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Por que o preço do Diesel mexe tanto com a economia?

Um reajuste de 4,4% no preço do combustível nas refinarias chegou a motivar uma paralisação geral de caminhoneiros.

O que são commodities: Imagem de uma torre de petróleo de onde sai uma linha que sobe e desce, representando a bolsa de valores

O novo reajuste de 14,2% no preço do diesel, em junho de 2022, provocou intensas discussões entre setores da economia. Consecutivas altas desde o início do conflito na Ucrânia estão reduzindo os lucros dos caminhoneiros e pressionando a inflação do país.

O aumento nos preços já foi motivo de uma greve dos caminhoneiros, em 2018, que parou o país e trouxe prejuízos na casa dos US$ 15 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda na época. Uma das reivindicações dos trabalhadores era uma política de reajustes no preço.

Acontece que o preço do diesel não impacta só quem usa esse tipo de combustível: ele mexe bastante com a economia e o dia a dia das pessoas. Entenda, abaixo, por que ele é tão importante para a economia do Brasil..

Por que o diesel é importante para a economia?

O diesel, como combustível automotivo, é usado no Brasil por dois setores: o agrícola e o de transporte rodoviário. Esse último é um dos mais importantes para a economia do país e o responsável por garantir a movimentação de mercadorias e abastecimento dos mais diversos produtos e bens.

Estima-se que 60% de toda carga do Brasil seja movimentada pelas rodovias, por meio de modais como o caminhão - que é movido pelo óleo diesel. Além disso, o diesel também tem finalidades industriais, como para alimentar geradores elétricos ou caldeiras.

Ou seja, quando o preço do diesel sobe, ele afeta setores com altíssimo impacto no dia a dia dos brasileiros. 

Como o preço do diesel é calculado?

O diesel é um combustível derivado do petróleo e, por isso, seu preço está ligado às variações de preços do barril de petróleo. O petróleo é uma commodity – bens, principalmente matérias primas, que são negociados em todo o mundo e entre países. Por transitar entre vários países é que esses produtos têm seu preço calculado em dólar americano (US$). Ou seja: não só as variações no preço do barril de petróleo quanto também na cotação do dólar afetam o preço do diesel.

Além do fato de que se trata de uma commodity negociada em todo o mundo e que tem, portanto, preços que valem para todos os países, o Brasil é um grande produtor e importador de diesel e outros combustíveis. Se o preço ficar abaixo do mercado internacional, as produtoras nacionais perdem o interesse em importá-lo. 

Quem determina o preço do diesel nas principais refinarias de petróleo brasileiras é a Petrobras, que detém a maior parte delas. É a partir das refinarias que ele vai para as distribuidoras e, depois, chega ao consumidor final.

Vale lembrar: esse preço determinado pela empresa não é o mesmo preço cobrado do consumidor final, pois existe toda uma cadeia de produção do diesel até que ele chegue aos postos de combustível. Inclusive, mesmo quando a companhia não faz mudanças nas suas cotações, o preço do diesel nas bombas pode aumentar.

Outros componentes do preço do diesel

Segundo a Petrobras, o preço da refinaria (cujas cotações são determinadas pela empresa) representa menos da metade do preço cobrado nos postos de combustível. Todo o restante que compõe o preço são "impostos estaduais e federais, custos adicionais com o biodiesel e margem da distribuição do diesel e dos postos".

Esse preço final é determinado pelo mercado, ou seja, leva-se em consideração também a inflação, a oferta e a demanda e outros movimentos da economia. São todas essas movimentações que vão ditar qual será o valor para o consumidor final e, por consequência, como todo o mercado se comportará.

O valor do ICMS sobre o diesel era de, em média, 14% nos estados e Distrito Federal. Mas em junho de 2022 um projeto de lei complementar mudou a alíquota para um valor fixo. Mas vale lembrar que o preço final do combustível é composto por diversas variáveis, e os impostos são apenas uma delas.

Portanto, reduzir o imposto tem um poder limitado de diminuição no preço para o consumidor, que pode ser facilmente anulado com uma alta do dólar ou do valor internacional do barril.

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