Dentro da sopa de letrinhas do mundo dos investimentos, uma que vem ganhando popularidade é o COE, sigla para Certificado de Operações Estruturadas. Este tipo de investimento chegou ao Brasil em 2014 e vem conquistando espaço no mercado financeiro.
Basicamente, o COE é um caminho mais fácil para investir em empresas brasileiras e estrangeiras garantindo que a carteira de investimentos fique mais diversificada. Na prática, ele combina várias modalidades de aplicações, como renda fixa, renda variável e derivativos:
- Renda fixa: são tipos de investimento em que o investidor pode emprestar dinheiro a um banco, empresa ou até mesmo para o governo e receber uma remuneração por isso, normalmente atrelada a algum índice econômico. Alguns exemplos são os CDBs, debêntures e os títulos públicos do Tesouro Direto.
- Renda variável: são produtos em que não é possível saber previamente qual será a rentabilidade. Ações negociadas na Bolsa de Valores são um exemplo de renda variável.
- Derivativos: são contratos futuros, que como o próprio nome diz, “derivam” dos valores de outros produtos financeiros – como opções, que concedem o direito de comprar ou vender uma ação no futuro, por um preço previamente estabelecido.
Como funciona o COE?
O COE é como uma cesta de opções. O banco emissor do título escolhe uma operação com os ativos de renda fixa, variável ou derivativos e propõe a seus clientes.
Por exemplo: um banco, após captar recursos para emitir um COE, investe R$ 100 mil em um título de renda fixa a 10% ao ano. Portanto, ele sabe que terá um rendimento garantido de R$ 10 mil.
Com esse rendimento garantido, a instituição compra opções, contratos que dão direito a comprar ou vender um ativo, como ações de alguma empresa negociada na bolsa, por um valor determinado em uma data futura.
Na prática, as opções são uma espécie de “reserva” da ação, ao preço estabelecido no momento da compra.
Sendo assim, as opções são consideradas instrumentos financeiros derivativos. Caso as ações desta empresa subam neste futuro hipotético, a aplicação, além do ganho garantido na renda fixa, terá uma remuneração da operação com as opções.
Qual a vantagem do COE?
Uma das principais vantagens do COE é a possibilidade de montar uma operação com vários tipos de investimentos (distintos e complexos), a partir de um valor de aplicação baixo.
Isso permite que as pessoas tenham flexibilidade para montar uma carteira diversificada por conta própria. E elas podem fazer isso usando ativos mais sofisticados, como ações internacionais ou moedas.
Para completar, é possível ganhar em diferentes cenários. Existem no mercado COEs em que o investidor se beneficia se o mercado for bem, e outros em que é possível ganhar mesmo se o mercado cair. Assim, o investidor pode ganhar acima da renda fixa tradicional e ter garantia de capital protegido.
Investir em COE é seguro?
O COE é uma estrutura emitida e registrada da mesma forma que um CDB, por exemplo. O banco, ao emitir o título, irá registrá-lo na B3 (a Bolsa de Valores brasileira), instituição responsável por registrar e guardar essas operações bancárias no nome de clientes.
O que isso significa? O risco do investidor está no banco que emite o COE, pois toda operação é feita e estruturada pela instituição. Também é ela que garante ao investidor o capital protegido.
COE é um bom investimento?
O COE é um investimento considerado arrojado, voltado para pessoas que querem diversificar sua carteira e ter a possibilidade de ganho acima da renda fixa tradicional.
Ou seja, ele é considerado um investimento de risco um pouco mais elevado, já que depende das oscilações do mercado. Não é tão recomendado, por exemplo, para quem esteja começando a investir ou que ainda não tenha uma reserva de emergência.
Quanto rende um COE?
Como os COEs são investimentos muito flexíveis, não é possível saber quanto eles irão render exatamente. Isso vai depender da estratégia e do tipo de aplicação feita em cada produto. O desempenho de um COE de ações pode ser muito diferente de um COE focado em ativos de renda fixa ou em moedas, por exemplo.
Outro fator que interfere na rentabilidade é o tipo de COE. Hoje, existem duas modalidades no mercado:
- COE de valor nominal protegido, ou seja, quando há uma garantia do valor principal investido. Aqui a pessoa que investir receberá de volta no mínimo o valor que aplicou inicialmente, mesmo que o desempenho seja negativo.
- COE de valor nominal em risco não possui nenhuma garantia. Nessa modalidade existe a possibilidade de perder até o limite do capital inicialmente investido.
Nos dois casos é importante checar se o investimento está adequado ao seu perfil de investidor. O COE de valor nominal protegido, por exemplo, é indicado para quem tem pouca experiência no mercado financeiro e muita aversão a perdas.
COE tem cobrança de Imposto de Renda?
Quem investe em COEs precisa pagar Imposto de Renda. A tributação sobre os rendimentos segue a mesma tabela regressiva aplicada à renda fixa e varia de acordo com o prazo do investimento. Em outras palavras, quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menos imposto se paga, até chegar em 15%.
- Aplicações de 0 a 180 dias terão 22,5% de IR;
- 181 a 360 dias 20% de IR;
- 361 a 720 dias 17,5% de IR;
- Acima de 721 dias 15% de IR.
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