Imprevistos acontecem e às vezes comprometem o orçamento, interferindo no planejamento financeiro. Nessa hora, as contas do mês podem ficar para depois, mas algumas delas precisam de mais atenção, como é o caso da fatura do cartão de crédito. Se você deixar de pagar o valor integral da sua, cai no crédito rotativo.
Mas, o que é o crédito rotativo? Como funciona essa modalidade de crédito e quais os juros cobrados? Entenda, a seguir, estas e outras dúvidas sobre o crédito rotativo.
O que é crédito rotativo?
O crédito rotativo é uma linha de crédito associada ao uso do cartão de crédito. Na prática, ela financia o valor da fatura que não é paga na data de vencimento.
Quando a pessoa paga uma quantia menor que o total da fatura, o valor restante entra na fatura seguinte – e sobre este valor em aberto são cobrados juros.
Na prática, entrar para o rotativo significa que o cliente está pagando juros em cima do valor que não conseguiu quitar.
Como funciona o crédito rotativo?
Até abril de 2017, bancos e instituições financeiras podiam oferecer crédito rotativo ilimitado aos clientes. O que acontecia? A pessoa entrava no rotativo, não conseguia pagar, o valor entrava para a fatura seguinte e essa dívida virava uma bola de neve, mês após mês.
Como os juros do rotativo eram muito altos e muita gente estava se endividando, o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central mudaram as regras. Desde então, a pessoa pode usar o crédito rotativo no máximo por 30 dias.
Caso, no mês seguinte, ela não consiga pagar o valor total da fatura que inclui o crédito rotativo, a instituição financeira é obrigada a oferecer alguma opção mais vantajosa – geralmente o crédito parcelado, que tem juros menores.
Quais são os juros do crédito rotativo?
Os juros do crédito rotativo eram considerados um dos maiores do mercado. Desde outubro de 2023, contudo, a Lei do Desenrola Brasil estabeleceu um teto para essa cobrança. O valor dos juros do crédito rotativo e também do parcelamento da fatura do cartão de crédito não podem ultrapassar 100% da dívida, independentemente do prazo do endividamento.
Na prática, uma pessoa que deixa de pagar R$ 100 da fatura e entra no crédito rotativo, vai pagar até R$ 100 de juros – ou seja, a dívida total pode chegar a, no máximo, R$ 200. Importante reforçar que esse 100% é o teto, o limite dos juros que podem ser cobrados no crédito rotativo. Esse não é o valor dos juros que você vai pagar já na próxima fatura.
Se eu realizar novas compras no mês seguinte, como fica?
Vamos supor que você entrou no crédito rotativo e continuou usando o cartão de crédito. O que acontece é que, na fatura seguinte, o valor total a pagar será a soma das seguintes partes:
- Saldo da fatura do mês anterior mais os juros sobre esse valor;
- Parcelas de compras passadas, caso você tenha;
- Valores das compras realizadas depois do fechamento da última fatura.
O que acontece se o valor total da fatura seguinte também não for paga?
De acordo com as regras do Conselho Monetário Nacional, uma pessoa não pode entrar no crédito rotativo mais de uma vez seguida. Se você entrou no crédito rotativo na fatura passada e não vai pagar o valor integral da fatura seguinte, a instituição financeira é obrigada a oferecer outras formas de financiar o saldo devedor.
A mais comum é o parcelamento da fatura, cujos juros também não podem ultrapassar 100% da dívida. Nessa modalidade de crédito, o valor total que você deve no cartão de crédito será parcelado.
Qual a diferença entre o crédito rotativo e o parcelamento do cartão de crédito?
Tanto o crédito rotativo quanto o parcelamento da fatura são formas de financiamento do saldo devedor da fatura do cartão de crédito. Além disso, ambos têm o mesmo limite de cobrança de juros, de 100% do valor da dívida, mas existem diferenças importantes entre essas duas linhas de crédito.
O crédito rotativo é ativado automaticamente, assim que a pessoa não paga o valor total da fatura, os juros são aplicados sobre o total do saldo e o valor final dessa dívida é "cobrada", integralmente, já na próxima fatura.
Já o parcelamento pode ser acionado ativamente pelo cliente. Com ele, o valor total da dívida é parcelado, ajudando a pessoa a ter um controle maior do que vai pagar. Além disso, apesar do limite de cobrança de juros ser o mesmo que o do crédito rotativo, no parcelamento da fatura, na prática, os juros costumam ser menores.
A instituição financeira pode parcelar automaticamente o saldo do crédito rotativo?
Se estiver previsto no contrato do cartão, sim, mas os juros devem ser menores do que os do crédito rotativo.
É importante dizer, entretanto, que o cliente pode solicitar o cancelamento das cláusulas do contrato referentes a parcelamentos automáticos. Por isso, leia sempre os contratos.
Além disso, a instituição financeira deve mostrar de forma clara, na fatura do cartão, o valor da parcela que está sendo paga, os juros cobrados e quaisquer outras informações necessárias para o entendimento do cliente.
Segundo o Banco Central, o cliente pode aceitar as opções de financiamento oferecidas pela instituição ou, se preferir, pode negociar as condições com a empresa.
Não vai conseguir pagar o valor total da fatura? Não espere entrar no crédito rotativo
A vida é cheia de imprevistos e ninguém quer depender do crédito rotativo, por isso é importante se planejar. Caso você já saiba que vai ficar complicado pagar o valor total da fatura do cartão de crédito, se antecipe: analise as opções que a sua instituição financeira tem para não entrar no crédito rotativo.
No Nubank, por exemplo, você tem diversas opções de empréstimos, fáceis de contratar, com informações claras e sem burocracia. Uma delas é o empréstimo pessoal. Com ele, você simula as condições, prazos e valor da parcela direto pelo aplicativo do Nubank. Assim, você paga o valor integral da sua fatura, resolve outras pendências e coloca a sua vida financeira em dia. Para conhecer as opções de empréstimos liberadas para você, basta acessar a tela inicial do aplicativo, e entrar na seção "Empréstimos".
Como evitar o crédito rotativo?
Algumas atitudes simples podem te ajudar a não cair no crédito rotativo.
- Anote seus gastos para ter maior controle sobre o seu orçamento e não gastar mais do que pode pagar;
- Não perca a data de vencimento da sua fatura;
- Sempre que puder, pague o total da fatura para evitar qualquer tipo de juros;
- Acompanhe de perto a sua vida financeira e, se perceber que não vai conseguir pagar o valor integral da fatura, encontre outras opções de parcelamento com o seu banco antes da data de vencimento;
- Enquanto estiver pagando o parcelamento, tenha o controle dos seus gastos e da sua renda para não entrar em uma nova dívida;
- Estabeleça um teto de gastos no cartão de crédito. Para estabelecer esse limite, saiba a sua renda, entenda os gastos fixos que você tem e o valor do seu custo de vida;
- Acompanhe a sua fatura do cartão de crédito ao longo do mês. Se o valor já estiver perto do limite, é hora de deixar as compras para depois.
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