Diz a sabedoria popular que você não deve colocar todos os seus ovos na mesma cesta. No mundo dos investimentos, um dos produtos que melhor traduz esse ditado é o fundo multimercado.
Fundo multimercado é um dos tipos de fundos de investimentos que existem. Os fundos são basicamente investimentos compostos por vários outros investimentos. Ou seja, uma pessoa que coloca seu dinheiro em um fundo está na verdade aplicando em diferentes produtos financeiros que o compõem.
Existem diversos tipos de fundos de investimento, e os nomes dão pistas de quais tipos de produtos (ou ativos) entram neles. Fundos de renda fixa, por exemplo, são compostos principalmente por títulos de renda fixa. Fundos de ações combinam as ações de diversas empresas.
O fundo multimercado, como sugere o nome, pode pegar ativos de diversos setores diferentes. Entenda mais sobre eles a seguir.
Como funciona um fundo de investimentos?
De um jeito bem simplificado (e com o perdão pelo trava-línguas), um fundo de investimentos é basicamente um investimento formado por vários investimentos. Essa é uma modalidade de aplicação financeira coletiva – isto é, diversas pessoas podem investir em um mesmo fundo. O valor total investido por todos é o patrimônio que será reinvestido nos vários produtos.
Como funciona: basicamente, uma gestora escolhe diversos investimentos que existem no mercado e os agrupa dentro de um único produto financeiro. A gestora também define quanto do dinheiro aplicado irá para cada um desses investimentos.
Em outras palavras, a gestora é responsável pela estratégia daquele fundo – decide onde o patrimônio vai ser alocado, ou seja, faz a compra e venda dos ativos que o compõem. Ao investir no fundo, as pessoas estão essencialmente dando poder à gestora de executar essa estratégia (ou seja, alocar e gerir os recursos).
Investir em um fundo, aliás, é o mesmo que comprar cotas dele: todas as pessoas pagam um mesmo valor por uma cota e recebem a mesma rentabilidade por cada uma; a diferença nos lucros é o número de cotas que cada um tem. É por isso que os investidores do fundo são chamados também de cotistas.
Entenda mais sobre fundos de investimento
Por que investir em fundos em vez de produtos específicos?
Uma das principais lógicas dos fundos de investimento é a diversificação: em vez de colocar todo o dinheiro em um único ativo – seja ele um título, uma ação, ou qualquer outro –, os fundos pulverizam aquilo que foi investido em diversos produtos financeiros de acordo com a estratégia desenhada pela gestora.
Assim, o rendimento vai sendo puxado pelo rendimento de vários produtos – se um deles cair, o prejuízo pode não ser tão grande, já que outros produtos em alta compensam a queda.
É por isso, também, que os fundos têm graus de risco: fundos que alocam uma porcentagem maior do patrimônio em aplicações mais arriscadas têm chances da ganhos mais altos (e perdas maiores), por exemplo.
O que é fundo multimercado?
Entendendo a lógica dos fundos de investimento, fica fácil compreender o que é um fundo multimercado: basicamente, um fundo que pega produtos financeiros dos mais variados tipos e os agrupa – a composição pode incluir títulos de renda fixa, ações, moedas, metais, juros etc.
Ou seja: em um fundo multimercado, os cotistas dão à gestora o poder de aplicar seu dinheiro em vários segmentos. Isso acaba reforçando ainda mais a diversificação.
Os fundos multimercado são, portanto, investimentos em renda variável – aquela em que não é possível garantir um rendimento específico, atrelado a algum índice. Eles podem ter uma previsão de rentabilidade (que varia de acordo com a estratégia montada pela gestora), mas também apresentam riscos.
Se você já conhece alguns fundos multimercados, pode comparar seus riscos e sua rentabilidade com o comparador de fundos da Investnews.
Assim como outros tipos de fundos, o fundo multimercado é uma aplicação coletiva: a gestora reúne os investimentos dos cotistas em um patrimônio e aplica esse valor nos vários produtos. Os lucros e os prejuízos são divididos entre os participantes, sempre proporcionais à quantidade de cotas que cada pessoa detém – em outras palavras, quanto dinheiro cada um investiu.
Tipos de fundo multimercado
Os fundos multimercado têm categorias e subcategorias definidas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), órgão que regula e define boas práticas para empresas de investimentos. A descrição completa deles pode ser vista aqui.
Quais são os custos e impostos de um fundo multimercado?
Fundos multimercado costumam ter alguns custos e taxas específicos – mas que podem variar de acordo com a empresa ou corretora vendendo as cotas. É essencial sempre olhar esses custos com atenção antes de investir em um fundo, já que eles impactam diretamente no retorno da aplicação (e a maioria das empresas dificulta a compreensão).
Principais taxas de fundos multimercados
- Taxa de administração: cobrada pelo gerenciamento do fundo e para remunerar as instituições envolvidas na sua administração. O percentual é anual, mas a taxa vai sendo descontada proporcionalmente todos os dias.
- Taxa de performance: quando o fundo apresenta um desempenho/rendimento maior do que o esperado – como se fosse um "bônus" para a gestora, por entregar um resultado melhor;
Lembrando: essas taxas não são obrigatórias e variam de acordo com a instituição e até com o fundo escolhido.
Quais são os impostos de um fundo multimercado?
A maioria dos fundos multimercado recebe tributação de dois impostos: o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto de Renda (IR) – sendo que o IOF só é cobrado sobre o ganho se a pessoa resgatar seu investimento (retirar o dinheiro) em menos de 30 dias.
O Imposto de Renda, por outro lado, sempre é cobrado sobre a rentabilidade dos fundos e segue uma tabela regressiva de alíquotas – ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor o desconto do IR.
Os fundos podem ser classificados como de curto prazo (vencimento dos ativos, em média, abaixo de 365 dias) ou de longo prazo (acima de 365 dias) e isso muda as alíquotas do Imposto de Renda.
Imposto de Renda em fundos de curto prazo
- Até 180 dias de aplicação: alíquota de 22,5%
- De 181 dias de aplicação em diante: alíquota de 20%
Imposto de Renda em fundos de longo prazo
- Até 180 dias de aplicação: alíquota de 22,5%
- 181 a 360 dias de aplicação: alíquota de 20%
- 361 a 720 dias de aplicação: alíquota de 17,5%
- 721 dias de aplicação em diante: alíquota de 15%
A cobrança do Imposto de Renda em fundos multimercado acontece em um modelo semestral chamado come-cotas (saiba mais sobre ele aqui).
Como resgatar o dinheiro de um fundo multimercado?
Diferentes fundos terão diferentes regras, mas muitos fundos multimercado têm prazo de carência. Isso significa que, após aplicar o dinheiro, não é possível resgatá-lo por um período específico. É muito importante ler com atenção os termos do fundo para não acabar com um dinheiro "preso" sem saber.
Outros dois prazos importantes são a data de conversão (prazo para calcular o valor das cotas) e a data de pagamento (prazo efetivo de quando o dinheiro volta para a pessoa).
Suponha que você investiu seu dinheiro em um fundo multimercado com data de conversão D+3 e data de pagamento D+5. Ao pedir o resgate, o cálculo das suas cotas vai usar como referência o valor delas três dias úteis depois e o depósito será feito cinco dias úteis depois.
Ou seja: você pode pedir o resgate quando as cotas estiverem valendo R$ 4, mas, se elas caírem para R$ 3,90 no terceiro dia útil, esse será o valor usado no cálculo.
Os prazos variam de acordo com cada fundo, mas podem ser bem mais longos, na casa dos meses ou até anos.
Fundo multimercado: vale a pena?
Fundos multimercado podem ser ótimas opções de investimento para quem topa correr algum risco em busca de mais rentabilidade. Mas é essencial também conhecer seu perfil de investidor para tomar decisões mais acertadas – as empresas e corretoras aplicam testes de perfil e direcionam aplicações de acordo com os resultados (veja como é o teste do Nubank).
É preciso levar em conta que fundos multimercado são pensados para quem pode deixar o dinheiro aplicado por longos períodos e com a consciência de que podem haver prejuízos. Ou seja, podem não ser uma boa opção para:
- Quem ainda não tem uma reserva de emergência;
- Pessoas que podem precisar retirar o dinheiro antes do melhor momento;
- Quem prefere aplicações mais seguras e com garantia de rendimentos, ainda que modestos – como os investimentos em renda fixa.
De toda forma, se informar é essencial para tomar a melhor decisão possível com as ferramentas ao seu alcance.
Saiba mais sobre os fundos de investimento do Nubank
Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história aqui.