Ser demitido em dias considerados "normais" já é uma situação, muitas vezes, difícil de enfrentar. Passar por isso em tempos de crise - como é o caso da pandemia de Covid-19 - pode ser ainda mais complicado.
O Brasil atingiu no primeiro trimestre de 2021 14,4 milhões de desempregados - numero que representa recorde da série história, desde que esse indicador começou a ser medido pelo IBGE. O resultado corresponde, também, a uma alta de 2,9% em relação ao último trimestre.
Se essa é a sua situação, veja, abaixo, alguns passos que podem ajudar a enfrentar esse momento.
1. Conheça os seus direitos
Para ajudar o trabalhador demitido sem justa causa nesse momento difícil, a Constituição assegura o direito ao seguro-desemprego, um benefício repassado pela Caixa Econômica Federal.
Veja aqui quem tem direito ao seguro-desemprego.
É importante ressaltar que, para solicitar o valor, é preciso se encaixar em uma série de regras, como, por exemplo, não receber outra remuneração, seja ela de um vínculo de trabalho formal ou informal.
Como dar entrada no seguro-desemprego online
- Acesse o site Emprega Brasil e clique em "Cadastrar", no canto superior direito;
- A tela do endereço “acesso.gov” irá abrir. Esta é a ferramenta de identificação do site;
- Informe seus dados pessoais (CPF, nome, data de nascimento, nome da mãe, estado de nascimento, etc). Eles serão checados no Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis);
- Você será direcionado a um questionário com cinco perguntas sobre seu histórico de trabalho (tenha em mãos a Carteira de Trabalho para responder às perguntas). É preciso acertar pelo menos quatro para receber uma senha provisória, que deverá ser trocada no primeiro acesso ao Emprega Brasil. Caso erre as perguntas, é preciso aguardar 24 horas para tentar novamente (ou entrar em contato com a central 135 do INSS );
- Com o cadastro feito, acesse a página do Emprega Brasil e selecione a opção “Solicitar Seguro-Desemprego”.
- Preencha mais um cadastro – dessa vez, com informações pessoais e profissionais. Esse é o mesmo cadastro que, no passado, era preenchido pessoalmente nos postos do Sine. Tenha paciência: são oito páginas e é importante preencher com cuidado;
- A partir desses dados, o sistema vai sugerir vagas de emprego disponíveis na sua área;
- Em seguida, você terá a opção para agendar interesse nas vagas e se inscrever em cursos de qualificação;
- Confirme o interesse em solicitar o benefício do seguro-desemprego;
- Agende o atendimento presencial para confirmar o cadastro e poder ter a liberação das parcelas do seguro;
- O pagamento ocorre 30 dias após o preenchimento do documento pela internet – desde que a data agendada para o atendimento presencial não seja maior do que também 30 dias. Nesse caso, o pagamento acontece na semana seguinte ao atendimento.
Leia mais em: Seguro-desemprego: quem tem direito, como solicitar e quais as regras
Seguro-desemprego e pandemia
Por conta da pandemia de Covid-19 – que causou a recomendação de distanciamento físico pela Organização Mundial da Saúde (OMS) além de restrições de circulação de pessoas pelos governos estaduais e federais –, muitas empresas e estabelecimentos comerciais dispensaram seus funcionários até que a situação se normalize.
Para evitar ainda mais desempregados, foi criado o programa de suspensão de contrato de trabalho e redução proporcional da jornada e salário, que entrou em vigor no dia 28 de abril. Com isso, trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (R$2.090) e que tiverem redução da jornada e do salário poderão pedir o seguro-desemprego.
O valor será calculado de forma proporcional à redução de salário e ao seguro-desemprego a que o empregado teria direito caso fosse demitido – entre R$ 1.100 e R$ 1.911,84, de acordo com o salário.
Quem tiver o salário reduzido em 50%, por exemplo, receberá 50% do empregador e 50% da parcela do seguro-desemprego a que teria direito.
Por exemplo: um trabalhador com salário de R$ 2.000 receberá R$ 1.000 do empregador e R$ 752,56 do seguro-desemprego (50% de R$ 1.505,13).
Veja detalhes sobre o programa aqui.
Vale lembrar também que, em casos de demissão sem justa causa, também é possível sacar o FGTS. Veja mais aqui.
2. Atualize (e circule) seu currículo
É muito importante manter o seu currículo atualizado com as informações do seu último trabalho - habilidades que adquiriu, responsabilidades e projetos desenvolvidos, por exemplo. Também é fundamental que o currículo seja fácil de entender, com um bom layout, informações organizadas, e que não seja extenso, por exemplo.
Aqui, você vê dicas de como fazer um bom currículo.
Se cadastrar em sites de vagas de emprego e ter um perfil em redes sociais de carreira, como o LinkedIn, também pode ajudar na procura por um novo espaço no mercado de trabalho, dependendo da sua área.
3. Converse com as pessoas
As pessoas que te cercam podem ser boas aliadas quando o assunto é oportunidade de emprego. Familiares, amigos, conhecidos e ex-colegas de trabalho talvez saibam de empresas, pequenos negócios e estabelecimentos que estejam contratando profissionais.
4. Se possível, invista tempo em cursos
Principalmente por causa da pandemia do novo coronavírus, diversas instituições de ensino liberaram, em seus sites, uma série de cursos gratuitos, oferecidos totalmente à distância.
As áreas são bem variadas - vão desde Redação Corporativa até Empreendedorismo e Introdução ao Machine Learning, por exemplo. Aproveitar para investir em aprendizado e conhecimento pode abrir portas no futuro e te fazer voltar mais preparado ao mercado de trabalho.
5. Procure traçar um objetivo
Você pode esperar um pouco e investir em um reposicionamento de carreira? Ou está em busca de algo imediatamente? O seu foco é encontrar uma nova fonte de renda o mais rápido possível ou consegue usar alguma reserva de emergência?
6. Faça um pente fino no orçamento
Olhe seus gastos, as fontes de renda da casa e o que é preciso ajustar durante esse período.
Aqui, você pode ver algumas opções:
- Como identificar gastos que estão comendo sua fatura do cartão?
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