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Desemprego estrutural: o que é e qual o impacto na economia?

Causado por mudanças tecnológicas e na forma de consumo, o desemprego estrutural só pode ser resolvido a longo prazo. Entenda o que é esse conceito e quais as suas consequências.
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Vários indicadores podem ser utilizados pelos especialistas para avaliar a economia de um país, entre eles a taxa de desemprego e, olhando mais de perto, a taxa de desemprego estrutural é uma das mais importantes. 

Mas o que esse conceito quer dizer na prática? E quais são os seus impactos na vida das pessoas?

Entenda, a seguir, os diferentes tipos de desemprego, suas causas, seu impacto na economia e o porquê do desemprego estrutural ser um tema tão complexo. 

O que é desemprego?

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável por medir os dados oficiais de desemprego no país, esse termo se refere às “pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos), que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho”. 

Ou seja, para ser considerada desempregada, uma pessoa precisa estar em busca de trabalho. Um universitário que se dedica somente aos estudos, uma empreendedora que possui seu próprio negócio ou um pai, ou uma mãe que resolveram se dedicar apenas a cuidar dos filhos não podem ser citados como desempregados.

O que é o desemprego estrutural?

O desemprego estrutural acontece quando o desemprego é involuntário (ou seja, contra a vontade da pessoa). Outra motivação é a oferta de vagas de trabalho menor do que a demanda, causada por mudanças estruturais na economia (é daí que vem seu nome). 

Normalmente, o desemprego estrutural tem um aumento em sua taxa durante os processos de modernização da economia, seja no surgimento de novas tecnologias ou nas mudanças de hábitos de consumo.

Por exemplo, quando uma indústria faz a automação de sua linha de produção e, com isso, acaba demandando menos trabalhadores.

O que é o desemprego conjuntural?

O desemprego conjuntural, por sua vez, costuma estar atrelado a um momento específico de uma sociedade, seja ele histórico, econômico ou político. 

Isso quer dizer que uma alta ou queda na taxa de desemprego está alinhada a uma determinada conjuntura, como uma crise econômica, uma guerra ou uma redução temporária nos impostos para estimular o consumo de um determinado item, a fim de auxiliar a indústria. 

Quais são os outros tipos de desemprego que existem? 

Além do desemprego estrutural e do conjuntural, existem outros tipos estudados pelos economistas. Os principais são o natural, friccional e sazonal. Confira detalhes abaixo:

Desemprego natural 

Acontece quando oferta e demanda de vagas de emprego estão alinhadas, existindo apenas o desemprego voluntário. Em outras palavras, de pessoas que não querem trabalhar.

Desemprego friccional

Acontece quando uma pessoa pede demissão de um trabalho para poder iniciar outro, ou quando alguém está em busca de sua primeira vaga de trabalho.

Desemprego sazonal 

Nem todos os mercados possuem vagas de trabalho o ano todo, de maneira que o desemprego sazonal acontece quando há menor demanda de trabalho em uma estação específica – como em períodos em que a pesca não é permitida ou quando não há colheita nas safras da agricultura, por exemplo.

Qual a diferença entre desemprego estrutural e conjuntural?

O desemprego conjuntural costuma ser causado por alguma questão pontual e específica na economia, como uma crise que leva empresas a buscarem reduções de custo. Já o desemprego estrutural está relacionado a situações de longo prazo, como uma evolução tecnológica ou uma mudança no consumo. 

Pode ser mais difícil para um governo lidar com o desemprego estrutural, uma vez que ele não está ligado a uma causa específica – que pode ser corrigida ou alterada rapidamente –, mas sim com grandes mudanças na sociedade.

O que causa o desemprego estrutural?

A principal causa do desemprego estrutural é um desencontro entre oferta e demanda de vagas no mercado de trabalho. Isso acontece, por exemplo, quando os trabalhadores possuem certas habilidades, enquanto os empregadores demandam outras. 

Um jeito fácil de entender está na confecção de roupas. Hoje, os consumidores compram mais roupas industrializadas do que feitas sob medida, de maneira que as habilidades de um alfaiate acabam não sendo tão requisitadas pela indústria, mas sim a de operários que saibam lidar com as máquinas que fazem vestuários padronizados. 

Isso não quer dizer que não existam mais alfaiates, dado que há ainda um grupo de pessoas que usa roupas sob medida. No entanto, como o número de consumidores é pequeno, o mercado tem poucas vagas à disposição e fica saturado rapidamente. Em outras palavras, bastam poucos alfaiates para atender à demanda de uma cidade inteira, por exemplo.

Entre os principais fatores do desemprego estrutural, estão: 

  • Avanços tecnológicos que tornem trabalhadores obsoletos; 
  • Alteração do nível de consumo de um setor econômico específico; 
  • Dificuldade de realocar trabalhadores após a perda do emprego, se a pessoa exercer função específica sem alto grau de qualificação; 
  • Baixa competitividade da indústria local em relação às importações; 
  • Baixa qualificação da mão de obra, entre outros.

Qual o impacto do desemprego estrutural na economia?

No Brasil, o desemprego estrutural é considerado um fenômeno recente, iniciado há apenas algumas décadas, uma vez que o próprio processo de industrialização do país demorou para acontecer. 

No entanto, esse já é um fenômeno que impacta muito a economia brasileira, fazendo com que trabalhadores fiquem desempregados por vários e vários anos. 

São dois os principais motivos para ele existir por aqui: o primeiro é a modernização tecnológica de diferentes setores da economia, seja com o uso de automação em fábricas, tratores e máquinas de colheita na agricultura ou até mesmo centrais de atendimento virtual no comércio. 

Todas essas atividades, por mais distantes que sejam umas das outras, têm algo em comum: demandam menos pessoas, com tarefas mais sofisticadas. 

Em vez de colher cana-de-açúcar, por exemplo, é necessário um trabalhador que saiba operar a colheitadeira, ou, ainda, um desenvolvedor de software responsável por criar um robô de atendimento automático no lugar de um atendente. 

O que leva ao segundo motivo para o desemprego estrutural alto no Brasil: a baixa qualificação da mão de obra. Sem educação de qualidade, muitas pessoas não estão totalmente aptas a ocupar as vagas de trabalho que as empresas oferecem. 

É um problema com certa dificuldade para se resolver, uma vez que leva tempo para educar e qualificar uma força de trabalho. Enquanto isso, as empresas estão sempre preocupadas com a solução mais econômica para seus problemas – e, muitas vezes, ter menos empregados é a forma de resolver isso. 

Qual é a taxa de desemprego no Brasil?

Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego no Brasil durante o quarto trimestre de 2022 foi de 7,9% da população apta a trabalhar. Você pode sempre conferir qual é a taxa atualizada no site do instituto

Qual é o número de desempregados no Brasil hoje? 

Ao todo, o Brasil possui 8,6 milhões de desempregados, segundo os dados do IBGE referentes ao 4º trimestre de 2022. O número, porém, não inclui os desalentados (pessoas que gostariam de trabalhar e estão disponíveis, mas não estão procurando trabalho). 

O grupo de desalentados inclui diferentes tipos de pessoas: 

  • Aqueles que não encontram trabalho na sua cidade.
  • Que não encontram trabalho adequado.
  • Que não acham trabalho por serem muito jovens ou idosos.
  • Aqueles que não possuem ainda experiência profissional ou qualificação. 

No 4º trimestre de 2022, o Brasil tinha 4 milhões de desalentados, ainda segundo o IBGE. 

Como resolver o desemprego estrutural?

Segundo economistas, uma série de propostas podem ser adotadas pelos governos para lidar com essa questão. Entre elas, estão: 

  • Adoção de reformas estruturais em áreas como impostos, relações de trabalho e do próprio estado; 
  • Políticas de incentivo à educação de qualidade, em todos os graus (da educação básica ao ensino superior);
  • A adoção de uma política industrial, que permita a criação de vagas de emprego de qualidade. 

Mas resolver essas questões pode não ser simples. É preciso investimento para melhorar a educação, e um grande alinhamento político entre os diferentes poderes para que essas reformas não só sejam criadas, como também tragam regras que beneficiem a população na totalidade, sem a perda de direitos.

E por falar em direitos dos trabalhadores e desemprego, um benefício que muita gente tem direito quando perde o trabalho é o seguro desemprego. Abaixo, você pode ver como funciona esse benefício e como requisitá-lo. 

https://www.youtube.com/watch?v=Xc4uNgmB6sc&list=PLTPJoMFW9onsAwC6p4dBdwoftcsgA-fbZ&index=55

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