prova contou com mais de 37 mil atletas na edição de 2024. 

Quanto custam as inscrições das corridas de rua mais famosas do mundo?

Os preços variam de acordo com o tamanho da prova, a moeda local e os kits de inscrição. Para se ter uma ideia, a inscrição para a Maratona de Berlim custa € 163 (aproximadamente  R$ 870) e, para a Maratona de Nova York, o valor é de US$ 295, cerca de R$ 1.450. Já a São Silvestre custa R$ 240 para a inscrição geral ou R$ 850 para o pelotão premium. 

É importante lembrar que, no caso das provas internacionais que fazem parte do circuito World Marathon Majors, a procura é tão grande que as inscrições só podem ser feitas a partir de um sorteio. Ou seja, o corredor precisa se inscrever em uma lista de espera que será sorteada. Se você for escolhido, aí é que o pagamento deve ser realizado.   

Organize a viagem 

Com o destino escolhido, é hora do planejamento da viagem em si. Você pode fazer isso sozinho – ou com a ajuda dos amigos e da família –, comprando a inscrição pelo site do evento e pesquisando em sites de hospedagem e passagens aéreas, para definir as opções de acordo com o seu orçamento e tempo disponíveis. 

Lembre-se de levar em conta a distância entre a largada da prova e o local onde você estará hospedado, para evitar imprevistos antes de chegar. 

Em eventos como esses, muitas ruas costumam ficar bloqueadas para o trânsito e a oferta de transporte é reduzida, por isso é melhor escolher uma acomodação que permita fácil acesso ao local da prova por transporte público, por exemplo.  

Também não se esqueça de checar se o país onde a prova será realizada exige vistopassaporte ou vacinas obrigatórias para a entrada, e se todos que irão estão com os documentos necessários em dia. 

Planejamento por conta própria

Lucas Francato planejou a viagem por conta própria. Primeiro, ele garantiu a inscrição na corrida, logo na abertura das vagas, em fevereiro. Em seguida, foi atrás das passagens aéreas e da hospedagem, já que a concorrência costuma ser grande para as melhores acomodações na região central de Buenos Aires e para os voos mais baratos saindo de São Paulo. 

Ele escolheu viajar na manhã de sábado, véspera da prova, que acontece no domingo, mas o retorno ao Brasil demorou um pouco mais: Lucas decidiu aproveitar as férias e ficar mais 10 dias na Argentina. 

Foi a primeira vez que saí do país em uma viagem para correr. Meu plano é sempre mesclar as corridas que eu quero com os lugares que quero conhecer. E essa viagem para Buenos Aires foi assim. Como resolvi conciliar com as minhas férias, o planejamento foi todo pensado em como eu poderia aproveitar a corrida e o destino.  

Em relação aos gastos, ele conta que tudo saiu dentro do orçamento esperado, principalmente pelo tempo de planejamento que teve. No total, a viagem ficou em R$ 6 mil, contando com a inscrição da corrida, que foi de aproximadamente R$ 500, passagens aéreas e acomodação para duas pessoas. 

Com o calendário de férias apertado, Lucas não conseguiu planejar a chegada em Buenos Aires com mais dias de antecedência para se preparar para a prova, mas garantiu que, por experiência própria, uma boa noite de sono na véspera é o suficiente para correr com tranquilidade. 

No entanto, se você tiver um tempinho a mais e não conhece a cidade da corrida de rua que vai participar, vale chegar ao local com um pouco mais de antecedência para evitar perrengues. A mesma dica serve para países com fuso horário muito diferente, como o Japão, em que o corpo precisa se adaptar ao novo ritmo.

Planejamento com ajuda profissional

Também dá para contratar ajuda profissional para organizar a viagem, com a assessoria de agências de viagens especializadas em turismo esportivo. 

A Sub4, em São Paulo, capital, é uma delas. A empresa oferece pacotes de viagens específicos para algumas das provas de corrida mais famosas do Brasil e do mundo. O serviço inclui as passagens aéreas, hospedagem, traslados na cidade, seguro viagem, inscrição no evento, guia de turismo e outros eventuais passeios.

Quanto custa viajar para participar de corridas de rua?

De acordo com a cotação da Sub4, os valores de cada pacote variam de acordo com o destino e o tempo de estadia. Para viagens pelo Brasil, a média é de R$ 900 por pessoa para quatro dias de viagem. Já as viagens internacionais custam a partir de R$ 1.500 para três dias em países da América Latina e R$ 12 mil para Estados Unidos e Europa, em uma viagem de mais ou menos seis dias. 

O responsável pelas parcerias da agência, Henrique Farias, explica que todo o trabalho é feito pensando em facilitar a vida dos corredores e o ideal é que o planejamento comece com seis meses de antecedência.

“Na maioria das vezes, o cliente já sabe qual prova quer correr. A partir daí, passamos desde as informações mais técnicas sobre a corrida, como o formato do percurso, o clima em tal época do ano, até as necessidades de documentações para a entrada em determinado país. Depois que o cliente conclui a compra, ele passa a ter um acompanhamento com todos detalhes da viagem escolhida”.

Correr faz bem: prepare-se para correr na rua e se divertir

Se você seguiu as etapas para o planejamento da viagem e está com tudo pronto para embarcar, agora o foco é nos treinos. Estar apto para correr é fundamental e deve ser prioridade para você não se machucar. 

Inclusive, fechar uma viagem para correr pode ser um incentivo para começar a praticar ou intensificar o treinamento, mas é importante que você tenha sempre um acompanhamento profissional.

Apesar da maioria das provas levar o nome de maratona (uma corrida de 42km), algumas delas oferecem vagas para correr outras distâncias, como 21km, no caso da meia maratona, 10km e até 5km, a depender do evento. Independentemente da distância, é recomendável procurar ajuda de médicos, nutricionistas e educadores físicos para chegar à corrida de rua preparado. E lembre-se de respeitar os limites do seu corpo

Seja para aproveitar o percurso ou superar os próprios limites, participar de uma corrida de rua em cidades turísticas é uma oportunidade única de enriquecer a experiência com o esporte e ainda explorar a cultura local. 

8 Lições da corrida de rua que podem ser ensinadas aos seus filhos e que têm tudo a ver com dinheiro

Para quem pratica, a corrida de rua é mais do que um esporte, é um estilo de vida que afeta diversas áreas da rotina.  

E a Ciência corrobora com a percepção dos corredores. Um estudo publicado na revista científica Nature, em 2016, já mostrava que a corrida age como um antidepressivo natural, pois a atividade melhora as conexões entre as células nervosas, reduzindo o estresse

Com mais energia, maior concentração e menos tensão, a produtividade no trabalho e as relações interpessoais melhoram. Mas para quem pratica, a corrida de rua também proporciona ainda outras lições, que são quase invisíveis, mas que já podem ser passadas às crianças. E esses aprendizados têm tudo a ver com dinheiro. 

Abaixo, confira quais lições são essas, segundo os próprios corredores e a relação delas com planejamento financeiro.

Lição 1. Disciplina 

O engenheiro de computação Bruno Felthes, de 39 anos, começou a correr pouco antes da pandemia de covid-19. E o motivo se chama Rafael, seu filho de seis anos de idade. Bruno não estava com a saúde em dia, tinha uma rotina de alimentação desregrada e queria fazer mudanças nos seus hábitos para incentivar o filho também a comer melhor. Com acompanhamento profissional, ele colocou o esporte na sua vida e conseguiu melhorar a saúde com disciplina. 

"Eu já tentei muitas coisas, mas desta vez decidi ter um acompanhamento profissional e fazer tudo com calma. E precisei de disciplina para manter a corrida e a reeducação alimentar na rotina. E o Rafael já consegue entender isso", conta Bruno.

Para o engenheiro, é mais fácil ensinar disciplina para o filho pelo exemplo. Segundo ele, ao acompanhar a disciplina do pai de seguir os treinos de corrida de rua à risca, Rafael ficou curioso sobre esportes e hoje pratica judô, futebol e natação. Em 2023, Bruno levou o filho à Disney Magic Run, para uma caminhada de 3 quilômetros. 

O que a disciplina tem a ver com dinheiro?

"O seu plano de ter uma reserva de emergência, de se aposentar ou realizar qualquer outro sonho não acontece do dia para a noite. É a disciplina que vai te deixar cada vez mais próximo do seu objetivo", afirma Pedro Mota, gestor de Portfólios da Nu Asset, a gestora de investimentos do Nubank. 

Lição 2. Consistência

No mundo da corrida, disciplina e consistência andam lado a lado. Neste caso, a disciplina é seguir o treino e completá-lo. A consistência é fazer isso repetidamente. Na casa do engenheiro Bruno Felthes, a consistência na corrida desencadeou uma rotina que também é acompanhada pelo filho Rafael. 

"A gente criou uma rotina com ele também, de ter horário para dormir, acordar, para fazer esporte, para ir para escola, para almoçar, jantar… e isso é todo dia, sempre nos mesmos horários, até durante o final de semana", conta Bruno. 

Como a consistência afeta o seu planejamento financeiro?

"A consistência ajuda a alargar o seu horizonte de tempo e a reduzir o imediatismo no seu planejamento. Existem muitas formas de valorizar o seu patrimônio no mercado, mas todas têm uma única característica em comum, que é o horizonte de longo prazo. Mas para focar no longo prazo, você precisa de consistência nos seus investimentos e no seu planejamento", afirma Pedro Mota.

Lição 3. Organizar a agenda

A advogada Julia Dandara, de 26 anos, começou a levar a corrida "a sério" há pouco mais de dois anos para aliviar a carga mental

"Comecei a correr na avenida perto de casa para não surtar mesmo. Sempre admirei corredores e sempre quis correr, mas não tinha ideia de como funcionava esse mundo, mesmo sendo muito ativa. Não tinha um plano, mas aprendi, com outros esportes que pratiquei, que precisava colocar essa atividade na agenda para conseguir levar a corrida adiante", afirma. 

Essa organização também incentiva o seu filho, Khaleb, de oito anos. "Estou num ciclo de maratona, e vendo a minha organização e rotina, ele se sente motivado também, e agora faz natação, faça o frio que for. Também não vê a hora de ter idade para ir à academia." 

É necessário ter dia e hora para lidar com o próprio dinheiro?

Assim como é preciso colocar a corrida de rua na agenda para que seja possível realizá-la, também é necessário reservar um tempo para prestar atenção no seu planejamento financeiro

"Hoje, temos acesso às nossas informações financeiras com os aplicativos, mas checá-los todo dia ou toda semana pode gerar ansiedade, principalmente em investimentos, e fazer você tomar decisões equivocadas, como vender ou comprar ativos em momentos errados. Acompanhar seu planejamento e os seus investimentos mensalmente já é uma boa frequência", afirma Mota, da Nu Asset. 

Clientes do Nubank, por exemplo, conseguem acompanhar e monitorar a carteira de investimentos de forma simples, direto pelo aplicativo. Pelo app, é possível checar o saldo total em renda fixa e renda variável, acompanhar o crescimento em reais e em porcentagem de cada ativo. Também dá para checar a evolução de proventos e a performance geral da sua carteira. 

Imagem de uma mão feminina morena, mexendo em post its num quadro cheio deles, amarelos e roxos. Tem um post it roxo com um sinal de check.

Lição 4. Começar e persistir

Se há 10 anos alguém perguntasse à administradora de riscos Julia Sant'Anna, de 32 anos, se ela correria uma meia-maratona, ela certamente riria. É que, embora Julia fosse muito ativa e gostasse de esportes, ela odiava a ideia de correr.  

"Eu achava que correr era impossível, difícil e chato. Mas quando me casei, meu marido me incentivou. Embora disciplina e consistência não fossem novidade pra mim, porque eu já era ativa, a corrida era algo novo. Então foi, sim, um desafio, principalmente porque muita coisa influencia a corrida de rua, como o clima, seu humor e sua disposição. Mas persisti e hoje não vivo sem", conta Julia, que corre há nove anos. 

Para ela, fica a lição de que, mesmo que chatas de início, algumas tarefas podem gerar prazer no médio prazo se você persistir nelas. E ela tenta passar esse aprendizado aos filhos Lucas, de seis anos, e Cecília, de quatro anos. 

"Esse tipo de lição é mais fácil passar fazendo, mostrando e vivenciando do que apenas falando. Eles entendem melhor dessa forma e sabem que há consequências quando algo não é feito, mesmo sendo chato. Por exemplo: quando algo sai da nossa rotina, a semana vira um caos e eles sentem isso", conta. 

O que isso tem a ver com dinheiro?

Quando Julia fala que a corrida lhe parecia impossível, difícil e chata de início, ela poderia estar falando sobre educação financeira e investimentos. É que no mercado existem alguns mitos de que finanças é um assunto complicado. Mas é possível quebrar essa visão a partir do momento em que os efeitos da organização financeira ficam claros, afirma Pedro Mota.

"Você não precisa necessariamente gostar para começar. Mas a partir do momento que você entende o valor dessa organização e a liberdade que ela te proporciona, é possível melhorar a sua vida e você passa a não viver mais sem esse planejamento", diz. 

Assim como na corrida, comece o seu planejamento financeiro aos poucos, observando e anotando os seus gastos, entendendo a sua receita, organizando as suas dívidas, caso tenha alguma. Depois, coloque no papel tudo aquilo que quer realizar e distribua esses objetivos ao longo do tempo, de acordo com a importância de cada um deles e também considerando o custo financeiro dessas metas. 

"Você não começa a correr uma maratona do dia para a noite, assim como não passa de uma vida financeira desorganizada para organizada de um mês para outro. Comece tirando uma foto da sua situação financeira, vá evoluindo, mas dê tempo para esse processo de mudança. No primeiro mês, vai ser chato e complicado anotar todos os gastos, mas isso vai ficando mais fácil e automático depois de mais algumas semanas", diz Mota.

Lição 5. Um profissional faz toda a diferença

Treinar com alguém pode ser um incentivo e tanto para não desistir, principalmente se a companhia for um profissional da área. O marido de Julia Sant'Anna é personal trainer e esse fato afeta a consistência dos treinos. 

"Correr sem suporte pode fazer você se machucar e até se frustrar, porque você não sabe correr ainda. Para mim, um profissional faz toda a diferença na persistência, no foco e no planejamento", afirma. É esse planejamento, feito com ajuda de um profissional, que permite a Julia, inclusive, ter mais tempo de qualidade com os filhos.

"Já tive períodos em que eu não conseguia fazer nada, mas com o planejamento da corrida eu consigo prestar mais atenção neles e ter mais energia, e isso me garante um tempo de mais qualidade com as crianças", conta.

Ter ou não ter um profissional na hora de lidar com o dinheiro?

Em finanças e investimentos, ter um profissional ajuda a reduzir as chances de erro no planejamento, mas é importante também não ficar refém dos conhecimentos de terceiros. Segundo Pedro Mota, entender o que está sendo feito com o seu dinheiro te dá autonomia nas tomadas de decisão. 

"Um profissional de confiança, certificado, com histórico comprovado e com quem você pode contar faz diferença e te ajuda a não cair em nenhuma furada. É bom ter essa salvaguarda, mas é melhor ainda aprender com esse profissional para, depois, se emancipar e tomar conta do seu próprio dinheiro", afirma. 

Lição 6. Focar no autoconhecimento

As lesões fazem parte do histórico de corrida de Julia Dandara. E para evitar se machucar ainda mais, ela aprendeu a se auto-observar para entender os sinais que mostram quando ela precisa reduzir o ritmo da corrida de rua. E, para ela, esse é um dos aprendizados mais visíveis para o seu filho. 

"Um dia estou chorando porque não consegui concluir o treino e, no outro, chego feliz porque consegui. Ele vê tudo isso e já entende que nada como um dia após o outro, que a dor é passageira e que não tem outro caminho a não ser o da paciência e persistência. E, para isso, você precisa se conhecer e se fortalecer", conta. 

Autoconhecimento tem a ver com planejamento?

Sim. Na verdade, o autoconhecimento é o princípio de qualquer planejamento financeiro. Sem ele, não é possível identificar se as metas que você colocou no papel são realmente importantes para você. 

"A partir do momento que você entende o seu perfil de investidor, seu perfil de relacionamento com o dinheiro, de consumo e de estilo de vida, tudo fica mais fácil. Conheço pessoas que são conservadoras, mas foram influenciadas a investir em produtos de muito risco e perderam dinheiro. Se elas tivessem claro o perfil delas, não teriam se arriscado", explica.

Lição 7. Desempenho não é tudo

Julia Dandara participou da maratona de Nova York, nos Estados Unidos, que aconteceu em novembro de 2023. A prova é de 42 quilômetros e a maior distância que a advogada já tinha percorrido era de 28 quilômetros.  

"Esta foi a minha primeira maratona e sabia que seria difícil sair de 28 quilômetros para 42 em um mês. Por isso, parei de olhar tempo e desempenho. Eu fui mãe com 17 anos e a sociedade sempre colocou uma pressão negativa sobre tudo o que eu queria fazer e a todo momento me diz que não vou conseguir. Então, não tem porquê eu buscar pressão e performance num esporte que é minha válvula de escape de tudo isso", afirma.  

E nas finanças? Desempenho também não é tudo?

Desempenho é importante no universo dos investimentos, mas não é tudo. De acordo com Pedro Mota, da Nu Asset, a consistência nos investimentos e no planejamento financeiro tem um peso maior do que a performance. 

"A gente precisa tirar essa carga pesada de que seu planejamento e sua carteira de investimentos precisam ser perfeitos. A nossa cultura exige produtividade e performance em tudo, até nas finanças, mas a realidade se impõe. No mercado financeiro, mais vale a disciplina e consistência de investir um pouco todo mês do que apostar grandes quantias naquele 'ativo da vez' – isso não existe. Foque no seu plano", explica. 

Lição 8. O importante é a linha de chegada 

No filme "A maratona de Brittany", a personagem principal, interpretada pela atriz Jillian Bell, pergunta a Seth (Micah Stock), seu amigo, por que ele corria tanto se era evidente que ele não ganharia uma prova de corrida de rua. Em resposta, ele diz que o importante não é ganhar, mas finalizar a competição. 

É com essa mentalidade que Dandara foi para a maratona de Nova York. "É muito mais sobre concluir aquilo que você se propõe a fazer, mesmo que o caminho não seja linear", diz. 

O que isso tem a ver com dinheiro?

Tanto no planejamento financeiro como nos investimentos, a linha de chegada também é importante. Neste caso, ela representa o alcance do objetivo desenhado. Contudo, diferentemente da corrida, o caminho ao longo do processo faz diferença para os resultados. 

"Não tem como alcançar a linha de chegada, alcançar os seus objetivos, sem planejar bem o seu caminho a partir da largada. Aqui, o que você faz durante a jornada pode fazer você atingir sua meta mais rápido ou devagar, como também pode impedir que você chegue lá", afirma.

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