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O que é uma bolha na economia - e como ela se forma?

Bolha especulativa, bolha financeira, bolha econômica… Entenda o que são e quais as consequências para a economia.
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Muito entusiasmo para pouco resultado. Apesar de ser um termo do mercado financeiro, o conceito básico de bolha é familiar para muitas pessoas. Afinal, não faz tanto tempo que um dos maiores casos de bolha financeira impactou o mundo inteiro: a chamada crise do subprime.

Ao longo dos anos 2000, a concessão desenfreada de créditos imobiliários nos Estados Unidos acabou gerando irregularidades que elevaram os valores de ativos de uma maneira exagerada e fora da realidade.

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Uma bolha financeira acontece quando ativos (como ações, bitcoins, ou, no exemplo acima, empréstimos hipotecários) começam a ser negociados a preços muito acima do valor real. Ou seja, quando há uma visão distorcida do valor desses ativos.

O nome bolha vem da instabilidade desse processo. Como ele é totalmente baseado em especulação, basta algo pequeno para a bolha “estourar”, causando uma queda brutal e rápida dos valores e deixando os investidores com um prejuízo alto.

Dependendo da gravidade, uma bolha estourada pode levar a consequências sérias para a economia. O caso do subprime ocasionou uma crise profunda, que começou entre 2007 e 2008 e impactou países do mundo inteiro.

Como uma bolha se forma?

A principal característica de uma bolha é o crescimento rápido no valor de mercado de um ativo (ou um grupo de ativos), mas é difícil apontar exatamente o que causa essa ascensão.

O que alimenta a bolha, no entanto, é tipicamente o comportamento de manada: investidores que se atraem pela popularidade do ativo e passam a negociá-lo - aumentando, consequentemente, ainda mais sua popularidade.

A lógica é simples: pela lei da oferta e demanda, quando mais pessoas procuram um produto, o valor de mercado aumenta. O problema, no caso da bolha, é que isso é baseado apenas em especulação.

A crise do subprime foi emblemática por expor como a falta de regulação alimentou essa situação.

Bolha especulativa e o subprime

Por uma série de motivos, incluindo taxas de juros baixas, a população dos Estados Unidos passava por um momento intenso de financiamentos imobiliários. Os bancos agrupavam esses financiamentos como ativos para serem vendidos no mercado.

Esses ativos eram considerados excelentes investimentos e foram ficando populares em um ritmo acelerado. Conforme o mercado foi aquecendo, as taxas de juros voltaram a subir e as pessoas começaram a parar de pagar seus financiamentos. Ao perceber o calote, os investidores passaram a vender seus ativos de forma descontrolada, fazendo os preços despencarem.

Para agravar a situação, descobriu-se que dentro desses “agrupamentos” de financiamentos imobiliários estavam misturados títulos com valor extremamente inflacionado - os chamados “créditos podres”. Ou seja, o preço atribuído a eles era muito superior a seu valor intrínseco.

O filme A Grande Aposta, de 2015, explica a crise do subprime de uma forma didática e por um ângulo interessante: um grupo de investidores que percebeu que o mercado estava vivendo uma bolha antes dela estourar e decidiu apostar contra os subprime.

Os estágios de uma bolha

As bolhas costumam passar por algumas estágios comuns. Segundo o economista americano Hyman P. Minsky, especialista em crises financeiras, são cinco fases principais.

As cinco fases da bolha financeira

  1. Deslocamento: momento em que os investidores começam a notar (e se encantar) com um novo paradigma no mercado - uma tecnologia inovadora, um produto novo,  uma oportunidade de investimento com retornos aparentemente fáceis, por exemplo.
  2. Boom: os preços começam a subir - no início, de forma lenta, mas logo ganhando impulso conforme mais investidores vão entrando no mercado. O ativo vai ganhando cada vez mais atenção, inclusive na imprensa, alimentando a atração dos investidores e o sentimento de que quem não colocar seu dinheiro vai perder a oportunidade.
  3. Euforia: nessa fase, há uma sensação generalizada de otimismo em relação ao ativo e os preços disparam. A maior parte das pessoas sequer questiona a solidez por trás de seu investimento.
  4. Lucro: quem vende no auge dos preços consegue ganhar muito dinheiro. O problema é que pouquíssimas pessoas conseguem perceber os primeiros sinais da bolha e entender que é hora de começar a vender antes que ela estoure - a maioria segue para a quinta e última fase.
  5. Pânico: ao perceber o dinheiro começando a ir embora, outros correm para também vender seus ativos e os preços despencam ainda mais rápido do que subiram. A maioria dos investidores acaba com um prejuízo enorme.

Outras bolhas especulativas na história

Mania das tulipas

Considerada uma das primeiras bolhas financeiras da história, ela aconteceu durante o século 17 na Holanda. Após serem introduzidas no país, as tulipas viraram um símbolo de status, com preços cada vez maiores. Um único bulbo chegava a ser trocado por terras ou imóveis.

A bolha estourou quando, durante uma negociação, uma compra grande nunca chegou - passou a ficar claro que os preços eram irreais.

Bolha da internet

Também chamada de “bolha das empresas ponto com”, ela aconteceu entre a década de 1990 e o início dos anos 2000 e foi marcada pela especulação sobre as empresas de tecnologia da época. Vários dos negócios sequer tinham produtos relevantes, mas, em meio ao entusiasmo do mercado, foram avaliadas muito além do que deveriam.

Muitos economistas dizem que o estouro dessa bolha acabou preparando o terreno para a crise do subprime - ao mesmo tempo que o mercado estava em crise, os imóveis começaram a se valorizar e a demanda aumentou, diminuindo as taxas de juros e estimulando o financiamento imobiliário.

No fim das contas, a grande questão do mercado financeiro é que muitos investidores - incluindo os mais experientes - acham que têm conhecimento e bom senso suficiente para não chegar à fase de pânico. Mas a história insiste em provar o contrário todas as vezes.

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