Ações, fundos imobiliários, CDBs, títulos públicos… Para quem quer ver o dinheiro render em 2025, a tarefa de escolher onde investir parece complicada, diante das muitas opções que o mercado oferece. É tanta coisa que até quem já tem alguma experiência com investimentos pode ficar perdido.
Mas saber onde investir não precisa ser tão difícil assim. Para facilitar a sua escolha, Pedro Mota, analista de investimentos do Nubank mostra opções para todos os bolsos e explica o que pode se destacar ao longo do ano. Saiba mais a seguir.
O que é preciso fazer antes de escolher onde investir?
Antes de escolher onde investir em 2025, é preciso primeiro entender o seu perfil de investidor e definir seus objetivos.
O perfil do investidor é uma classificação que uma pessoa que aplica dinheiro em um produto de investimento recebe. E essa categorização está ligada ao risco que ela está disposta a assumir com suas aplicações – ou seja, quanto dinheiro ela suporta perder caso o investimento dê prejuízo.
A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divide os investidores em três perfis básicos: conservador, moderado e arrojado ou agressivo, também chamado de experiente. Entenda cada um deles:
- Conservador: esse perfil de investidor é o que tem mais medo de perder dinheiro. Ele prefere investir em produtos de baixo risco, e abre mão da possibilidade de ganhar mais em troca dessa segurança. Por isso, ele geralmente escolhe investimentos da renda fixa, como CDBs, títulos do Tesouro Direto e fundos de renda fixa.
- Moderado: é aquele que está disposto a assumir riscos um pouco maiores para ter uma rentabilidade também maior. Mas, ao mesmo tempo, não abre mão de certa segurança. Por isso, ele investe tanto em renda fixa, mais segura, quanto em outras opções de médio risco, como fundos multimercados e até algumas ações.
- Arrojado ou agressivo: também chamado de experiente, ele está disposto a correr riscos altos para ter maior rentabilidade – ou seja, aceita perder uma parcela do patrimônio em busca de maiores retornos. Por isso, a maior parte de suas aplicações está em produtos de renda variável, como ações, fundos de ações, fundos imobiliários e até criptomoedas. Normalmente, esse investidor já tem muito conhecimento do mercado e também um patrimônio maior para suportar as eventuais perdas.
No Nubank, clientes de qualquer perfil têm opções de investimentos. Pelo app, é possível aplicar em ativos mais conservadores, como CDBs e títulos do Tesouro Direto, e também nos mais arriscados, como ações, BDRs e fundos de investimentos. E você não precisa de muito para investir porque o portfólio do Nubank é para todos os bolsos: há ativos cujo investimento é a partir de R$ 1 (um real). Além disso, aplicar pelo app é simples: você não precisa acessar plataformas difíceis de entender e ainda tem ferramentas para acompanhar a evolução da sua carteira.
Já sei meu perfil, por que preciso saber meus objetivos?
Porque estudos da economia comportamental já provaram que, quando o ato de investir é acompanhado por um motivo, fica mais fácil manter o hábito de aplicar o dinheiro. Além disso, cada meta tem um investimento mais adequado.
Isso acontece por causa do prazo. Por exemplo: se seu objetivo é viajar daqui a um ano, não faz sentido aplicar o dinheiro da viagem em um título que vence em cinco anos. Assim como é arriscado aplicar em ações os recursos da reserva de emergência.
Em outras palavras, ter objetivos claros, com prazos definidos, ajuda na hora de escolher onde investir.
Veja aqui como criar objetivos realistas.
Renda fixa: onde investir em 2025?
A renda fixa é uma modalidade de investimentos que garante retorno sobre o valor aplicado no momento do vencimento. Mas essa segurança tem um preço: os retornos podem não ser tão altos assim, se comparados aos dos ativos mais arriscados. Por essas características, a renda fixa é a porta de entrada para investidores iniciantes, de qualquer perfil. E também é uma boa opção para os mais conservadores e moderados.
Para garantir esses retornos, muitos dos investimentos dessa modalidade acompanham indicadores econômicos, principalmente a inflação e a taxa básica de juros da economia, a Selic. De forma geral, quando eles sobem, o rendimento desse tipo de investimento também sobe.
E, segundo o analista Pedro Mota, a renda fixa deve permanecer atrativa em 2025, principalmente por conta da perspectiva de aumentos na taxa Selic. De acordo com o Boletim Focus do dia 11 de março de 2025, a projeção é de que os juros alcancem 15% neste ano. Segundo Mota, a principal oportunidade está nos títulos prefixados e IPCA+, que acompanham a inflação.
No caso do Tesouro Selic, cuja oscilação é mínima, o risco é ainda menor. Por isso, ele segue como sendo ideal para reserva de emergência. “Já o prefixado tem uma taxa maior porque ele tem um risco maior, até de uma possibilidade de mais altas da Selic. Então, o risco está muito atrelado ao comportamento do investidor, a como ele reage e constrói o patrimônio de forma mais diversificada, e como ele sustenta as escolhas dele ao longo do tempo", explica Mota
O que pode afetar a renda fixa em 2025?
Alguns fatores podem alterar os investimentos dessa modalidade. Os rumos da inflação e da taxa Selic, o equilíbrio das contas públicas, o sentimento do investidor estrangeiro em relação ao Brasil são alguns exemplos.
“Esses títulos apresentam taxas atrativas, mas toda taxa atrativa apresenta riscos, e o risco da renda fixa hoje é mais macroeconômico. Então, se você não precisa desse dinheiro agora, e pode mantê-lo até o vencimento do título, é uma oportunidade", afirma.
De toda forma, os principais impactos nos investimentos de renda fixa vêm a partir de decisões do Banco Central. Caso aconteça alguma mudança no cenário macroeconômico no Brasil e no mundo, pode ser que o BC mude a rota, e suba ou até mesmo reduza a taxa Selic em um ritmo mais forte.
Confira as oportunidades da renda fixa para cada perfil de investidor, segundo o analista.
Para conservadores e iniciantes
“Para o conservador, que tem essa visão de mais proteção do patrimônio, os ativos pós-fixados, como o Tesouro Selic ou crédito privado ligado ao CDI, são sempre boas opções, principalmente com uma Selic a 13,25%", afirma Mota, sobre o valor da taxa básica de juros em março de 2025.
Há também oportunidades em títulos de crédito privado, como CDBs, LCIs e LCAs.
Para investidores moderados
Investidores de perfil moderado podem encarar um pouco mais de risco. Por isso, a recomendação são os títulos prefixados.
“Para quem tem esse perfil, vai conseguir sair um pouco dos ativos pós-fixados e voltar a atenção para os investimentos prefixados, que têm prazos mais longos, e que oferecem taxas maiores historicamente", afirma Mota.
Para investidores arrojados
Quem é mais experiente e tem perfil arrojado pode partir para títulos de longo prazo, como o Tesouro IPCA+ ou o RendA+.
“Dentro da renda fixa, tem opção de títulos IPCA+ com prazos mais longos. Para um moderado, o prazo seria de cinco a 10 anos, mas para um investidor mais agressivo, a gente tem títulos de 20 a 30 anos, que pagam IPCA mais 7% ao ano", afirma o analista.
Já tenho investimentos de renda fixa, preciso mudar algo em 2025?
Para quem já tem investimentos de renda fixa na carteira, Pedro Mota recomenda analisar objetivos e reavaliar o perfil para diversificar a carteira de investimentos.
“Um portfólio saudável precisa de investimentos que tenham comportamentos diferentes ao longo do tempo. A diversificação existe para isso. Se as taxas dos investimentos de renda fixa estão muito altas, é porque existe um risco envolvido. Como proteger a carteira nesse caso? Com investimentos internacionais, principalmente porque o dólar está valorizado. E isso te tira da dependência da renda fixa", afirma Mota.
A recomendação do analista é estudar qual a melhor forma de investir no exterior, principalmente em ativos como fundos, ETFs e BDRs. “A gente é muito consumidor de dólar e pouco investidor de dólar. Consumimos bens que vêm de fora, precisamos também investir em ativos dolarizados nesse momento."
Renda variável: onde investir em 2025?
A renda variável é uma modalidade de investimentos em que não é possível garantir um retorno. Na prática, você faz aplicações sem saber se vai ganhar ou perder dinheiro depois de um determinado período. Esses ativos são conhecidos como arriscados e muito voláteis – ou seja, os preços deles sobem e descem a todo momento.
No mundo dos investimentos, a rentabilidade de um ativo está atrelada ao risco que ele oferece. Quanto maior a garantia de retorno, menor esse retorno será. Por isso, no caso dos investimentos de renda variável, a possibilidade de rentabilidade é alta, porque esse tipo de ativo tem alto risco.
Fazem parte dessa modalidade as ações e fundos de renda variável, por exemplo.
O que esperar da renda variável em 2025?
Para 2025, mesmo com a tendência de os juros permanecerem elevados, a Bolsa de Valores pode ganhar espaço. Um dos motivos, segundo Pedro Mota, analista de investimentos do Nubank, é que os brasileiros já estão começando a entender que a renda variável é para o longo prazo.
“Em 2024, a Bolsa brasileira se descolou do mundo e caiu mais de 10%. Ao longo do ano, ela teve momentos de alta e de recuperação, mas no final do ano foi mais difícil porque ela reflete os desafios macroeconômicos. Mas ela entra como uma opção para quem tem esse perfil mais arrojado e entende desse cenário brasileiro", explica Mota.
“O cenário de alta das taxas de juros não é interessante para o dinheiro novo que entra na Bolsa, porque tem muitas empresas que possuem dívida e os juros mais altos elevam as dívidas, que diminuem o lucro. Por isso, juros altos geram um cenário mais incerto para a Bolsa no curto prazo. No longo prazo, ter uma parcela do seu patrimônio na Bolsa pode ser interessante, mas tem que ter diversificação e entender quanto do seu patrimônio você pode alocar", diz Mota.
Na NuAsset, por exemplo, temos ETFs de Bolsa brasileira, que buscam na Bolsa empresas que pagam altos dividendos, e empresas que pagam altos dividendos são mais defensivas nesse contexto, porque elas sofrem menos. E por serem mais defensivas, elas performam melhor historicamente. E a defesa ganha campeonatos", diz.
No aplicativo do Nubank, é possível encontrar os ETFs criados pela NuAsset em parceria com a Bolsa de Valores para diferentes perfis e estratégias. Aplicar pelo app do Nu é simples, e é possível aplicar com pouco (a partir de R$ 1). Além disso, você também acompanha a sua carteira sem sair do app.
Quais setores da Bolsa estão mais atrativos?
Para 2025, alguns setores podem ser promissores, segundo Mota:
Setores que dependem pouco do cenário interno: empresas que têm contratos de longo prazo, de setores essenciais e que têm boa parte das suas vendas vinculadas a outros países também podem ser destaque, segundo o analista. É o caso de companhias de energia elétrica, agronegócio, saneamento básico e infraestrutura.
Empresas do setor financeiro: de forma geral, companhias do setor financeiro se beneficiam de cenário com juros altos, pois a Selic também influencia as taxas cobradas em empréstimos e outras linhas de crédito.
Empresas que pagam dividendos: resumindo, dividendo é um dinheiro extra pago por algumas empresas listadas em Bolsa para os seus investidores. Num cenário de juros ainda altos, essas companhias ficam mais atrativas.
A seguir, conheça as oportunidades da renda variável para cada perfil de investidor, segundo o analista.
Para investidores iniciantes
A recomendação para o investidor iniciante é criar uma reserva de emergência antes mesmo de pensar em colocar o pé na renda variável. Depois disso, uma opção pode ser começar com fundos de investimentos, que trazem um portfólio diversificado de ativos, mas é importante ficar atento ao perfil de risco, reforça Mota.
“De maneira geral, a renda variável não é recomendada para investidores iniciantes. Ele precisa entender os objetivos de investimentos dele primeiro, e a Bolsa pode frustrar vários planos. Precisa colocar os tijolinhos de cada vez", reforça Mota.
Para investidores moderados
Para quem sabe lidar com mais oscilação e até alguma perda, os ativos dolarizados são uma opção em 2025, diz Mota.
“O investidor moderado já tem um conhecimento, uma folga para acessar esses investimentos em Bolsa brasileira, mas é possível acessar ativos de Bolsas de outros países. Neste caso, eu volto a reforçar sobre a diversificação. Para esse perfil, ter um pouco de investimento em bolsas internacionais faz sentido. O ponto é entender quanto desse patrimônio colocar. Por isso, é importante conhecer seus objetivos como investidor e o risco que está disposto a correr", afirma.
Para investidores arrojados
Para quem já tem experiência e conhecimento do mercado, a estratégia para 2025 pode ser bem parecida da recomendação para quem tem um perfil mais moderado, de criar uma proteção com investimentos internacionais. Contudo, para quem quer assumir maiores riscos, há oportunidades no mercado nacional.
“Considerando o momento pelo qual estamos passando, de altas taxas de juros, o investidor mais arrojado precisa conseguir pegar nesse aquário as empresas que têm muita estabilidade, que historicamente conseguiram navegar no mercado brasileiro nesse cenário. Tem muita empresa boa no Brasil e elas estão um pouco desvalorizadas, de forma geral, e o investidor que conseguir ter esse sangue frio agora, pode conseguir preços interessantes", afirma Mota.
Já tenho renda variável na carteira, preciso mudar algo em 2025?
2025 deve ser, sim, um ano para mudanças. Por isso, a estratégia é tirar da carteira aquela ação que o investidor comprou, mas nem lembra o motivo. Essa estratégia, inclusive, vale para qualquer cenário.
E cuidado com ações baratas demais. "Existe um conceito chamado 'value trap' ou armadilha de valor, em português. Esse termo se refere a ações de companhias que parecem estar baratas mas que, na verdade, podem ser uma cilada", alerta.
Como saber se uma empresa é uma "value trap". Veja algumas dicas para reconhecer:
- A empresa tem produto ou serviço ultrapassado;
- Tem uma gestão duvidosa;
- Está com muitas dívidas ou até em recuperação judicial.
“O principal superpoder do investidor é se desvencilhar do cenário e verificar o portfólio dele como um todo, de acordo com os objetivos que ele tem. Esse é sempre o melhor caminho. Por exemplo: checar a fatia da sua carteira que você perdeu no meio do caminho, por causa de uma venda ou uma desvalorização. É você garantir que a composição da sua carteira corresponde aos seus planos e ao risco escolhido", explica Mota. “Se eu combinei que eu ia ter 30% do meu patrimônio em dólar e cheguei no final do ano com 45%, é hora de equilibrar para voltar a ter 30%", exemplifica.
Para 2025, ele recomenda buscar empresas que tenham mais qualidade de gestão e se ater aos próprios planos. “Comprar e vender é fácil, esperar é difícil, porque os juros compostos demoram a fazer efeito. A parte mais difícil de investir é essa. A sua decisão só vai se mostrar certa ou errada muito tempo depois. Por isso, você precisa ficar em paz com as decisões que tomou. O seu planejamento financeiro é a chave do castelo", conclui Mota.
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