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Taxa Selic sobe para 15% ao ano. Esse é o último aumento dos juros de 2025?

Pela sétima vez, o Banco Central aumentou a taxa de juros. Agora, a taxa é a maior em quase 20 anos.
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Taxa Selic pra lá, taxa Selic pra cá…você deve ter ouvido falar dela ao longo dos últimos dias. E o motivo é que ela é a mãe de todas as taxas de juros do país e subiu…de novo. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, no dia 18 de junho de 2025, aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 14,75% ao ano para 15% ao ano. Este é o sétimo aumento seguido na taxa. 

Com a decisão, a Selic alcança o maior nível desde julho de 2006.  

O mercado esperava manutenção ou exatamente uma alta de 0,25 ponto percentual. Então, esse aumento não pegou a todos de surpresa. Na última reunião do Comitê, realizada em maio de 2025, foi comunicada que o destino da taxa Selic nesta reunião de junho dependeria de fatores internos, como inflação, e também externos. 

Mas o que você tem a ver com isso? 

Entenda a seguir porque o Banco Central elevou a Selic, os impactos da taxa no seu bolso e se os aumentos nos juros vão, finalmente, parar em 2025.

Por que a taxa Selic subiu de novo?

A Selic subiu, de acordo com o Copom, por diversos motivos. O principal deles é o cenário externo, principalmente nos Estados Unidos.

​"O ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos", disse o Banco Central em nota.

"Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica", completou.

Existem outros motivos que influenciaram no aumento da Selic?

Sim. No comunicado feito após a decisão, o Copom relacionou outros motivos para o aumento da taxa Selic em junho, além do cenário externo.

Inflação, sempre ela

A inflação também é motivo para o aumento da taxa Selic. "Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado algum dinamismo, mas observa-se certa moderação no crescimento. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação", apontou o Banco Central.

Mas o que a inflação tem a ver com a taxa Selic?

É que o Banco Central usa a taxa Selic como ferramenta para controlar o aumento de preços. Assim, quando a Selic sobe, os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos. Isso desestimula o consumo e favorece a queda da inflação. Afinal, pessoas e empresas pensam duas vezes antes de entrar em uma dívida com juros altos. E se há menos consumo de um produto ou serviço, os preços tendem a cair.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2024, a inflação fechou 2024 em 4,83%, acima da meta de 3% estipulada pelo Banco Central para o ano. Essa meta é a variação da inflação que o Banco Central considera como saudável para a economia. Para 2025, a expectativa também é de que a inflação ultrapasse a meta do ano – que também é de 3%.

E as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, em 5,2% e 4,5%, respectivamente.

"O Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante", reforçou o Banco Central.

Impacto da política fiscal nos preços

O Copom ainda afirmou que segue atento à política fiscal (que é basicamente a gestão do controle de gastos e receitas do país).

"O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho", disse em nota.

Na prática, toda vez que o mercado fica receoso de que as contas do país não fechem no azul – quando os gastos do Governo ficam acima da arrecadação –, a percepção de risco do país aumenta. Ou seja, aumenta a desconfiança de que o país consiga realmente pagar seus compromissos. E isso afeta o câmbio: quanto maior o risco, menos investimentos (dólares) entram no país.

Mas o que isso tem a ver com a taxa básica de juros? A Selic é a mãe de todas as taxas, inclusive a de investimentos que atraem investidores estrangeiros. Quando o risco de um país aumenta, é preciso ter taxas de juros bem atrativas para fazer com que os investidores permaneçam no país.

Como a Selic afeta o seu bolso?

A taxa Selic é a taxa-mãe da economia. Ela é a taxa de juros referência do mercado. Quando ela sobe, os juros que você paga em diversos produtos de crédito tendem a aumentar também. E quando ela cai, esse crédito fica mais barato.

Na prática, os juros que você paga em compras a prazo, em financiamentos e empréstimos ficam maiores quando a Selic sobe.

Além disso, como a Selic é a ferramenta que controla a inflação, quando ela aumenta, espera-se que os preços comecem a cair. Contudo, esse movimento não acontece de forma imediata. O efeito do aumento da Selic nos preços de produtos e serviços leva meses para chegar ao bolso dos consumidores.

Para quem investe, o aumento da taxa Selic é uma boa notícia. É porque existem muitos ativos de renda fixa – investimentos considerados mais conservadores – que acompanham a taxa de juros. Ou seja, eles têm a rentabilidade atrelada à taxa: quando a Selic sobe, esses investimentos rendem mais. Exemplos desses ativos são o Tesouro Selic e CDBs que pagam a taxa CDI (uma taxa muito próxima à Selic). 

No Nubank, investir nesses ativos é muito simples. Os clientes do Nu não precisam acessar outras plataformas para aplicar com segurança e nem lidar com ferramentas complicadas de entender. O portfólio de investimentos do Nubank está reunido na aba de Planejamento do app – identificada pelo símbolo do cifrão ($). Nessa seção, além do Tesouro Selic e CDBs, você também tem acesso a ações, BDRs, fundos, letras de crédito e mais. 

Este foi o último aumento nos juros em 2025?

Essa resposta é difícil de dar. É como tentar descobrir se uma ação na Bolsa de Valores vai subir ou não, ou se realmente vai chover no final de semana – até existem projeções, mas a realidade pode ser bem diferente. 

No comunicado que soltou logo após a decisão dos juros, o Copom afirmou que "em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta".

Ou seja, se tudo ficar como está hoje, o Banco Central vai, finalmente, interromper as altas nos juros e iniciar um ciclo de manutenção.

Mas muita coisa pode mudar no meio do caminho. Dependendo da situação econômica dos próximos meses, tanto interna como externa, o Banco Central pode mudar de ideia.

Na nota, o Banco Central afirma que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado".

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