Final de ano costuma ser aquele momento de nostalgia. De analisar o que passou e pensar em tudo o que a gente fez ou deixou de fazer. De aproveitar o começo de mais um ciclo para fazer uma retrospectiva.
Mas como usar esse marco para realmente analisar tudo o que aconteceu, reconhecer o que foi bom, o que precisa melhorar e criar um plano de ação para o ano seguinte? A Metodologia Ágil pode te ajudar a responder essas perguntas.
O que a metodologia ágil e sua retrospectiva pessoal têm a ver?
Basicamente, metodologias (ou métodos) ágeis são uma forma alternativa à gestão de projetos tradicional. Elas nasceram pensadas para o desenvolvimento de software, mas podem ser adaptadas de diversas formas para outros tipos de planejamento, inclusive o pessoal.
Um dos rituais dos times e empresas que usam metodologias ágeis são as retrospectivas: um momento de parar, analisar o que foi feito, aprender e se adaptar. As retrospectivas têm dois objetivos: reconhecer aquilo que está dando certo, porque é importante identificar os pontos fortes e falar sobre o que está funcionando; e identificar os pontos que não estão funcionando muito bem e criar um plano de ação para eles.
Abaixo, saiba como utilizar as técnicas de uma retrospectiva ágil para fazer uma análise efetiva do seu ano.
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1. Prepare-se
Esteja presente
Nas empresas, as retrospectivas geralmente começam com uma dinâmica: todos os participantes devem escrever como estão se sentindo, qual seu humor e outros sentimentos que expressam como eles estão no momento. Essa é uma forma de garantir que todo mundo esteja presente na discussão.
Essa dinâmica também é importante para quem vai fazer uma retrospectiva pessoal. Afinal, é preciso estar realmente presente para tirar o máximo proveito desse momento.
Comece reconhecendo que você fez o melhor que podia
Existem duas regras básicas para qualquer retrospectiva:
- Reconhecer que todo mundo fez o melhor que podia, com as informações que tinha;
- Focar no que está no campo de ação do time.
Parecem regras simples, mas elas são essenciais para uma retro efetiva.
A primeira diz respeito a não julgar e não culpar o outro ou, no caso de uma retrospectiva pessoal, a si mesmo. Afinal, é comum as pessoas serem mais duras consigo mesmas – o que acaba gerando um sentimento de culpa desnecessário.
Neste momento de retrospectiva, é importante cultivar um senso de abertura e compaixão. É isso que dará espaço para que assuntos difíceis sejam abordados. É comum as pessoas serem mais empáticas e compassivas com o outro e cobrarem mais de si mesmas. Uma forma de lidar com isso é olhar para o eu do passado como se fosse outra pessoa, criando um certo distanciamento.
Já a segunda regra se refere a colocar atenção apenas nas questões sobre as quais se podia fazer algo a respeito – e não em fatores externos independentes.
Isso significa que, ao fazer uma retrospectiva pessoal, é importante focar no que estava dentro de sua esfera de atuação. Você poderia fazer algo para mudar certa condição? Se sim, inclua isso na sua retro. Se não, respire fundo e deixe para lá.
Seja responsável
Numa retrospectiva, os participantes podem se encontrar em um de seis estados de responsabilidade:
- Responsabilidade: responde pelas próprias ações;
- Obrigação: delega a responsabilidade para o outro;
- Sentir culpa: acredita que prejudicou alguém;
- Justificar: defende as próprias ações;
- Culpar: acredita que foi prejudicado por alguém;
- Negação: nega que exista um problema.
De acordo com especialistas, o melhor estado é o de responsabilidade: Quando uma pessoa se coloca nesse lugar, ela pode tomar uma ação. Em todos os outros estados, ela se põe como vítima da situação e não tem muito para onde ir.
Numa retrospectiva pessoal, assumir responsabilidade é essencial para conseguir analisar os fatos, entender o que poderia ter sido feito diferente e encontrar uma forma de agir sobre esse assunto.
2. Liste o que foi bom (e deve continuar) e o que precisa melhorar
Com as regras estabelecidas, a próxima etapa é analisar o ano que passou a partir de três perguntas:
- O que foi bom e devo continuar fazendo?
- O que eu devo começar a fazer?
- O que devo parar de fazer?
Comece pela primeira pergunta e se dê um tempo para pensar e responder. Uma boa sugestão é colocar 10 minutos para cada uma ou qualquer tempo que faça sentido para a sua rotina.
Você pode escrever uma afirmação por post it. Por exemplo: "recebi uma promoção no trabalho" em um, "comecei um projeto pessoal" em outro.
Depois de escrever tudo relacionado a determinada pergunta, agrupe os post its por assuntos: trabalho, projeto pessoal, saúde, finanças, família ou o que mais aparecer.
Essa é uma forma de verificar as respostas com mais facilidade e entender que assunto apareceu mais – um sinal de que, talvez, seja importante dar mais atenção a essa área.
Neste momento, é essencial celebrar tudo o que foi feito de bom e se voltar para o que deve melhorar como uma oportunidade de evolução.
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Assista ao vídeo e saiba mais:
3. Monte um plano de ação objetivo
Depois de listar tudo o que aconteceu, fica mais fácil montar um plano de ação para cada área escolhida como prioridade.
Um bom plano de ação deve ser objetivo e dizer o que será feito, quando e quem é responsável por cada ato", ensina a gerente de produtos. Além disso, é essencial que a pessoa tenha autonomia para agir, responsabilidade para tomar ações e clareza sobre o que será feito e até quando.
Mas não é preciso esperar o ano acabar para fazer uma nova retrospectiva. Em times ágeis, esse ritual acontece regularmente ao longo do ano para garantir uma revisão constante do trabalho. E isso pode ser feito por você também com o passar dos meses.
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