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Selic alta: quais os melhores investimentos?

Uma taxa Selic alta impacta os títulos de renda fixa de maneiras diferentes. Saiba quais foram os mais beneficiados e os mais prejudicados pelos juros altos.

alta da selic

Depois de atingir o menor valor da história, de 2%, entre agosto de 2020 a março de 2021, a taxa básica de juros do Brasil voltou a subir. Desde o mês de janeiro de 2021, foram 12 altas consecutivas. E a taxa ainda se manteve a mesma por sete reuniões até começar a cair, em agosto de 2023, para 13,25%. Agora, em março de 2024, os juros estão em 10,75% ao ano. Apesar do recuo, a Selic ainda pode ser considerada alta. Nesse cenário, quais investimentos são afetados?  

Até pouco tempo, os brasileiros tinham se acostumado com boas taxas de retorno nesse tipo de aplicação sem correr praticamente nenhum risco. Lá em 2015, quando a taxa Selic era de 14% ao ano, era garantida a rentabilidade real, ou seja, acima da inflação. Quando vieram as sucessivas quedas dos juros básicos da economia, a partir de 2016, os investidores se viram obrigados a buscar outras opções mais lucrativas.

Agora, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu reduzir a Selic de 11,25% para 10,75% ao ano. A decisão ocorreu no dia 20 de março de 2024.

Mesmo com o recuo, os juros seguem altos. Confira, abaixo, como ficam os investimentos quando a Selic está alta.

Quais os melhores investimentos com a Selic alta?

Quando os juros estão baixos isso abre espaço para novas possibilidades de diversificação da carteira de investimentos. Afinal, para buscar retornos maiores, os investidores costumam ir atrás de ativos um pouco mais arriscados da renda variável.

Mas o cenário muda com os juros altos, como ainda estão agora. E as aplicações de renda fixa se tornam protagonistas nesse momento. Confira quais os investimentos mais rentáveis com a Selic alta.

Pós-fixados

Os investimentos pós-fixados são atrelados a um indexador da economia, como a Selic e o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), uma taxa próxima da taxa de juros. Em outras palavras, eles têm esse nome porque, no ato da contratação, você será informado sobre a previsão de lucros, e não sobre o valor exato que o investimento vai render. 

Na prática, o seu investimento pós-fixado vai acompanhar as oscilações do indexador da economia, como a Selic por exemplo.

Com os juros altos, investimentos pós-fixados tendem a ser os principais beneficiados.

Na prática, quando a Selic está alta, os investimentos de renda fixa indexados à Selic e ao CDI passam a oferecer uma remuneração maior. 

Entre os investimentos pós-fixados estão:

Rendimento X risco

Caso você escolha investimentos pós-fixados privados, por exemplo CDBs de bancos, LCIs ou LCAs, é importante que esses títulos tenham taxa de rendimento igual ou superior ao CDI, pois eles têm um risco maior que as aplicações no Tesouro Direto. 

Segundo o analista de investimentos do Nubank José Falcão Castro, os CDBs pós-fixados são uma das aplicações mais seguras do mercado, não sofrem com as oscilações e ainda têm a rentabilidade atrelada a uma taxa de referência, como o CDI, mais um acréscimo.     

“Além disso, é uma opção de renda fixa que conta com a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Alguns emissores podem oferecer taxas que superam a Selic e o CDI. Por exemplo, para prazos de até seis meses, recomendamos CDBs que rendem a partir de 106% do CDI ou acima de 110% para vencimentos mais longos. Quanto maior o prazo, maior pode ser a taxa de retorno, mas sugerimos vencimentos que não ultrapassem dois ou três anos”, afirma.

Investimentos atrelados à inflação

Com a Selic alta, também existem oportunidades nos títulos atrelados à inflação. Os títulos do Tesouro IPCA+ poderão se beneficiar com a alta da inflação se forem levados até a data de vencimento.

O Tesouro IPCA+ é um título híbrido. Em outras palavras, a remuneração é composta pela variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial do país) durante o período de investimento, mais uma taxa fixa, que na sigla é representada pelo símbolo “+”.

E para os próximos meses, a inflação, embora esteja subindo num ritmo menor, ainda está no limite da meta estabelecida pelo Banco Central. Em 2023, a inflação fechou em acumulada em 4,62% – acima dos 3,25% estipulados, e quase no limite, que era de 4,75%. Mas, para 2024, os especialistas ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus projetam que o IPCA fique em 3,90% – a meta para o ano é 3%.

Assim, o Tesouro IPCA+ se torna vantajoso porque proporciona ganhos acima da inflação e, por isso, garante o poder de compra do dinheiro dos investidores. 

“Apesar da inflação mais comportada, pelo Tesouro IPCA+ é possível ter a previsibilidade do juro real, ou seja, quanto o investidor receberá acima da inflação se levado até o vencimento”, detalha Castro.

E caso os juros caiam ao longo dos próximos meses, esse título pode se valorizar com a marcação a mercado. Essa é uma atualização diária tanto nos preços de títulos de renda fixa (como Tesouro Selic e CDBs), quanto em produtos de renda variável, incluindo fundos de investimento. Esse ajuste pode acontecer tanto para baixo quanto para cima.

Caso um título se valorize com a marcação a mercado, é possível vendê-lo por preço maior do que você comprou e, assim, ter lucro.

Poupança ainda vale a pena com a alta da Selic?

Como ficam os investimentos prefixados com a Selic alta?

Os investimentos prefixados são aqueles que oferecem uma taxa de juros fixa logo no início da aplicação. Em outras palavras, ele não está amarrado a nenhum índice, como acontece com o Tesouro Selic. 

Mas não é porque a rentabilidade desses ativos não está amarrada a um indicador que eles não são influenciados pelos índices da economia. 

Um exemplo é o Tesouro Prefixado. O Tesouro Nacional define os juros a serem pagos ao investidor com base nos juros futuros, que são projetados e negociados em contratos diariamente na Bolsa de Valores. E essas projeções dependem da taxa Selic. 

Caso o ciclo de queda da taxa Selic continue, títulos com taxas prefixadas tendem a ter um desempenho melhor, como explica o analista José Falcão Castro. Segundo ele, o investidor consegue ter mais previsibilidade com uma taxa de retorno fixada logo no momento do investimento. 

“Na prática, investimos em um título que rende 10% ao ano, mas se esta taxa (Selic) cair para 8,5% nos próximos anos, continuaremos recebendo a taxa contratada no momento da compra (10%). Por isso, o Tesouro Prefixado atualmente faz sentido dentro de uma carteira diversificada”, explica.

Importante: o investidor só recebe a taxa acordada se mantiver o título até a data de vencimento. Caso venda antes, vai receber o valor negociado no mercado no dia do resgate. 

Clique aqui para entender como o Tesouro Prefixado funciona e para quem é esse investimento

Por que a renda fixa ainda é tão importante?

Rendendo mais ou menos, a renda fixa sempre será uma opção para os investidores mais conservadores e para quem quer diversificar a carteira. 

Ela pode ser usada, por exemplo, para proteger o patrimônio da inflação (lembre-se da rentabilidade real citada acima) e também para a construção de uma reserva de emergência

Vários títulos de renda fixa, como por exemplo os CDBs, também trazem mais segurança por terem garantia do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos. Caso a instituição financeira que emitiu o título quebre, o FGC garante que o investidor recupere até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

As chances desse tipo de problema acontecer são pequenas, mas a proteção é sempre bem-vinda.

A renda fixa ainda pode ser uma alternativa para pessoas que pensam no longo prazo, com investimentos para a aposentadoria, em especial os títulos públicos.

Os especialistas recomendam foco na diversificação, distribuindo o dinheiro em diferentes tipos de aplicações, sempre levando em conta o seu perfil de investidor. O ideal é identificar o perfil e entender qual o melhor investimento para você. Quem tem uma carteira balanceada pode não ter a melhor rentabilidade possível, mas vai suavizar os momentos de queda no final.

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