Provavelmente você já deve ter identificado no aplicativo do seu banco ou na fatura do cartão de crédito a sigla IOF. Ela aparece quando fazemos saques e compras no exterior, negociamos a fatura do cartão de crédito, resgatamos investimentos e em outras movimentações financeiras. Mas, afinal, qual é o valor do IOF?
A sigla IOF significa "Imposto Sobre Operações Financeiras" e, muitas vezes, ela é confundida de maneira equivocada com uma taxa de juros.
Entenda a seguir como descobrir o valor do IOF e como é calculado esse imposto.
O que é IOF?
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é um imposto federal pago por pessoas físicas e jurídicas ao efetuarem operações de crédito, câmbio, seguro ou operações de títulos e valores mobiliários. Ou seja: fazer um empréstimo, comprar dólares para viajar, fazer saques com o cartão de crédito, resgatar algum investimento etc.
O valor do IOF cobrado varia conforme o tipo de operação financeira e o valor dessa operação. Explicaremos ao longo do conteúdo.
Esse imposto é uma grande fonte de arrecadação do Governo e usado como uma das formas de controlar a economia do país. Através dos dados coletados com as movimentações financeiras, é possível criar índices que funcionam como um “termômetro” da economia: quanto mais IOF arrecadado, mais operações financeiras ocorreram.
Nem sempre, no entanto, um maior índice de IOF significa economia em crescimento, pois ele inclui também outros tipos de movimentações, como a contratação de empréstimos.
Por que apareceu "cobrança de IOF" na fatura do cartão de crédito?
É muito importante ressaltar que não existe cobrança de IOF nas compras do dia a dia feitas com o cartão de crédito – sejam elas parceladas ou não.
O IOF só aparece na sua fatura quando você realiza algum tipo de ação que é classificada como uma "operação financeira".
No caso do cartão de crédito, dependendo do contrato, o IOF vai aparecer sempre que ocorrerem as seguintes situações:
- Atraso no pagamento da fatura – porque o valor acumulado se torna uma dívida e vai para a linha de crédito chamada de rotativo, o que é considerado uma operação financeira;
- Compras no exterior, inclusive pela internet, sobre as quais incidem também as taxas cambiais;
- Pagamento mínimo da fatura ou não pagar integralmente a fatura do cartão no período solicitado;
- Financiamento da fatura do cartão de crédito;
- Empréstimos por meio do cartão de crédito;
- Compras acima do limite do cartão;
- Saques no cartão de crédito, no Brasil e no exterior.
É importante lembrar que o IOF não é uma taxa de juros, mas sim um imposto obrigatório cobrado por operação financeira. Como ele incide em diversos tipos de dívidas (empréstimos, por exemplo), muitas pessoas confundem o IOF com as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras. Mas lembre-se: o IOF e os juros são duas coisas diferentes.
Por exemplo: se você entrou no rotativo do cartão além dos juros cobrados pelo banco ou operadora, precisará pagar o IOF ao governo.
O valor do IOF aparece no extrato da sua fatura e não há como evitar nem negociar esse número. Pagar as contas em dia e controlar os gastos mensais é o melhor caminho para evitar o acúmulo de juros e a cobrança do IOF sobre as dívidas.
Qual o valor do IOF hoje?
IOF para empréstimo e financiamento | de 0,38% a 3,38% |
IOF para cartão de crédito | 4,38% em 2024 |
IOF para seguro | até 25% |
IOF para câmbio de moedas | 1,1% sobre o total |
Além disso, a alíquota deste imposto varia de acordo com o tipo de operação realizada. Além das operações descritas na tabela acima, outra importante variação do IOF é a aplicada no resgate de investimentos feito em menos de 30 dias após a aplicação. Neste caso, o percentual pode chegar até 96% do rendimento, a depender do número de dias que tem a aplicação.
Lembrando que todos os valores acima podem ser alterados de acordo com decisões do Governo. Por exemplo, desde o dia 2 de janeiro de 2023, o IOF sobre compras no exterior vem passando por quedas graduais até ser zerado em 2028, conforme cronograma a seguir:
- 2023: 6,38% para 5,38%;
- 2024: 5,38% para 4,38%;
- 2025: 4,38% para 3,38%;
- 2026: 3,38% para 2,38%;
- 2027: 2,38% para 1,38%;
- 2028: 1,38% para zero.
A mudança aconteceu a partir de um decreto nº 11.153, assinado em 28 de julho de 2022.
Cobrança também varia de acordo com a operação
Outro ponto importante é entender que a forma como o imposto é cobrado também varia de operação para operação.
Se você utiliza seu cartão no exterior o cálculo do IOF se baseia no valor da compra já convertido em reais, e não na moeda estrangeira.
Nas movimentações envolvendo empréstimos e financiamentos, sejam linhas de crédito pessoal ou para compras de bens, é cobrado o IOF sobre o valor cobrado no momento da contratação do serviço.
Já no cheque especial, uma das linhas de crédito mais caras do mercado, a taxa de juros sobre a dívida é atualizada todos os diase o IOF também é aplicado diariamente.
Os investimentos devem ser considerados caso a caso. Os CDBs, por exemplo, podem ser taxados, dependendo do caso. Em geral, se há movimentação do dinheiro investido antes de 30 dias de aplicação, há incidência de IOF.
Essa é uma maneira de o Governo desencorajar a retirada de dinheiro em períodos curtos de tempo, o que prejudica o sistema financeiro.
Como calcular o valor do IOF?
O cálculo do valor do IOF varia conforme cada operação - mas vamos tomar como exemplo os dois tipos mais corriqueiros: cheque especial e compras no exterior.
Cheque especial
Imagine que você tinha R$ 3 mil em sua conta no banco e gastou R$ 3,1 mil. Esse valor de R$ 100, o chamado saldo devedor, entra no cheque especial. A cobrança de IOF acontecerá todos os dias e será de 0,38% sobre esses R$100 da dívida.
Vale lembrar que o IOF é um imposto do Governo Federal, mas pode haver outras taxas do banco cobradas sobre o montante da dívida. Consulte o Custo Efetivo Total (CET) do crédito que você contratou para saber exatamente quais encargos e taxas estão incidindo sobre ele. Em geral, essa informação está disponível no contrato do empréstimo, da conta bancária e do seu cartão de crédito.
Compras no exterior
Quem usa o cartão de crédito para compras internacionais – inclusive as feitas online – paga um IOF de 4,38% sobre o valor dessas compras em real. Esse valor vale até o fim de 2024.
Já quem decide fazer aquisição de moeda em espécie - o chamado "dinheiro vivo" - paga um IOF menor, de 1,1%.
Mas isso não significa que é melhor comprar o dinheiro em espécie na hora de viajar - afinal, o principal problema de carregar dinheiro é o risco de perdas.
No caso de compras internacionais com o cartão de crédito, para fazer o cálculo do valor do IOF, o primeiro passo é saber qual a movimentação que você deseja fazer.
Por exemplo, suponha que você fez uma compra de R$ 1 mil no exterior com seu cartão de crédito. A alíquota será cobrada sobre o montante total da sua compra. Assim, o IOF a ser pago é de R$ 43,80, no caso da alíquota vigente até o fim de 2024, de 4,38%. Na sua fatura, deverá aparecer o valor de R$ 1.043,80.
De qualquer forma, vale lembrar que, além do IOF, quem for gastar fora do país precisa checar também as taxas cambiais na hora de decidir fazer suas compras.
A taxa de conversão cambial é usada para calcular o valor em real da moeda estrangeira. No caso do dinheiro vivo, é preciso saber qual é a taxa do dia na hora de comprar dólares, por exemplo.
Leia mais:
Como saber qual é o valor do IOF?
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