Planejamento financeiro e orçamento familiar: saiba as diferenças e por onde começar para se organizar

É possível se organizar só com um orçamento, mas uma vida financeira que ajuda uma pessoa a se sentir realizada só existe com o planejamento financeiro.

Organizar os ganhos e as despesas está na lista das maiores recomendações para quem busca equilibrar as finanças. O orçamento familiar é, sim, importante em algum momento dessa jornada. Mas, sozinho, ele não garante uma vida de realizações – essa tarefa é do planejamento financeiro

É comum pensar que planejamento financeiro e orçamento familiar são dois nomes diferentes para a mesma coisa, e que ambos se resumem a controle de gastos e receitas. Essa confusão é cultural, e prejudica a organização das famílias, explica Pedro Mota, gestor de Portfólios da NuAsset, a gestora de investimentos do Nubank.   

"As pessoas confundem esses conceitos porque o assunto parece complicado e o tema dói para todo mundo, gera ansiedade e, portanto, afastamento. Falar sobre planejamento tem uma carga de obrigação, de algo que é pesado. Não somos ensinados de que tudo isso, na verdade, é sobre realização e vamos vivendo tomando decisões com base em estímulos externos, sem nenhum tipo de organização e sem pensar sobre o que queremos de verdade", diz. 

Entender as diferenças entre esses dois conceitos, que parecem básicos, muda a forma como as pessoas lidam com o dinheiro e pauta as escolhas que elas fazem para a vida. 

O que é um planejamento financeiro? 

O planejamento financeiro é um plano para o seu dinheiro. Ele é um mapa com o caminho que te leva para aquilo que você quer muito: os seus objetivos. 

Todo plano tem um ponto de partida e um de chegada. No planejamento financeiro, o ponto de partida é a sua situação financeira atual. Essa fotografia das suas finanças é a largada, o ponto A do seu mapa. 

O final desse caminho, o ponto B, é a meta. É possível ter mais de um objetivo e, inclusive, eles podem estar espalhados no seu mapa. São as suas metas de curto prazo, como a troca do celular; de médio, como a compra do carro; e de longo prazo, como a aposentadoria.

Na prática, o planejamento financeiro só existe a partir da existência de objetivos concretos. E isso não começa com uma planilha. 

"Para criar um planejamento, você precisa se entender, se conhecer, se questionar e fazer escolhas. Os nossos recursos de tempo, dinheiro e atenção são escassos. Mas quando as metas são claras, você sabe para onde direcionar toda a sua energia. É só a partir do planejamento que é possível tomar decisões, porque se você tem um, já sabe o que quer e para qual direção está indo", afirma Pedro Mota. 

Saiba aqui como criar objetivos alcançáveis

O que é um orçamento familiar? 

Enquanto o planejamento financeiro mostra o caminho do ponto A ao ponto B, o orçamento familiar é uma das ferramentas que podem ser usadas para alcançar esses objetivos. 

O orçamento familiar é justamente o controle financeiro dos ganhos e das despesas por um período de tempo. E ele pode ser feito por diversos meios, como uma planilha, aplicativo ou até em papel, e para avaliar tudo o que entra e o que sai em um dia, uma semana, um mês e um até ano. 

Mas esse controle não é obrigatório em todos os casos, e não está necessariamente atrelado à situação financeira de uma pessoa, mas à relação que ela tem com o dinheiro, segundo Pedro Mota. O orçamento familiar é ideal para os seguintes perfis: 

  • Quem tem um descontrole maior e costuma ter gastos por impulso; 
  • Aqueles com uma renda mais variável e menos previsível, como os autônomos e profissionais freelancers; 
  • Quem tem uma vida financeira mais complexa, com diferentes contas bancárias, cartões de crédito e corretoras de investimentos; 
  • Aqueles com uma renda mais limitada e com dívidas.

Em outras palavras, quanto mais complexa e imprevisível é a vida financeira de uma pessoa, mais importante e necessário é o orçamento familiar. 

É possível ter um planejamento financeiro sem um orçamento familiar? 

O orçamento familiar é apenas uma ferramenta do planejamento financeiro e sua função principal é acompanhar as entradas e saídas de dinheiro de uma pessoa ou família. 

"O valor do planejamento financeiro não está nas ferramentas de controle, como o orçamento, mas no dia a dia. Quem está focado nas metas, e tem hábitos e atitudes que conversem com esses objetivos não precisa ter um orçamento familiar", afirma Pedro Mota.

Ou seja, existem perfis que não precisam necessariamente ter um orçamento familiar, mas um controle financeiro a partir de outras ferramentas, como a fatura do cartão de crédito, por exemplo. Confira em quais casos isso é possível: 

  • Para quem tem renda constante; 
  • Quem tem um custo de vida que permite viver o hoje, investe nas metas de curto, médio e longo prazo com constância; 
  • Para quem costuma concentrar a vida em uma única instituição financeira; 
  • Quem não usa o dinheiro como apoio emocional. 

Também é possível fazer esse controle pelo aplicativo da instituição financeira. Hoje, boa parte delas permite organizar os gastos a partir de categorias, permitindo possíveis ajustes ao longo do caminho. 

Faz sentido ter um orçamento familiar sem um planejamento? 

Não, afirma Pedro Mota. "Conheço pessoas com planilhas da Nasa, mas que não têm um planejamento financeiro. Ou seja, elas não sabem para onde estão indo e ficam girando em falso. O fato de tudo caber dentro de um orçamento não significa que você está tendo uma vida de realizações." 

Além disso, o orçamento, sem um planejamento por trás, pode engessar a vida de uma pessoa. Sem objetivos, sair de determinados limites de gastos definidos por uma planilha pode gerar ansiedade. Em busca de equilibrar a planilha, você pode acabar fazendo cortes em gastos que, na verdade, são importantes para o seu bem-estar, por exemplo. 

"O planejamento permite o equilíbrio entre o presente e o futuro. O orçamento é muito mais sobre o hoje, mesmo que tenha ali a linha dos investimentos para o futuro. A partir do momento em que você sabe o que é suficiente e o que é importante, suas escolhas impedem que você mude aquilo que faz sentido. Além disso, fica mais fácil focar e proteger aquelas metas de muito longo prazo", afirma o especialista. 

Em outras palavras, antes de criar um orçamento familiar, faça o seu planejamento financeiro. Defina as suas metas com clareza e dentro da sua realidade, defina prazos e crie um sistema de hábitos e rotinas que te deixem mais próximo daquilo que quer. 

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