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Taxa Selic cai para 10,75% ao ano: entenda a decisão do Copom

Essa foi a sexta queda seguida da taxa Selic. Entenda por que o Banco Central demorou tanto para reduzir a taxa e o que esperar do futuro.

Selic sobe

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, em março de 2024, reduzir a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 11,25% para 10,75% ao ano. Esta foi a sexta queda seguida, depois de quase três anos de altas e manutenções da taxa. A maioria dos analistas do mercado financeiro já esperava o recuo.

A queda da taxa de juros tem a intenção de tornar o crédito mais barato e, assim, aumentar o consumo para voltar a aquecer a economia. Entenda abaixo o que está acontecendo com a taxa Selic.

Por que a taxa Selic demorou tanto para cair?

Por causa da pressão inflacionária e da alta do dólar – elas são os principais motivos para o Banco Central subir ou reduzir a taxa básica de juros.

É que o Banco Central usa a taxa Selic para controlar a inflação. Assim, quando a Selic sobe, os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos. Isso desestimula o consumo e  favorece a queda da inflação.

Desde janeiro de 2021, o Banco Central aumentou a taxa Selic 12 vezes seguidas e, depois, manteve os juros em 13,75% ao ano por mais sete reuniões, com a intenção de reduzir a inflação que estava alta nos últimos anos. Mas os efeitos dos aumentos da Selic costumam levar de seis a nove meses para serem sentidos na prática e só começaram a se refletir na economia a partir do início de 2023.

Desde 2023, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, vem desacelerando. O país chegou a registrar deflação (inflação negativa) em junho de 2023. O dado mais recente, do mês de fevereiro de 2024, mostra que a inflação cresceu 0,83%.

A inflação de 2023 ficou em 4,62%, um recuo na variação dos preços em relação aos anos anteriores e acima da meta estipulada pelo Banco Central no acumulado do ano, que era de 3,25%, mas dentro do intervalo de tolerância, chamado de teto da meta (que, para 2023, ficou entre 1,75% e 4,75%) – o que favorece o recuo da Selic.

Se a inflação continuar em ritmo menos acelerado em 2024 e o cenário externo começar a se estabilizar, é possível que ocorram novas quedas da Selic. Mas muita coisa pode mudar no meio do caminho. Dependendo da situação econômica dos próximos meses, o Banco Central pode voltar a aumentar os juros ou até acelerar o ritmo de queda.

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Selic ajuda a controlar o dólar

Apesar das seis quedas seguidas, a taxa Selic segue alta, e juros altos também impactam o câmbio. Em outras palavras, a Selic interfere no valor do real frente às moedas estrangeiras.

Isso acontece porque, quanto mais alta a nossa taxa de juros, mais investidores estrangeiros são atraídos em busca de melhores rendimentos, com pouco risco. Por isso, eles trazem mais dólares para o mercado brasileiro e essa oferta impacta a taxa de câmbio – ou seja, o real fica mais valorizado frente ao dólar.  

Além disso, com o real mais forte, diminui também a pressão inflacionária, pois muitos bens e serviços ficam mais caros quando o dólar sobe. 

Desaceleração da economia é outro efeito colateral

Quando a taxa Selic sobe, empréstimos, parcelamentos ou financiamentos ficam mais caros. As empresas também têm mais dificuldades na hora de tomar crédito, o que também pode contribuir, por exemplo, com o desemprego. Quando isso acontece, temos o cenário chamado de estagflação, que é estagnação econômica com inflação.

Quando a Selic começa a cair, como está acontecendo agora, o crédito fica mais barato, estimulando o consumo de empresas e pessoas. Isso faz a economia se aquecer novamente. Mas esse aquecimento também depende do cenário internacional. A economia interna se favorece quando o cenário externo está mais estável. 

Se a inflação continuar em ritmo menos acelerado e o cenário externo começar a se estabilizar, é possível que ocorram novas quedas da Selic, mas elas não devem ser fortes.

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