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Quais investimentos mais renderam em 2022?

Em um ano cheio de acontecimentos importantes para a economia do Brasil e do mundo, a renda fixa foi a grande estrela entre os principais investimentos. Veja as aplicações que mais renderam em 2022 e as que não foram tão bem.

Veja o rendimento de investimentos que você conhece e entenda o que pode afetar o desempenho deles nos próximos meses.

Turbulento, desafiador, difícil. Não faltam adjetivos para classificar o ano de 2022 quando o assunto é o mercado financeiro. Afinal, vários acontecimentos complicaram a vida dos investidores ao longo dos meses e impactaram diretamente a rentabilidade de diversas aplicações.

Para começar, a guerra entre Rússia e Ucrânia afetou o mercado de commodities, como petróleo e grãos. Além disso, a política de Covid zero na China e a inflação nos Estados Unidos, que fez os juros subirem por lá, também contribuíram para o cenário negativo no Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=upAIXOcr1xs

Por aqui ainda vimos uma escalada da inflação e o aumento da taxa básica de juros, a Selic. Diante de tudo isso, foram as aplicações conservadoras, como a renda fixa, que apresentaram os melhores desempenhos. 

Claro que rentabilidade passada não garante retornos futuros, mas entender o que aconteceu em 2022 pode ser importante para planejar os investimentos de 2023, já que alguns dos principais eventos econômicos globais continuam acontecendo.

Por isso, veja abaixo os investimentos que mais renderam em 2022 e aqueles que não foram tão bem.

Quanto foi o rendimento de investimentos de renda fixa?

Usada pelo Banco Central para controlar a inflação, a taxa básica de juros Selic começou 2022 em 9,25% e passou por cinco aumentos consecutivos antes de se estabilizar e fechar o ano em 13,75%.

Isso colocou o Tesouro Selic como o investimento mais rentável de 2022. Outras aplicações mais conservadoras, como por exemplo CDBs que pagam 100% do CDI, também tiveram retornos significativos.

Confira, abaixo, o desempenho dos principais investimentos de renda fixa no ano de 2022.

InvestimentoRendimento
Tesouro Selic 2027+13,11%
Tesouro Selic 2025+12,90%
Tesouro Selic 2024+12,71%
Tesouro Selic 2023+12,53%
CDB 100% do CDI+12,37%
Tesouro IPCA 2024+10,40%
Poupança+7,9%

Por que isso aconteceu?

De maneira geral, quando a Selic sobe, as outras taxas de juros também aumentam, como as de empréstimos, cheque especial, cartão de crédito, de financiamentos e também de alguns investimentos, principalmente os de renda fixa. 

No caso do Tesouro Selic e da poupança, quanto mais a Selic sobe, mais eles rendem. E neste último caso, o rendimento segue a seguinte regra:

  • Se a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + taxa referencial;
  • Agora, se a taxa de juros estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês sobre o valor depositado + TR. 

O rendimento dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) que acompanham o CDI também sobe com a alta dos juros. Isso acontece porque o CDI acompanha de perto a evolução da taxa Selic. Portanto, quando os juros sobem, os CDBs que pagam o CDI também rendem mais. 

Quanto foi o rendimento de investimentos de renda variável?

Na Bolsa de Valores, o resultado foi bem mais modesto. O cenário internacional ruim afetou diretamente o mercado brasileiro. O Ibovespa, principal índice na B3, engatou uma sequência de quedas em meio a uma forte alta na taxa de juros. 

“Quando a inflação finalmente começou a ceder, vieram as eleições e, com ela, o risco fiscal. Isso esfriou o avanço do principal índice da nossa Bolsa de Valores, fechando os dois últimos meses do ano em queda. Se não fosse uma alta substancial de 6,53% na penúltima semana do ano, o Ibovespa teria encerrado o ano no negativo mas, diante disso, encerrou em alta de 4,69%”, explica Ângela Tosatto, analista de investimentos do Nubank.

No caso de outros ativos de renda variável, o resultado foi ainda pior, com números negativos. Veja a seguir.

InvestimentoRendimento
Ibovespa+4.69%
Dólar-5.3%
Bitcoin-66.5%

O que aconteceu com o dólar?

O dólar desvalorizou 5,3% frente ao real em 2022. E o motivo, mais uma vez, foi a taxa de juros elevada aqui no Brasil. É que os juros mais altos atraíram investidores estrangeiros, que investiram tanto na Bolsa quanto em títulos públicos.

Esse fluxo estrageiro traz mais dólares para o mercado brasileiro e, com isso, a moeda norte-americana fica mais “barata”. Em outras palavras, ela se desvaloriza frente ao real. 

“Uma taxa de juros elevada torna o real atraente para uso em estratégias de ‘carry trade’, que consistem na tomada de empréstimo em países de custos de empréstimo baixos e aplicação desses recursos em um mercado mais rentável. Boa parte das perdas da moeda norte-americana em relação ao real vieram no primeiro trimestre do ano passado, quando a moeda norte-americana caiu 14,55% frente ao real. Foi a maior queda percentual trimestral desde o segundo trimestre de 2009, onde caiu 15,81%”, detalha Ângela Tosatto.

E o Bitcoin?

Em 2022, as criptomoedas enfrentaram a sua primeira grande crise. O chamado inverno das moedas digitais, ou seja, a queda nos preços desse tipo de ativo, chegou e deixou muitos investidores inseguros. Somente o bitcoin, principal moeda digital desse mercado, caiu 66,5% de janeiro a dezembro, e influenciou outras moedas. 

O aumento dos juros nos Estados Unidos e a expectativa de uma possível recessão global influenciaram a queda do bitcoin e de todo o mercado cripto. Ou seja, ninguém escapa diante de números não tão bons da economia global.

https://www.youtube.com/watch?v=Th1tNxMa2kY

Qual a expectativa para 2023?

O mercado financeiro teme que, em 2023, a economia global enfrente uma recessão. De acordo com a analista de investimentos Ângela Tosatto, um crescimento menor da economia mundial pode afetar a atividade econômica do Brasil, mas por outro lado pode trazer um alívio na inflação ao acentuar a queda dos preços das commodities. 

E, caso as commodities caiam mais que o esperado pelo mercado, o Banco Central do Brasil pode antecipar o ciclo de afrouxamento monetário, ou seja, reduzir a taxa Selic. 

“Como nem tudo são flores, a queda no preço das commodities impacta diretamente as ações do principal índice da nossa Bolsa, dado que 36% da composição do Ibovespa é de empresas ligadas a commodities. Logo, queda nas commodities faz com que o espaço para a valorização das ações seja limitado”, diz.

Mas se em 2023 a Selic se mantiver no patamar atual, em vez de cair conforme os especialistas vinham projetando, o cenário pode impactar negativamente os setores e companhias da Bolsa mais sensíveis a juros. Neste grupo estão empresas de varejo, aéreas, educação e saúde. Em outras palavras, são as que mais sofrem com redução de renda da população.

De qualquer forma, como você viu nas rentabilidades dos investimentos de renda fixa, juros altos podem significar uma oportunidade para quem escolher essas aplicações.

“Com a possibilidade do aumento de juros, ou pelo menos manutenção da Selic no patamar atual por mais tempo que o esperado anteriormente, os investidores têm uma janela de oportunidades de boa rentabilidade, que deve se manter alta em 2023, em títulos pós-fixados e também conseguindo travar uma taxa de juro real relativamente alta para todos os vencimentos”, afirma Eduardo Perez, analista de renda fixa do Nubank. 

Aproveite e confira, abaixo, oito fatos que mexeram com o seu dinheiro em 2022.  

https://www.youtube.com/watch?v=4eCDE-b-GB0

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