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Aposentadoria: veja estratégias para não depender de uma única fonte de renda

Quais são os passos para montar um plano individual para se aposentar com tranquilidade? Entenda como chegar lá de acordo com a sua realidade financeira.

Veja estratégias para criar um plano de aposentadoria e não depender de uma única fonte de renda.

Pare um minuto e imagine como quer viver ao se aposentar: como seria sua rotina, o que faria, onde estaria? Não importa a cena que desenhou, para realizá-la você vai precisar de dinheiro caindo na sua conta todo mês durante sua aposentadoria. 

Criar um plano para se aposentar é possível, mas requer um bom conhecimento da própria realidade financeira e muita disciplina para não depender de apenas uma fonte de renda.

Conheça, abaixo, algumas estratégias que podem te ajudar a planejar seu futuro financeiro.  

Mas já pago INSS. Preciso me preocupar com isso? 

A previdência pública é uma fonte de renda para a aposentadoria, mas ela não precisa ser a única. Primeiro porque você não controla as regras do sistema da Previdência Social – que podem mudar e afetar seus planos. Segundo porque o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) estabelece um valor mínimo e máximo para quem vai se aposentar

O valor mínimo é sempre equivalente ao salário mínimo vigente. E, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o valor do salário mínimo de 2022 – de R$ 1.212 – é cinco vezes menor que o valor necessário para cobrir as despesas de vida básicas no Brasil. 

Já o valor máximo do INSS varia todos os anos, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), indicador que mede a inflação de produtos e serviços consumidos por famílias que ganham até cinco salários mínimos. Resumindo não é você quem determina com quanto vai se aposentar e o valor máximo pode não ser suficiente para cobrir os seus custos de vida, dependendo de como estiver a sua situação financeira e de saúde na velhice.

"Ou seja, tende a ser cada vez mais difícil manter a qualidade de vida para as pessoas que dependem apenas do INSS. Hoje, é fácil encontrar aposentados que apostaram suas fichas somente na nossa Previdência e que precisam complementar sua renda com alguma atividade extra", afirma Amanda Dias, fundadora do Grana Preta, programa de educação financeira para autônomos e microempreendedores de baixa renda. 

Então eu devo deixar o INSS de lado? 

De jeito nenhum. A previdência pública pode, sim, fazer parte dos seus planos de aposentadoria. 

"Não devemos 'desistir' do INSS porque desistir é jogar fora uma série de direitos conquistados pelo trabalhador. A Previdência Social tem muitos benefícios, como auxílio-doença, auxílio-maternidade e outras formas de segurança diante de imprevistos", explica Amanda Dias. 

Além disso, receber um salário mínimo de aposentadoria representa a mínima segurança financeira que muita gente pode não ter tido durante toda a vida de trabalho.  

Como criar um plano de aposentadoria individual? 

Para começar, volte para as perguntas que você leu no início deste texto. O primeiro passo para montar seu plano de aposentadoria é entender que padrão de vida quer ter durante esse período. Aqui, é preciso bom senso e manter as expectativas coerentes com a sua realidade financeira de hoje em dia para estabelecer um valor de aposentadoria. 

Ficou difícil de visualizar? Ângela Tosatto, analista do Nubank, listou alguns critérios que podem te ajudar nessa tarefa. Cada critério diminui ou aumenta o valor com o qual você quer se aposentar. 

Claro que não tem como saber exatamente quais gastos vão diminuir ou aumentar durante sua aposentadoria. Mas já ter uma ideia pode te ajudar a entender melhor essa conta.

Idade

O tempo é fator condicionante em qualquer plano de aposentadoria. Com quantos anos você quer se aposentar? Quanto tempo falta para chegar nessa idade? Quanto mais tempo faltar, mais tempo você vai ter para levantar o dinheiro necessário para o seu descanso. 

Custos por área

Quais custos da sua vida você acha que vão ficar maiores ou menores? Por exemplo: se sua ideia é ter uma vida tranquila, em uma cidade do interior, provavelmente seus custos com habitação e transportes podem cair. 

Quer viajar pelo Brasil? O custo de lazer certamente será maior. Paga aluguel ou já tem casa própria? Esses valores também devem ser levados em consideração na conta.

Dependentes

É normal uma família ainda depender dos avós para algumas contas de casa. Ou seja, quando você se aposentar, pode ter de ajudar com as contas de seus netos ou até dos seus filhos, dependendo do caso. A ideia aqui é tentar projetar em que situação quer estar no futuro em relação a esses dependentes.

Seus filhos já estarão crescidos e trabalhando ou nem pretende ter filhos? Há alguma chance de eles dependerem de você na sua velhice? Nos casos em que os filhos não entram na conta, esse tipo de despesa deve diminuir ou mesmo nem ser incluído no planejamento da aposentadoria, por exemplo.

Plano de saúde

Você já tem um plano e pretende ficar com ele? Prepare-se para aumentar esse custo porque, normalmente, os planos ficam mais caros com o aumento da sua idade.   

Benefícios 

É aqui que as suas contribuições ao INSS entram. Acesse o site Meu INSS e solicite o extrato previdenciário para checar seu histórico de contribuições. 

Outro benefício que muita gente esquece é o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Existem alguns critérios para sacar o fundo e a aposentadoria é um deles. Acompanhe o seu saldo por meio do aplicativo FGTS, da Caixa Econômica Federal.

Reserva de emergência

Sim, mesmo durante a aposentadoria você precisa ter um valor disponível para emergências. Segundo Ângela Tosatto, do Nubank, as regras da reserva de emergência de um aposentado são as mesmas que a de alguém na ativa: ter guardado de três a 12 meses do seu custo de vida em investimentos de alta liquidez, seguros e que rendam, pelo menos, 100% do CDI

Veja aqui como fazer a reserva de emergência e onde investir.

Trabalho

Este é o principal ponto do seu plano de aposentadoria, segundo Ângela Tosatto. Decidir se pretende continuar ativo ou parar de exercer qualquer atividade remunerada vai impactar, e muito, o valor da sua aposentadoria.

Continuar trabalhando é a realidade de boa parte dos idosos no país. De acordo com uma pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), 46% das pessoas com idade acima de 60 anos ainda trabalham. Entre os que estão aposentados, 71% trabalham para complementar a renda. 

Considerando essa realidade, escolher parar de trabalhar é opção de poucos. Isso não quer dizer que você vai trabalhar a vida toda. Você pode planejar, agora, alguma mudança que te permita trabalhar menos, por exemplo.  

"Dá para planejar uma mudança de profissão, uma mudança de área que te permita se manter ativo, ter uma renda, mas também com tempo para aproveitar a aposentadoria", afirma Ângela.

Quais investimentos são melhores para a aposentadoria? 

Agora que você tem uma ideia do valor com o qual quer se aposentar, o que fazer para ter esse dinheiro no futuro? Investir é o caminho. Para quem está começando agora, é importante entender que a aposentadoria é uma das caixinhas do seu planejamento financeiro e entra como uma meta de longo prazo. 

Como é um dinheiro com o qual você precisa contar, os investimentos precisam ser mais seguros, em ativos de renda fixa. Segundo Ângela Tosatto, esses ativos precisam cobrir os efeitos da inflação. A ideia é que o valor do seu dinheiro não seja corroído pelo tempo. 

Neste caso, a analista sugere os seguintes tipos de investimentos: 

  • CDBs de longo prazo, protegidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que rendem mais que 100% do CDI; 
  • LCIs e LCAs, de longo prazo, que rendem mais que 100% do CDI;
  • Tesouro IPCA.  

E a renda variável? 

"Claro que, para quem não for conservador, não tem problema nenhum investir um pouco em renda variável, mas quanto mais perto você estiver da aposentadoria, menor precisa ser a sua parcela em investimentos de risco", afirma Ângela Tosatto.

Na prática, ela sugere os limites abaixo: 

  • Se faltarem 40 anos para a sua aposentadoria: até 30% dos seus investimentos para essa meta podem ser em renda variável; 
  • De 30 a 20 anos para a sua aposentadoria: essa parcela cai para 20%;
  • Agora, se faltarem 10 anos: até 10% dos seus investimentos para a aposentadoria podem estar em renda variável. 

Simule sua aposentadoria na calculadora do Investnews.

Ganho pouco, esse planejamento de aposentadoria é para mim? 

A primeira preocupação das pessoas de baixa renda sempre será a sobrevivência. Se você já consegue garantir a sua, dá sim para colocar esse planejamento em prática, segundo Amanda Dias, do Grana Preta. Para começar a investir para esta meta, você não precisa de grandes valores. 

"É importante desmistificar a ideia de que apenas os mais ricos podem investir. As pessoas de baixa renda também podem acessar segurança financeira e bem estar na velhice. O foco é se organizar, ter constância nos aportes e, de preferência, investir todo mês, mesmo que você considere pouco dinheiro", diz a especialista.

Entendi, mas por que pensar nisso agora? Falta muito tempo…

Essa é a resposta mais comum entre as pessoas que não se planejam para a aposentadoria. Segundo uma pesquisa do SPC Brasil, oito em cada dez brasileiros não estão preparados para a aposentadoria.

Existem algumas razões para isso. Primeiro, a renda: os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o brasileiro ganhou, em média, R$ 2.444 por mês no trimestre encerrado em novembro de 2021, o menor valor desde 2012. 

Além disso, há fatores comportamentais que impedem as pessoas de olhar para o longo prazo. Segundo a Psicologia Econômica, é natural pensar no agora e valorizar a satisfação imediata (viés do presente), e muito difícil pensar no futuro, porque os benefícios de longo prazo são muito difíceis de ver – esse viés se chama "desconto hiperbólico". 

Por isso, a dica é considerar os critérios que você viu acima, encontrar o valor com o qual quer se aposentar, e traçar um plano realista para ter esse dinheiro no futuro, mesmo que agora você comece com muito pouco. 

"Quem deixa para depois acaba tendo que compensar não só o dinheiro que poderia ter guardado antes, como também os juros que deixaram de acumular", reforça Amanda Dias, do Grana Preta. Por isso, mesmo com pouco, é importante começar quando for possível. 

Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história aqui.

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