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Coronavírus, petróleo, bolsa: afinal, o que está acontecendo?

Petróleo, coronavírus, queda da bolsa... Muita coisa vem assustando na economia. Explicamos o que aconteceu na semana de 9 a 13 de março.

Planeta girando em torno de uma bola roxa

2020 chegou e não foi pra brincadeira. Entre coronavírus, circuit breaker na bolsa e dólar batendo os R$ 5 pela primeira vez, muita gente ficou sem entender direito o que estava acontecendo – e por que a economia mundial está tão estranha.

Esse tipo de situação gera campo fértil para o pânico, muitas vezes alimentado por boatos e fake news.

A melhor forma de combater? Com informação. A seguir, veja uma explicação do que anda acontecendo – de uma forma simples de entender.

O que está acontecendo na economia?

No dia 9 de março de 2020, bolsas de valores ao redor do mundo todo abriram em queda: a de Tóquio caiu cerca de 5%, a de Sydney, na casa dos 7% e a de Londres, aproximadamente 6%. No Brasil, o tombo foi superior a 10%, ativando um circuit breaker.

Esse é um mecanismo das bolsas de valores para interromper as negociações durante um período.

O circuit breaker foi criado para momentos em que o mercado está com variações muito bruscas – a ideia é acalmar os ânimos e ajudar os preços a voltarem ao normal na reabertura. Em um caso como o do dia 9, o circuit breaker é ativado por 30 minutos.

Desde então, a bolsa vem alternando entre dias de queda e alta, reagindo às medidas anunciadas por governos e bancos centrais ao redor do mundo.

Mas como chegamos aqui?

A resposta depende de entender o efeito que o coronavírus está tendo na economia, o fator petróleo e o próprio funcionamento das bolsas de valores.

O efeito coronavírus

Desde dezembro de 2019, o surto do Covid-19, que começou na China, vem sendo uma preocupação – não só na saúde, como também na economia.

A China, epicentro do vírus, é um dos maiores exportadores do mundo. De lá saem produtos e matérias-primas que alimentam praticamente todos os outros países do planeta.

Com o impacto da doença sobre milhões de chineses, assim como as quarentenas em províncias onde ficam importantes fábricas, a produção caiu.

Por que isso afeta as bolsas?

Parte da lógica do mercado financeiro tem a ver com especulação. Os investidores costumam reagir muito mal a instabilidades (principalmente em uma das maiores economias do mundo) e, por isso, as bolsas começam a cair.

E o petróleo nisso tudo?

No meio desse cenário de pouca segurança no mercado, a discussão sobre o preço do petróleo começou a esquentar. Isso porque, entre quarentenas e as pessoas ficando mais em casa para evitar que a doença se espalhe, a circulação de veículos diminuiu e, acompanhada pela produção mais baixa, a demanda por petróleo caiu.

Menos demanda = potencial excesso de estoque.

E, de acordo com a lei da oferta e da procura, a gente sabe: quando sobra produto, o preço cai. Com isso, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados entraram em discussões sobre como controlar o valor do barril.

Negociações frustradas entre a Arábia Saudita e a Rússia acabaram culminando no dia 8, quando o país árabe começou uma guerra de preços ao anunciar que iria aumentar sua produção – e, com isso, gerou uma reação em cadeia que fez despencar o preço do petróleo em mais de 30%.

Semana de caos na economia global

Como compra e venda do petróleo é muito importante (para se ter uma ideia, em 2015, movimentou mais de US$ 1,7 trilhão), qualquer flutuação nesse mercado que saia da curva esperada tem efeitos imediatos. No mundo inteiro, as bolsas abriram em queda no dia 9.

Faz sentido quando você entende, por exemplo, que países que produzem petróleo têm parte de sua receita dependente da produção – afinal, se o preço do barril despenca, essa entrada de dinheiro diminui sem planejamento.

O efeito imediato é o afastamento dos investidores, que, ao verem a instabilidade, vendem ações e outras aplicações de maior risco.

No dia seguinte, os mercados ensaiaram recuperação: no Brasil, a Bolsa chegou a uma alta de mais de 4%, o dólar baixou e as ações da Petrobras (que, na véspera, tinham despencado mais de 30%) voltaram a subir. O mesmo aconteceu em países asiáticos e europeus.

Mas a calmaria não durou

Entre a disputa de preço do petróleo e as contínuas preocupações com o coronavírus (como o decreto de pandemia da OMS e o bloqueio temporário dos Estados Unidos a viajantes europeus), o clima de insegurança segue forte.

As bolsas voltaram a cair e a B3 chegou a acionar quatro circuit breakers – a primeira vez na história em que isso aconteceu em um período tão curto. No dia 12, ela baixou para o patamar dos 60 mil pontos, o mais baixo em 3 anos. Na sexta-feira, os mercados voltaram a subir, mas seguem oscilantes.

Devo entrar em pânico?

O mais importante nesse momento é manter a calma. Sim, as notícias são preocupantes, mas vale lembrar que o próprio pânico é um dos fatores de agravamento da crise.

Nesse meio tempo, medidas estão sendo tomadas por governos e bancos centrais de vários países para ajudar a estimular a economia.

O coronavírus vai continuar a afetar a sociedade em vários aspectos – incluindo o econômico. Na noite de domingo, o Fed (banco central americano) cortou a taxa de juros no país para quase zero e anunciou um plano para estimular a economia frente aos impactos da doença.

Muita coisa ainda vai aparecer no noticiário econômico e a melhor munição para uma época como essa é a informação.

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