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Sonho ou objetivo:  como a diferença entre esses conceitos afeta suas metas?

A diferença entre "morar sozinho um dia" e "morar sozinho daqui um ano" não é só gramatical. O modo como você define a sua meta influencia a realização dela.
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Você chega no fim de ano com aquela sensação de que as metas traçadas lá em janeiro ficaram para trás? Não realizar aquilo que se quer pode ser frustrante, mas antes de levar a mesma lista para o próximo ano, reveja como seus desejos foram escritos e desenhados. É que existem diferenças entre sonhos e objetivos, e elas podem ser o detalhe que faltava para você alcançar o que quer.

Como assim?

É que estudos mostram que a forma como tratamos os nossos desejos afeta a realização deles. Uma pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, indica que existem caminhos que podem te ajudar a chegar lá. E um deles é tratar o que se quer como objetivo e não como sonho. 

Abaixo, entenda a diferença entre esses dois conceitos e como eles afetam a realização das suas metas.  

Qual a diferença entre "sonhos" e objetivos?

Quando se trata de futuro, muita gente acaba falando em sonhos e objetivos como sinônimos. Mas não é bem assim. 

Segundo o dicionário:

Sonho é: a ação ou efeito de sonhar, de reunir no pensamento, na mente, imagens, ideias que aparecem no decorrer do sono. Anseio ou vontade permanente, viva e constante.

Objetivo é: o que se pretende alcançar, realizar ou obter; propósito, meta, alvo.

Na prática, o objetivo é algo que te faz agir. Enquanto o sonho é aquilo que você pensa ou imagina - é algo quase impalpável, pouco concreto. Talvez você até saiba dar um nome para ele, porém, nem sempre tem clareza de como ou quando irá alcançá-lo. 

O planejamento é o que transforma uma ideia, um "sonho", em algo objetivo.

Como transformar o sonho em meta?

Um objetivo, diferentemente de um "sonho", precisa ser minimamente possível. Por isso, o primeiro passo é saber onde você quer chegar. 

Por exemplo: “Eu quero viajar” é vago. “Eu quero viajar daqui a 2 anos para Salvador” ou "morar sozinho em São Paulo, no bairro da Santa Cecília, daqui a 1 ano", não.

Uma boa estratégia que pode ajudar a transformar sonhos em metas é a técnica das metas SMART, que auxilia na hora de definir caminhos mais diretos.

O que são metas SMART?

As metas SMART são metas estabelecidas a partir de cinco critérios. A inicial de cada um deles, em inglês, forma a sigla SMART:

  • S de specific ( específico): uma meta deve ser o mais específica possível. A ideia é tentar responder algumas perguntas (o que deseja alcançar? Por quê? Quem está envolvido para atingir a meta?) para chegar a um objetivo específico;
  • M de measurable ( mensurável): acompanhar o quão próximo você está de atingir sua meta é importante para saber o que ou quanto falta para chegar lá. Por isso, uma meta deve ter indicadores que mostram o quanto você tem avançado ou não; 
  • A de attainable ( atingível): isso significa que ao definir a meta, ela deve ser alcançável e pé no chão. Por exemplo: sabendo que você só consegue guardar até 5% de sua renda por mês, não é muito viável estabelecer que você guardará 20% do seu salário;
  • R de relevant ( relevante): este critério consiste em entender qual o impacto desta meta em sua vida, negócio ou outra área. Quanto mais relevante, maior a motivação para alcançá-la e maior a prioridade dela em relação a outras tarefas;
  • T de time based (prazo): é o tempo estabelecido para que ela seja alcançada. Podem ser semanas, meses ou anos, o que for mais adequado. Essa data limite e linha do tempo devem ser definidos também para poder avaliar o progresso dessa meta. 

Metas SMART: como aplicá-las em sua vida

Por exemplo: "viajar nas férias de verão com a família, durante duas semanas, para Salvador com R$ 20 mil" é um objetivo específico (S) e fácil de ser medido (M). Ele pode ser atingido (A), é bastante relevante para a sua organização (R) e tem um prazo para acontecer (T).

Planejamento de curto e longo prazo: quais são as diferenças?

O que a ciência diz sobre estabelecer metas?

De acordo com um estudo feito pela Universidade Dominicana da Califórnia, , nos Estados Unidos, pessoas que estabeleceram metas e, ainda, estratégias reais para alcançá-las seguiram um modelo específico que gerou melhores resultados. O grupo:

  • Se comprometeu com a ação:  em vez de apenas pensar sobre e demonstrar desejo de alcançar um objetivo, essas pessoas escreveram no papel a meta e os passos para alcançá-la, como uma maneira de se comprometerem com a ação;
  • Prestou conta à outra pessoa: além de seguir o planejamento escrito, o grupo teve que enviá-lo à outra pessoa. O fato de "prestar contas" à alguém fez com que eles se sentissem mais responsáveis e determinados a atingir tais metas;
  • Fez atualizações regulares: esse grupo precisava atualizar seu amigo ou responsável semanalmente, o que os mantinha concentrados na trajetória e também no progresso.

Em resumo, a pesquisa mostra que, ao seguir essa metodologia, as pessoas tiveram mais responsabilidade e comprometimento com relação aos seus objetivos.

Mas vale destacar que a ideia de "prestar contas a uma outra pessoa" não quer dizer contar seus planos para todo mundo.

Por que tornar seus objetivos públicos pode ser uma má ideia?

Uma pesquisa da Universidade de Nova York, realizada com estudantes de uma faculdade alemã, mostra que os alunos que compartilharam suas intenções, tendiam a agir menos com relação aos demais, cujas metas eram desconhecidas.

Segundo a pesquisa, foi possível concluir que: dizer às pessoas o que você deseja alcançar cria uma sensação prematura de plenitude. Esse sentimento pode levar, inclusive, à falta de motivação.

Já quando você escreve sobre suas intenções, há um "espaço vazio" entre onde você está e onde quer chegar. E, por isso, você se sente mais entusiasmado para conquistar seus objetivos.

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