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Taxa Selic sobe para 14,75% ao ano. Esse é o último aumento dos juros de 2025?

Pela sexta vez, desde agosto de 2022, o Banco Central aumentou a taxa de juros. Agora, a taxa é a maior em quase 20 anos.
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Taxa Selic pra lá, taxa Selic pra cá…você deve ter ouvido falar dela ao longo dos últimos dias. E o motivo é que ela é a mãe de todas as taxas de juros do país e subiu…de novo. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, no dia 07 de maio de 2025, aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 14,25% ao ano para 14,75% ao ano. Este é o sexto aumento seguido na taxa. 

Com a decisão, a Selic alcança o maior nível desde agosto de 2006.  

A alta já era esperada pelo mercado. Na última reunião do Comitê, realizada em março de 2025, foi comunicada a possibilidade de um novo aumento na taxa de juros por conta, principalmente, do cenário internacional e também da inflação aqui no Brasil. 

Mas o que você tem a ver com isso? 

Entenda a seguir porque o Banco Central elevou a Selic, os impactos da taxa no seu bolso e se os aumentos nos juros vão, finalmente, parar em 2025.

Por que a taxa Selic subiu de novo?

A Selic subiu, de acordo com o Copom, por diversos motivos. O principal deles é a inflação. É por causa desse indicador que o Banco Central decide subir ou reduzir a taxa básica de juros.

"Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão mais elevados do que o usual", disse o Banco Central em comunicado.

É que a instituição usa a taxa Selic como ferramenta para controlar o aumento de preços. Assim, quando a Selic sobe, os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos. Isso desestimula o consumo e favorece a queda da inflação. Afinal, pessoas e empresas pensam duas vezes antes de entrar em uma dívida com juros altos. E se há menos consumo de um produto ou serviço, os preços tendem a cair.

Desde janeiro de 2021, o Banco Central aumentou a taxa Selic 12 vezes seguidas e, depois, manteve os juros em 13,75% ao ano por mais sete reuniões, com a intenção de reduzir a inflação que estava alta nos últimos anos. Mas os efeitos dos aumentos da Selic costumam levar de seis a nove meses para serem sentidos na prática, e só começaram a se refletir na economia a partir do início de 2023.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2024, a inflação fechou 2024 em 4,83%, acima da meta de 3% estipulada pelo Banco Central para o ano. Essa meta é a variação da inflação que o Banco Central considera como saudável para a economia. Para 2025, a expectativa também é de que a inflação ultrapasse a meta do ano – que também é de 3%. De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, do dia 5 de maio, a inflação deve fechar 2025 em 5,53%. 

Existem outros motivos que influenciaram no aumento da Selic?

Sim. No comunicado feito após a decisão, o Copom relacionou outros motivos para o aumento da taxa Selic em maio, além da inflação.

Ambiente externo "adverso"

Um dos destaques da nota do Copom que explica o aumento da taxa de juros é o cenário externo, principalmente a política comercial dos Estados Unidos e seus efeitos na economia do mundo.

"O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da m​agnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária", disse o Banco Central, em nota.

E esse cenário externo, afirmou o BC, exige cautela.

Impacto da política fiscal nos preços

O Copom ainda afirmou que segue atento à política fiscal (que é basicamente a gestão do controle de gastos e receitas do país).

"O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta", disse em nota.

Na prática, toda vez que o mercado fica receoso de que as contas do país não fechem no azul – quando os gastos do Governo ficam acima da arrecadação –, a percepção de risco do país aumenta. Ou seja, aumenta a desconfiança de que o país consiga realmente pagar seus compromissos. E isso afeta o câmbio: quanto maior o risco, menos investimentos (dólares) entram no país.

Mas o que isso tem a ver com a taxa básica de juros? A Selic é a mãe de todas as taxas, inclusive a de investimentos que atraem investidores estrangeiros. Quando o risco de um país aumenta, é preciso ter taxas de juros bem atrativas para fazer com que os investidores permaneçam no país.

Como a Selic afeta o seu bolso?

A taxa Selic é a taxa-mãe da economia. Ela é a taxa de juros referência do mercado. Quando ela sobe, os juros que você paga em diversos produtos de crédito tendem a aumentar também. E quando ela cai, esse crédito fica mais barato.

Na prática, os juros que você paga em compras a prazo, em financiamentos e empréstimos ficam maiores quando a Selic sobe.

Além disso, como a Selic é a ferramenta que controla a inflação, quando ela aumenta, espera-se que os preços comecem a cair. Contudo, esse movimento não acontece de forma imediata. O efeito do aumento da Selic nos preços de produtos e serviços leva meses para chegar ao bolso dos consumidores.

Para quem investe, o aumento da taxa Selic é uma boa notícia. É porque existem muitos ativos de renda fixa – investimentos considerados mais conservadores – que acompanham a taxa de juros. Ou seja, eles têm a rentabilidade atrelada à taxa: quando a Selic sobe, esses investimentos rendem mais. Exemplos desses ativos são o Tesouro Selic e CDBs que pagam a taxa CDI (uma taxa muito próxima à Selic). 

No Nubank, investir nesses ativos é muito simples. Os clientes do Nu não precisam acessar outras plataformas para aplicar com segurança e nem lidar com ferramentas complicadas de entender. O portfólio de investimentos do Nubank está reunido na aba de Planejamento do app – identificada pelo símbolo do cifrão ($). Nessa seção, além do Tesouro Selic e CDBs, você também tem acesso a ações, BDRs, fundos, letras de crédito e mais. 

Este foi o último aumento nos juros em 2025?

Essa resposta é difícil de dar. É como tentar descobrir se uma ação na Bolsa de Valores vai subir ou não, ou se realmente vai chover no final de semana – até existem projeções, mas a realidade pode ser bem diferente. 

No comunicado que soltou logo após a decisão dos juros, o Copom afirmou que "para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação".

Ou seja, se a inflação continuar em ritmo acelerado nas próximas semanas e se ainda existirem preocupações sobre ela, é possível que ocorram aumentos nas próximas reuniões. Mas muita coisa pode mudar no meio do caminho. Dependendo da situação econômica dos próximos meses, tanto interna como externa, o Banco Central pode mudar de ideia.

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