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Tesouraria: o que é e para que serve essa área de uma empresa?

Um dos setores mais importantes da administração de uma empresa, a tesouraria requer atenção aos detalhes e cuidado com as finanças.
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Cuidar das contas da empresa. Garantir que o fluxo de caixa esteja funcionando sem gargalos. Manter receitas e gastos em dia, controlando as finanças. São muitas as funções da área da tesouraria dentro de uma companhia – e engana-se quem pensa que esse setor só deve existir em grandes corporações. 

Pelo contrário: ter uma operação de tesouraria bem estruturada é vital para o sucesso de qualquer empresa, não importa o seu tamanho. 

Abaixo, você vai entender melhor o que é uma tesouraria, para que ela serve e quais são seus pilares. Também vai saber o que faz um tesoureiro e qual é o perfil desse profissional, e tirar outras dúvidas sobre a área.

O que é tesouraria?

A tesouraria é o setor das empresas que cuida do fluxo de entrada e saída de recursos financeiros, bem como seu controle, inspeção e organização. Em outras palavras, é a área que gerencia os gastos e as receitas em qualquer organização, com o objetivo de organizar a situação financeira. 

Normalmente, a tesouraria é uma área que existe com esse nome apenas em grandes empresas, mas as tarefas que ela compreende podem existir em organizações de qualquer tamanho, do Microempreendedor Individual (MEI) até companhias com milhares de funcionários. 

De acordo com especialistas em gestão empresarial, a tesouraria é uma das três áreas da administração financeira – sendo as outras duas o planejamento e o controle de negociações de médio e longo prazo. Juntas, as três áreas têm como principal meta criar valor para a empresa, reduzir custos e aumentar lucros. 

Mesmo que uma empresa seja de pequeno porte, é importante saber como a tesouraria funciona, porque a falta de uma tesouraria estruturada pode atrapalhar demais a vida financeira de uma empresa. E uma vida financeira caótica pode levar a dívidas ou até mesmo à falência, daí a importância da tesouraria. 

O que é tesouraria passiva? E a tesouraria ativa?

Falando sobre tesouraria, dois termos costumam aparecer, a tesouraria passiva e a tesouraria passiva. Eles podem ser definidos de forma rápida da seguinte maneira:

  • Tesouraria ativa: diz respeito a ativos líquidos como depósitos bancários, caixa e títulos que podem ser negociados, por exemplo. Há ainda os ativos quase líquidos – isto é, com pagamento próximo ou já disponíveis para outros fins. Um imóvel, por sua vez, não entra nessa conta, uma vez que é pouco líquido, ou seja, demora para ser transformado em dinheiro. A tesouraria ativa, portanto, diz respeito ao dinheiro que entra.
  • Tesouraria passiva: diz respeito a passivos imediatos ou quase imediatos, como despesas obrigatórias, pagamentos de empréstimos ou financiamentos, por exemplo. A tesouraria passiva se refere ao dinheiro que sai da empresa.

Para que serve a tesouraria?

Responsável por diferentes tarefas, a tesouraria tem inúmeras finalidades na vida financeira de uma empresa. Esse setor vai cuidar, por exemplo, de que todos os pagamentos sejam feitos no prazo correto, bem como organizar o fluxo de caixa da empresa ao longo do mês – afinal de contas, como se pode imaginar, clientes diferentes costumam ter datas diferentes para pagamentos. 

É a tesouraria, por exemplo, que tem a missão de evitar que o caixa da empresa fique no vermelho após o pagamento do salário dos colaboradores. Ou ainda, cobrar os clientes nas datas de pagamento corretas, buscando evitar possíveis prejuízos e danos ao caixa.

Quais são os três pilares da tesouraria?

A tesouraria costuma ser dividida em três pilares, cada um deles responsável por determinadas atividades desse setor. Veja, abaixo, quais são.

Linhas de financiamento

É muito raro que uma empresa consiga financiar seus planos iniciais, novos projetos ou a expansão de suas operações apenas com capital próprio. Por isso, é comum que os empreendedores busquem linhas de financiamento, e cabe ao setor de tesouraria encontrar as linhas mais eficientes para atender às diferentes necessidades de capital de giro da empresa. 

Além da eficiência, um bom gestor de tesouraria deve cuidar para que a taxa de juros seja amigável e esteja alinhada com a realidade financeira da empresa. Caso isso não aconteça, uma escolha errada pode atrapalhar em vez de ajudar o negócio. 

Aplicações financeiras

Muitas vezes, além de captar linhas de financiamento, a tesouraria também é responsável por organizar as aplicações financeiras da empresa. Isto significa entender qual é a melhor alocação de recursos para que a empresa conquiste seus objetivos. 

Tal como fazer uma escolha de investimentos na vida pessoal, essa alocação precisa levar em consideração os planos e a necessidade de liquidez da empresa, ou seja, se será necessário ter capital disponível em curtíssimo prazo. Cabe ao tesoureiro fazer o planejamento estratégico para definir em quanto tempo será necessário acessar os recursos e onde eles devem ser investidos.

Proteção de risco

Todo negócio está sujeito a riscos, da inadimplência de clientes a problemas em linhas de crédito, flutuação do câmbio ou outras adversidades de mercado. Assim, é importante que a tesouraria se preocupe em proteger as empresas de seus principais riscos financeiros, garantindo que o dinheiro seja administrado de modo a não ser um problema na operação da companhia. 

Isso vale tanto para grandes alocações de recursos quanto para o controle dos gastos do dia a dia.

Quais são as operações da tesouraria?

Além das atividades citadas acima nos três grandes pilares da tesouraria, esse setor costuma ter a responsabilidade de cuidar de diferentes operações. Abaixo, você confere quais são algumas delas. 

Atualização cadastral

A tesouraria é a área responsável por gerir a relação com os clientes que têm dívidas com a empresa e também por cuidar dos fornecedores para quem a companhia precisa realizar pagamentos. Por isso, é natural que esse setor também cuide da atualização de cadastro de clientes e fornecedores, incluindo dados bancários e contábeis para evitar problemas em movimentações financeiras.

Assim, quando houver alguma informação pendente ou desatualizada, cabe à tesouraria avisar outras áreas da empresa, buscando solucionar todos os problemas para deixar o controle financeiro em dia. 

Monitoramento e organização do fluxo de caixa

Outra operação importante da tesouraria é acompanhar o dia a dia do fluxo de caixa, fiscalizando entradas (receitas, juros, fluxo de capital) e saídas (pagamentos, dívidas, taxas e impostos) que acontecem na companhia. 

Um fluxo de caixa simples pode ser feito em uma planilha, mas há também softwares específicos que ajudam os tesoureiros a monitorar precisamente as movimentações. Para quem lida com muitas operações ou cenários complexos, automatizar esses processos pode ajudar na produtividade da tesouraria.

Gerenciamento de recursos

Além de fiscalizar o fluxo de caixa, a tesouraria também é responsável por fazer a gestão financeira da empresa, entendendo como o dinheiro deve ser gasto por diferentes áreas. Aqui, a meta é simples: evitar que a empresa gaste demais e garantir que haja recursos para manter e viabilizar as atividades básicas além de investimentos específicos.

Acompanhamento de contas e encargos

Assim como você tem sua conta no banco para guardar seu dinheiro e checa o saldo para saber como estão suas finanças, o mesmo acontece com uma empresa. 

É justamente o setor de tesouraria que deve monitorar as contas bancárias e os investimentos das organizações, entendendo se há oportunidades de otimizar esses processos – pagando uma taxa menor de manutenção, por exemplo, ou aproveitando benefícios de bancos.

O que faz um profissional de tesouraria?

A tesouraria compreende uma série de atividades diferentes, que precisam ser desempenhadas por profissionais que dominem a área. O nome dado aos profissionais de tesouraria é tesoureiro ou tesoureira, e eles são responsáveis por diversas atividades, incluindo: 

  • supervisionar o caixa; 
  • preparar movimentos de compensação; 
  • emitir notas fiscais; 
  • contabilizar despesas e impostos; 
  • calcular receitas; 
  • conferir o movimento financeiro; 
  • organizar contas bancárias e fazer transações entre elas; 
  • conferir a documentação de clientes e fornecedores; 
  • gerir normas internas; 
  • controlar orçamentos; 
  • gerenciar cobranças, contas e pagamentos; 
  • administrar os recursos financeiros; 
  • estudar rentabilidade de investimentos; 
  • fazer captação de recursos e negociar linhas de crédito; 
  • acompanhar mudanças de tributação e leis; 
  • alocar investimentos; 
  • remanejar recursos, entre outros. 

Qual é o perfil de um profissional de tesouraria?

Para desempenhar tantas atividades, um profissional sênior de tesouraria precisa ser experiente. Normalmente, essa pessoa precisa ter vasto conhecimento na área de finanças, bem como dos processos de administração financeira e contábil.

Um bom tesoureiro ou tesoureira precisa ter algumas características para realizar um bom trabalho. Entre elas, estão: 

  • organização;
  • disciplina;
  • transparência; 
  • velocidade de raciocínio; 
  • ser adaptável; 
  • capacidade de pensamento crítico;
  • boa comunicação; 
  • visão analítica; 
  • facilidade com números.

Entre os principais cursos superiores que um profissional de tesouraria pode fazer para começar a se habilitar, estão Gestão Financeira, Ciências Contábeis, Economia e Administração, com duração média de quatro a cinco anos. Além disso, profissionais das áreas de Engenharia ou Matemática também costumam se dar bem nessa área. 

Caso você não tenha feito um desses cursos mas queira trabalhar com tesouraria, uma boa dica pode ser fazer cursos de especialização e pós-graduação específicos para trabalhar no ramo. Outra dica é buscar se aproximar de atividades como gestão de caixa, uma vez que a experiência costuma ser pré-requisito para trabalhar em tesourarias de empresas.

O que são ações em tesouraria?

Essa dúvida costuma surgir entre profissionais que já possuem algum conhecimento no universo do mercado financeiro, uma vez que ações em tesouraria são um tema ligado à forma como as empresas negociam suas ações. 

Imagine que uma determinada empresa tem ações negociadas na bolsa de valores. Ao contrário do que muita gente pode imaginar, porém, ela oferece apenas uma pequena parte de seus papéis na bolsa, dado que esses ativos são pequenas partes da empresa – e seria muito arriscado ter a empresa toda sujeita à volatilidade de compradores e vendedores.  

Em alguns casos, as próprias empresas também podem fazer a compra de suas ações, por diferentes motivos. Entre eles, podem ser citados: 

  • uma forma da empresa gerar valor para seus acionistas, uma vez que com menos ações no mercado, cada papel que resta nas negociações pode valer mais; 
  • uma busca da empresa de aumentar seu próprio patrimônio;
  • proteção contra aquisição agressiva, que pode acontecer quando um grupo rival começa a adquirir papéis da empresa de forma a buscar o controle acionário. 

Independentemente do motivo, o importante é que quando a empresa faz a recompra de seus papéis, eles precisam ficar estocados na própria empresa – e o nome técnico dado a esse “armazenamento” é justamente ações em tesouraria, uma vez que é o setor da tesouraria que fica encarregado de cuidar desses papéis. 

Não é uma prática que as empresas podem fazer sem cuidado, pelo contrário. Segundo a lei 6.404/1976, as empresas só podem tirar de circulação até 10% das ações totais. 

https://www.youtube.com/watch?v=S-3BXHNPvhk&list=PLTPJoMFW9onsAwC6p4dBdwoftcsgA-fbZ&index=37

Como lidar com ações em tesouraria no balanço patrimonial?

Se você trabalha em uma empresa que tem ações em tesouraria e precisa fazer o balanço patrimonial, lembre-se do seguinte: esses papéis devem ser considerados como uma dedução do patrimônio líquido, mostrando os recursos que foram utilizados para sua aquisição no mercado. Normalmente, elas costumam ser consideradas como passivos.

Ação em tesouraria conta como ativo?

Não, as ações em tesouraria não podem ser incluídas como ativos no balanço patrimonial. Isso acontece porque, apesar de fazerem parte do patrimônio da empresa, elas normalmente representam um passivo – já que a companhia gastou recursos de seu caixa para adquiri-las no mercado. 

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