Por que parece que os outros sempre têm mais dinheiro que você?

Estudos mostram que comparar a nossa situação financeira com a das outras pessoas pode afetar muito a nossa felicidade.

Diz a lenda que a grama do vizinho é sempre mais verde. E não foi por acaso que isso virou ditado popular – afinal, a comparação com os outros faz parte do nosso comportamento como seres humanos.

Na década de 1950, o psicólogo americano Leon Festinger propôs algo chamado teoria da comparação social. Segundo ela, as pessoas tendem a avaliar o seu próprio valor com base em como elas se comparam às outras – e não de forma isolada, analisando apenas as suas próprias condições.

Isso vale para vários aspectos: aparência física, inteligência, sucesso profissional e… sim, você  adivinhou, vida financeira.

Nem sempre é necessariamente negativo. Algumas pesquisas ligam o espírito de comparação à motivação para melhorar e se desafiar mais. Mas, em outros sentidos, a comparação pode levar a efeitos negativos.

Como isso se aplica quando a gente fala de dinheiro?

Responda rápido: você preferiria ganhar mais dinheiro ou que o seu vizinho ganhasse menos? O instinto imediato pode ser dizer que prefere ganhar mais. Afinal, o que você tem a ver com a renda do seu vizinho?

Bom… de acordo com um estudo conduzido por pesquisadores das universidades de Harvard e Dartmouth, a resposta não é tão simples assim. Segundo ele, na verdade, a comparação com os ganhos do seu vizinho afeta mais a sua sensação de felicidade do que o seus próprios ganhos.

Como assim? Basicamente, os pesquisadores descobriram que você se sente menos feliz quando as pessoas ao seu redor ganham mais dinheiro.

Pois é: mesmo que o seu padrão de vida não mude em nada, saber que outra pessoa tem mais dinheiro que você te faz mais infeliz.

O efeito contrário também acontece: quando você tem mais dinheiro que as pessoas ao seu redor, a tendência é se sentir mais satisfeito com suas condições.

Dinheiro, comparação e metas de consumo

O estudo indica, ainda, que essa percepção da felicidade tem muito a ver com as metas de consumo das pessoas. Se você sempre quis uma casa grande, por exemplo, mas não conseguiu comprar, comparar-se com um vizinho que mora em uma casa maior que a sua vai gerar uma sensação de inferioridade.

Por essa lógica, em tese, seu cérebro ficaria mais satisfeito em morar num bairro mais simples para ter uma casa melhor em relação aos outros em vez de ter a mesma casa, em um bairro no qual ela é a menor da rua.

Claro que esses exemplos são um exagero, mas eles demonstram o que o estudo descobriu: que, muitas vezes, a gente se deixa afetar mais pela comparação com os outros do que pela nossa própria realidade.

Mas você não tem o contexto completo

Falar sobre dinheiro ainda é um tabu, e raramente a observação vai permitir que você entenda de verdade as finanças das pessoas ao seu redor. Então fazer essas comparações e especulações não é só prejudicial para sua felicidade, pode inclusive ser completamente errado.

Aquela casa que você tanto quer pode ser motivo para seu vizinho estar endividado sem que você saiba. Talvez ele quisesse um carro igualzinho ao seu, ou um tênis, uma bolsa... Ou talvez só quisesse estar livre das prestações que acumulou. 

O fato é: ao se comparar, você cria uma série de suposições que muitas vezes te fazem até superestimar as condições dos outros ao seu redor.

Comparar a sua vida com a de outras pessoas não significa que você é uma pessoa fraca ou invejosa, apenas humana. É natural e todo mundo faz, então não precisa sentir culpa sobre isso.

Mas se você quer diminuir esse comportamento e melhorar a satisfação que tem com a sua própria vida, vale se perguntar: a forma como você lida com seu dinheiro hoje está equilibrada?

Mais do que isso: se depois de resolver suas necessidades básicas (o que já te coloca numa situação mais privilegiada que a maioria da população brasileira) ainda sobra dinheiro, você está destinando ele para as coisas que são realmente suas prioridades?

Talvez sua prioridade seja conseguir aquela casa. Ou talvez seja um carro, uma viagem, jantar fora toda semana, guardar para a velhice… Cada pessoa sabe qual é a sua.

Então, na hora em que bater a insatisfação, ou aquela frustração de não estar tão bem de vida quanto os outros, tente voltar para si mesmo. Afinal, os seus planos de vida são bem mais importantes que os dos seus vizinhos.

Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história.

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