O cartão de crédito é um recurso incrível – mas com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Taxas de juros, multas e dívidas no cartão podem virar uma dor de cabeça imensa para quem perde o controle. Quando isso acontece, surgem muitas dúvidas: “o que fazer?”, “por onde começar?”, “como negociar dívidas do cartão de crédito?”
Mantenha a calma, encare o problema de frente e saiba que, sim, é possível negociar dívida de cartão de crédito.
Além da negociação direta com a instituição – o seu banco, fintech ou operadora de crédito – também é possível tomar algumas medidas legais, dependendo da situação.
Vale lembrar que nada dispensa o bom controle financeiro – mas, se você já está em atraso e com dificuldades para pagar as parcelas, abaixo você encontra 5 dicas sobre como negociar dívidas do cartão de crédito:
- Comece analisando suas contas para descobrir a causa da dívida;
- Entenda como funciona a negociação de uma dívida;
- Entre em contato com a instituição para negociar;
- Saiba o que a instituição não pode fazer;
- Se não conseguir negociar, peça ajuda de especialistas.
Confira mais detalhes sobre cada uma delas.
1. Antes de negociar dívidas, analise suas contas para descobrir a causa
Inadimplência é ruim para todo mundo: para o cliente, para o banco e para a operadora do cartão. Se você se endividou, o primeiro passo é manter a calma. É fácil se apavorar diante da quantidade de taxas de juros, siglas, contas e leis que estão associadas aos diversos serviços de crédito.
Mas lembre-se: encarar a dívida é o primeiro passo para se livrar dela.
Quem está endividado precisa ter clareza do que está acontecendo com o cartão antes de buscar algum tipo de negociação com a instituição financeira:
- Faça o pente-fino da fatura e confira exatamente quando o descuido ou descontrole aconteceu;
- Analise o seu saldo devedor: separe os valores das compras que você fez das taxas de juros e encargos do cartão.
Entender a origem da dívida é importante para decidir a melhor forma de tentar pagá-la – além de ser uma ótima maneira de evitar que o mesmo problema ocorra de novo no futuro.
Uma das soluções mais comuns para quem está devendo, por exemplo, é a chamada amortização – o pagamento parcelado da dívida acrescido dos juros. Mas a amortização só é possível se você tiver condições de arcar com as parcelas. Por isso, é essencial entender o tamanho do problema.
Outra vantagem de se planejar é poder quitar pedaços grandes da dívida de uma vez – como, por exemplo, usando o 13º salário.
2. Entenda como é o processo para negociar dívidas do cartão de crédito
OK. Agora que você sabe onde se perdeu nos gastos é hora de procurar a instituição financeira para encontrar uma solução. Mas antes é bom entender como vai ser essa conversa.
A conversa será sobre juros
Os juros são a forma de remuneração das instituições financeiras pelo serviço de crédito oferecido aos clientes.
Quando você não paga a sua fatura integralmente, a instituição começa a cobrar os juros do rotativo – isso acontece quando o cliente paga somente parte da fatura e deixa o resto “rodando” até o próximo mês.
Em uma negociação, o objetivo é obter taxas melhores. As opções oferecidas pelo banco ou operadora na hora de negociar irão incluir algum tipo de taxa de juros, no entanto, elas precisam ser informadas de forma clara e transparente. Caso contrário, o cliente pode encaminhar uma queixa diretamente ao Banco Central (BACEN).
O cliente terá algumas opções na hora de negociar dívidas
Para entender como negociar dívida de cartão de crédito, é muito importante estar por dentro das opções que estão disponíveis. Existem várias formas de quitar uma dívida, mas as duas mais comuns são:
- Amortização: nada mais é do que o parcelamento dessa dívida no próprio cartão com uma taxa de juros. Nesse caso, é preciso definir o número de parcelas, qual o pagamento mínimo e quanto de juros o cliente vai pagar no período.
- Empréstimo: nesse caso, o cliente pega um dinheiro emprestado com a instituição (geralmente, o banco), quita a dívida do cartão e fica com a dívida do empréstimo. No caso de empréstimos pessoais, há várias opções como antecipação do Imposto de Renda, crédito consignado, ou adiantamento do 13º salário. As próprias instituições costumam oferecer algumas delas.
É hora de fazer perguntas
Para saber se um empréstimo vale a pena, no entanto, anote as informações sobre taxas de juros, parcelas, formas de negociação, prazo de vencimento e prazo para a quitação da dívida. Em outras palavras: pergunte quanto vai custar esse empréstimo, quando você começará a pagar e quais são as condições de pagamento.
O que considerar antes de tomar uma decisão?
Quais taxas irão incidir sobre o cálculo da dívida?
O tipo de taxa dependerá do tipo da dívida. No geral, as taxas mais comuns são: crédito do rotativo e os juros proporcionais aos dias de atraso.
Qual é o tipo de parcelamento?
Para quem está endividado, normalmente, ter parcelas fixas é uma opção mais interessante, pois ajuda a planejar melhor as finanças. Ou seja, oferece um norte sobre quanto exatamente irá precisar separar por mês para quitar sua dívida. O Banco Central disponibiliza uma calculadora para simular financiamentos com parcelas fixas e correção de valores.
Quais valores do IOF irão incidir sobre as diferentes opções?
O IOF é um imposto cobrado pelo governo e a sua alíquota é diferente dependendo do tipo de operação. Ou seja, você pode pagar mais ou menos imposto dependendo de qual opção escolher para quitar a sua dívida.
Por exemplo: no caso de empréstimos, é cobrado 0,38% de IOF sobre o valor total mais uma porcentagem de 0,0082% por dia, calculada de acordo com o prazo de pagamento. Já no crédito rotativo, é cobrado 0,38% sobre o valor atrasado mais 0,0082% por dia, até que a dívida seja quitada. Neste caso, o acumulado do IOF diário não pode passar de 3% – independentemente da quantidade de dias que a dívida corra.
Quanto você irá conseguir pagar por mês?
Lembre-se: antes de decidir se vale a pena pedir um empréstimo, pense nos seus gastos mensais. Tenha um planejamento dos seus gastos futuros para não transformar uma dívida impagável em outra ainda pior. Pequenos gastos em diferentes categorias podem acabar se tornando uma bola de neve na hora de reunir o montante das parcelas mensais.
3. Procure a operadora para negociar dívidas
As instituições financeiras devem oferecer um canal direto para a renegociação de dívidas com os clientes. Isso é chamado de negociação extrajudicial – ou seja, sem envolver a Justiça.
Os contatos geralmente aparecem no site ou aplicativo dos cartões e bancos. Em muitos casos nem é preciso comparecer pessoalmente: basta ligar para a central de atendimento.
Informe a instituição sobre o quanto você realmente pode pagar por parcela, para que o consenso possa ser encontrado com maior facilidade.
Antes de fechar qualquer contrato para quitar a dívida do cartão, lembre-se dos pontos já mencionados acima:
- Conheça todos os custos envolvidos;
- Não assuma uma dívida maior do que você pode arcar. Isso inclui tanto o valor da parcela quanto as taxas de juros envolvidas;
- Tenha uma conversa franca com a operadora do cartão ou banco para que ambos consigam chegar ao acordo que melhor vai funcionar para os dois.
Lembre-se de que é do interesse de todo mundo que a dívida seja quitada.
O que acontece em caso de acordo?
Caso seu nome tenha sido incluído em listas negativas de órgãos de proteção ao crédito, como Serasa, SPC Brasil ou Boa Vista SCPC, a agência credora é obrigada a retirá-lo de lá já na primeira parcela, uma vez que você buscou alternativas para quitar suas dívidas.
4. Saiba o que a instituição não pode fazer
O Código de Defesa do Consumidor é um grande aliado para saber como negociar dívidas. Por lá, fica estabelecido que:
- A instituição não pode cobrar mais de 30% do que você recebe mensalmente para quitar a dívida, no caso de empréstimos comuns, e 35% para créditos consignados;
- Você também não é obrigado a contratar serviços de seguro para poder renegociar sua dívida. Se as alternativas propostas pelo banco ou instituição financeira não resolvem a sua dívida, procure o PROCON para saber dos seus direitos em cada caso.
5. Em último caso, peça revisão de contrato ou consulte especialistas
Nem sempre o acordo extrajudicial é possível. Se você não conseguir encontrar uma solução para a dívida que funcione para o seu caso, é possível procurar assessoria gratuita em negociações.
Neste caso, consulte o Programa de Defesa do Consumidor (PROCON) de sua região ou a Defensoria Pública para orientação judicial.
Se a situação for muito grave, você pode consultar especialistas em finanças (como contadores ou analistas financeiros) que ajudam na organização das contas e evitam que esse tipo de situação ocorra novamente. Algumas instituições públicas, como a Universidade de São Paulo (USP), oferecem um serviço de orientação financeira gratuito.
Resumindo
Se você está com as parcelas em atraso do seu cartão de crédito:
- Saiba que existem várias formas de negociar dívidas do cartão de crédito. O primeiro passo para a negociação e para o planejamento é organizar dos valores devidos;
- Em seguida, se informe a respeito dos seus direitos e das regulamentações referentes aos cartões de crédito;
- Procure a instituição financeira para negociar a dívida.
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