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A inflação na década – o quanto ela mudou ao longo dos anos?

De 2011 até 2020, quais foram as variações de preços de cada ano e como elas impactaram a economia?
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De 2011 até aqui, já se foram duas Copas do Mundo, duas eleições presidenciais no Brasil, a exibição e reprise de Avenida Brasil e mais um monte de coisa. De lá para cá, começou e terminou uma década.

O Brasil passou por altos e baixos nesse período e os indicadores econômicos não foram promissores: um estudo da FGV projeta que o crescimento médio do país nesses anos foi de 0,9% ao ano - o menor número em 120 anos.

Crescimento econômico e inflação caminham de mãos dadas: a inflação também é um indicador do quão aquecida está a economia.

E, ao longo da década, a variação do IPCA (principal índice de inflação no Brasil) diz muito sobre as mudanças econômicas no período.

No ano de 2020, a inflação acumulada deve fechar em 4,39%, segundo a projeção do Boletim Focus do dia 28 de dezembro - acima da meta central de 4%. 

Falando no fechamento da década, entretanto, o comportamento da inflação variou muito. 

Como a inflação impacta seu bolso?

A inflação é o aumento generalizado ou contínuo dos preços em uma economia - são contados diversos itens, de transporte e vestuário a alimentos. Esses preços são aqueles que chegam no consumidor final, em mercados e lojas.

No Brasil, o principal índice de inflação é o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele reflete essa variação nos preços e funciona como um medidor de como está a inflação do país.

Em outras palavras: quando se fala que o IPCA está em 3%, por exemplo, significa que a média dos preços aumentou em 3% em relação ao período anterior.

O Banco Central determina uma meta anual para a inflação e age para tentar deixar o IPCA o mais próximo possível dessa meta.

Além de impactar diretamente seu bolso, mostrando os preços de itens do dia a dia, o IPCA também afeta a rentabilidade de alguns investimentos pós-fixados que estão atrelados a ele – títulos do Tesouro Direto e alguns CDBs, por exemplo.

E vale lembrar: a inflação, quando controlada, é essencial por indicar se a economia está crescendo e aquecida. Por isso existe uma meta, para garantir uma inflação saudável. Ela tem um piso (o valor mínimo), uma meta central e um teto (o máximo que a inflação deve atingir naquele período).

Idealmente, a renda das pessoas deve acompanhar a inflação, já que, quanto maior ela for, mais poder de compra as pessoas perdem se não houver uma "compensação" em seus salários, por exemplo.

A inflação de 2011 a 2020

Para cada ano dessa década, foram registradas as seguintes variações acumuladas do IPCA:

  • 2011: 6,5%
  • 2012: 5,84%
  • 2013: 5,91%
  • 2014: 6,41%
  • 2015: 10,67%
  • 2016: 6,29%
  • 2017: 2,95%
  • 2018: 3,75%
  • 2019: 4,31%
  • 2020 (projeção): 4,39%

Em toda a década, a inflação média foi de 5,84%. Mas, considerando as altas e baixas do índice ao longo desse período, não se pode dizer que de 2011 até 2020 houve um aumento generalizado nos preços de 5,84%.

A inflação deve ser analisada mensalmente e considerando o acumulado de um ano.

Além de 2020, os dois momentos de maior destaque foram quando ela atingiu sua máxima e mínima no período: 10,67%, em 2015 e 2,95% em 2017. Nestes anos, o IPCA ficou mais longe da meta central determinada pelo Banco Central nesses períodos - de 4,5% para cada ano.

  • Em 2015, a inflação foi a maior registrada desde 2002, com forte aumento nos preços  - principalmente na energia e combustíveis - e no custo de vida dos brasileiros. Ela fechou acima do teto da meta de inflação do período, que era de 6,5%;
  • Em 2017, por outro lado, o IPCA fechou abaixo do piso pela primeira vez desde que o regime de metas foi implementado, em 1999. Na época, o que levou a essa baixa variação foi o comportamento dos preços de alimentação e bebidas, que ficaram mais baratos com a supersafra.

Até 2015, a meta de inflação podia oscilar dois pontos percentuais para cima ou para baixo; a partir de 2016, essa variação passou a ser de 1,5 ponto percentual.

A inflação em 2020

Não só no Brasil, mas em todo o mundo, a inflação em 2020 será diferente dos outros anos por conta da pandemia do novo coronavírus, que atingiu em cheio as economias - entre outros motivos. 

No geral, podemos resumir que, por aqui, a inflação teve altos e baixos: no começo do ano, estava em baixa devido à desaceleração da economia; com a volta do comércio e lenta retomada, ela voltou a subir.

O dólar alto, entre outros fatores, favoreceu a exportação para os produtores, levando a uma alta nos preços de alimentos - especialmente aqueles que compõem a cesta básica brasileira. 

O brasileiro sentiu no bolso o aumento nos preços de alimentos e bebidas, o maior entre os grupos de produtos que compõem o IPCA. Nos últimos doze meses, esse grupo teve alta de mais de 15% nos preços, principalmente itens como arroz, feijão, tomate, batata e leite. 

Outros grupos de produtos, como transportes e vestuários, por outro lado, chegaram a ter uma variação negativa - ou seja, os preços ficaram mais baixos por falta de demanda. A inflação prevista para que o ano (e a década!) se encerre está dentro do limite da meta, que é de 2,5% a 5,5%.

Para 2021, a inflação prevista está em 3,34%.

Entender a inflação pode parecer complicado, mas é importante para saber como o valor do dinheiro muda (ou vai mudar), o que causam essas mudanças e como isso impacta no seu dia a dia - e no seu bolso.

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