Você tem dado a atenção necessária para a sua organização financeira? Se a resposta for sim, parabéns! Você faz parte de uma minoria. Apenas quatro em cada dez brasileiros afirmam se dedicar ao controle das finanças, segundo o SPC Brasil.
E, mesmo entre essas pessoas, só um terço planeja o mês com antecedência. A maioria vai anotando os gastos quando eles acontecem ou só no fim do mês.
Para a maioria dos brasileiros, manter a organização das finanças é uma tarefa difícil. Uma forma de melhorar essa rotina é tirar um dia financeiro.
Entenda o que é esse dia e como estruturá-lo.
Se preferir, ouça esse conteúdo no Semanada, o podcast do Nubank.
O que é um dia financeiro?
Sabe como você tira um dia pra fazer faxina da casa? Ou então, quando fica doente, às vezes tira um tempinho para repousar? O dia financeiro é mais ou menos isso, só que para as suas finanças.
Quem defende essa ideia é a doutora Wendy De La Rosa, PhD pela Universidade de Stanford em comportamento dos consumidores e fundadora do Common Cents Lab – um centro de pesquisas nos Estados Unidos focado em ajudar pessoas de baixa renda a tomarem decisões financeiras melhores.
Para a Dra. De La Rosa, esse é um dia que você deve separar para organizar a vida: os boletos em aberto, os gastos do mês ou da semana, as dívidas etc.
E é importante fazer isso com tempo e sem pressão. Afinal, você precisa de tempo pra fazer coisas como botar as contas em dia ou ligar para o banco para pedir isenção de taxas, por exemplo.
"Eu já faço tanta coisa, ainda tenho que gastar meu tempo de descanso com isso?"
Esse é o cerne do problema. A maioria das pessoas até entende a importância de controlar suas finanças, mas não consegue colocar isso como uma obrigação de seu dia a dia – e, com isso, transformar a ideia em ação.
A mesma pesquisa do SPC Brasil diz que, entre as pessoas que não cuidam de seu orçamento, alguns dos principais motivos citados são que "essa tarefa dá trabalho", que elas "não têm previsão de quanto vão receber no mês" ou até que "olhar para as finanças, sabendo que a situação está ruim, gera angústia".
Mas encarar esse problema de frente é o primeiro passo para melhorar.
A renda média dos brasileiros em 2020 foi de R$ 1.380, segundo o IBGE – um valor bem abaixo do que é necessário para viver, mal cobrindo as necessidades básicas. E não é tirar um dia financeiro para organizar suas contas que vai resolver algo dessa magnitude.
Mas ele pode, sim, ajudar a entender prioridades na hora em que você precisar fazer escolhas – inclusive se a escolha for qual conta deixar de pagar.
Como fazer um dia financeiro?
O primeiro passo é marcar um dia na agenda e se comprometer com ele. Pense que aquilo é uma tarefa que você precisa fazer, e só deve adiar se for realmente necessário.
Se você pular o dia da faxina, a casa vai continuar suja e terá que ser limpa cedo ou tarde, certo? O mesmo espírito se aplica aqui.
Estes são alguns dos principais itens que podem ser resolvidos nesse dia financeiro.
1. Olhe para suas despesas fixas
Passe um bom tempo olhando pras suas contas regulares: o aluguel ou parcela do financiamento, o condomínio, as contas da casa, o mercado, seu plano de celular, o dia a dia de transporte, conta de TV a cabo ou streaming…
Vá registrando tudo isso em uma planilha (ou em um caderno, se achar mais fácil), junto aos valores que você gasta hoje em cada item.
2. Organize os gastos do mês e bata com a renda
Com as despesas mapeadas, fica mais fácil entender qual a situação financeira real do mês. Se sua renda consegue cobrir tudo, perfeito: aproveite para pagar todas as contas que já tenham chegado.
Se, por outro lado, a conta não fecha, é a hora de priorizar. Tem algo que pode ser cortado ou diminuído? Se sim, já cancele. Se não, ou se mesmo assim as despesas forem maiores que a renda, talvez você não consiga pagar tudo.
Deixar de pagar uma conta nunca é ideal, mas, se não houver jeito, você deve priorizar o pagamento das que tiverem juros e multas de atraso mais altos. Essa informação deve sempre aparecer no boleto ou outro informativo.
Entenda também quais são os seus direitos. Contas de luz, por exemplo, têm tarifas mais baixas dependendo da sua renda e certos limites de quando a energia pode ser cortada ou não. É importante saber disso na hora de fazer suas escolhas.
Também não vale arriscar aquelas despesas que possam estar diretamente ligadas à sua fonte de renda, como a internet, por exemplo, se você trabalhar online.
3. Não consegue arcar com uma parcela? Tente pagar um valor menor
Não vai conseguir cobrir o valor inteiro de uma parcela mensal? Se houver a possibilidade, tente pagar pelo menos uma parte dela. Não é o ideal, mas pelo menos faz com que os juros diminuam pro próximo mês.
Se você fizer isso toda vez que sobrar um pouco de dinheiro, a dívida vai diminuindo – ou pelo menos não vira uma bola de neve.
4. Ligue para o banco
Muitos bancos e instituições financeiras vão colocando cobranças de maneira discreta na sua fatura e no seu extrato. O dia financeiro é uma oportunidade de examinar sua conta e descobrir se é o seu caso.
Se você achar uma cobrança que não faz sentido (como uma tarifa de manutenção, por exemplo), ligue para a instituição para negociar a isenção. E, se a empresa se negar, é a oportunidade de levar sua conta para um banco sem tarifas abusivas.
5. Descadastre serviços, newsletters e grupos
Sabe aquela loja para quem você deu seu e-mail uma vez e agora vive recebendo mensagem de promoção? Ou aquele grupo de vendas em que sempre tem alguma coisa para comprar?
Seu dia financeiro também é um bom momento para fazer essa limpeza. Descadastre seu e-mail, saia de grupos e bloqueie números indesejados. Isso vai te ajudar a não cair em compras por impulso ou aproveitar ofertas que você nem precisava.
6. Coloque uma meta para poupar
De novo: não é todo mundo que consegue fazer o dinheiro sobrar. Mas se você consegue fazer isso e ainda não tem uma meta, essa é a hora de estabelecer.
Veja a diferença que fica entre sua renda e seus gastos e determine um número possível para poupar todos os meses.
Não deixe para separar esse valor só no fim do mês com o que sobrar: encare-o como se fosse uma conta também, uma obrigação que deve ser cumprida no início de cada mês.
7. Foco nos gastos que te trazem felicidade
O dia financeiro não precisa ser só sobre organizar e poupar: fazer coisas que te deixam mais feliz também é importante. Pode ser um serviço de filmes que você assiste com a família ou um jantar especial na semana, por exemplo.
Esse dia também serve para garantir que você está deixando dinheiro reservado para esses agrados. Afinal, se for cortar tudo que te traz felicidade, vai ser impossível manter uma rotina saudável com as suas finanças.
E, finalmente… Marque o próximo dia financeiro. Ele não precisa ser na próxima semana, nem na outra – mas não deixe passar muito mais de um mês.
É importante começar a incorporar esse hábito até que ele vire rotineiro. A partir das primeiras vezes, você vai percebendo que precisa de cada vez menos tempo.
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