Tudo encareceu, e agora?

Tem como reduzir os gastos do mercado? Dá para frear o aumento do aluguel? E o que fazer com a gasolina?

As compras do mês ficaram mais caras. No último ano, o preço de itens básicos, como óleo de soja, mandioca e açúcar, subiu até 75,7% - e a carne vermelha chegou a ter alta de quase 30%. Mas não foi apenas o mercado que encareceu. O combustível, que custava em média R$ 4,62 em 2020, agora pode chegar a R$ 7 - e a Energia elétrica ficou 20,86% mais cara no último ano.

O que o consumidor sente no bolso é resultado de uma velha conhecida: a inflação. No Brasil, desde o ano 2000, esse é o mês de agosto com maior inflação já registrada. No acumulado dos últimos 12 meses, chegamos a 9,68%. 

E o que fazer em meio a tanta coisa? 

É difícil falar que seguir um simples passo passo será a solução de tudo - mas, abaixo, veja dicas que podem ajudar a lidar com alguns pontos.

Conta de luz mais cara

Começamos o ano de 2021 pagando mais caro pela energia elétrica do que o comum, pois estávamos na bandeira tarifária amarela. De lá para cá, o cenário não melhorou e foi necessária a criação da bandeira escassez hidríca, cuja tarifa cobra um adicional de R$ 14,22 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) . Este valor já está sendo cobrado desde o dia 1 de setembro. 

Tem como economizar energia?

Existem formas de tentar reduzir o consumo de casa no dia-a-dia

  • Básico: sempre que possível, aproveitar a luz natural e evitar acender as lâmpadas. 
  • Acumular roupas para lavar: . Não precisa misturar brancas e coloridas, jamais, mas vale juntar mais peças e colocá-las todas de uma só vez. Uma máquina de lavar comum consome, em média, 0,5 kw/h por ciclo - o que dá em torno de R$ 0,45. 
  • Não é mito: se você não estiver usando o equipamento, tirá-lo da tomada ajuda a economizar energia. Ainda que pouco, os equipamentos conectados a tomada, mesmo desligados, consomem energia elétrica;
  • Chuveiro elétrico: um grande vilão. Além de banhos demorados, deixar  na temperatura "inverno" é um problema: essa é a opção que consome mais energia. Prefira banhos menos quentes e mais rápidos nesse momento;
  • Não fique abrindo e fechando a geladeira várias vezes – ou ficar com ela aberta durante muito tempo. Quando aquele ar frio vai todo embora, os motores precisam trabalhar mais para resfriar tudo novamente, e assim usar mais energia;
  • Por falar em geladeira… Você tem o hábito de secar roupas atrás da geladeira? não faça isso. Além de estragar motor , a prática consome ainda mais energia;
  • Tarifa social: famílias de baixa renda (e que estão cadastradas para pagar a tarifa social) não poderão ter a luz cortada por falta de pagamento pelo menos até outubro.

Para entende melhor a dinâmica das bandeiras tarifárias, vale acessar o Consumo Consciente Já – que indica o custo da energia elétrica no Brasil.  

Bônus para quem economizar energia elétrica

O governo lançou um programa de incentivo para aquelas pessoas que economizarem no mínimo 10% de energia entre os meses de setembro e dezembro desse ano, em comparação com o ano passado. Quem atinge a meta, recebe um bônus de R$ 0,50 por cada quilowatt-hora (kWh).

Gasolina nas alturas

De forma objetiva, a melhor saída na hora de economizar combustível é usar o transporte público. Agora, para você que precisa usar o carro e não tem outra saída, uma dica é acelerar menos. Use marchas mais leves se possível – que reduzem o RPM que aparece no conta-giro do veículo.

A lógica é simples: quanto menor a rotação por minuto (RPM) do motor, menor será o gasto de combustível. Se o seu câmbio é automático, evite acelerar bruscamente – a lógica das rotações do motor segue a mesma. 

Além disso, alguns dos principais postos de gasolina do Brasil possuem programas de fidelidade por meio de seus aplicativos. Eles te ajudam a economizar na hora de abastecer.

Caso tenha que usar o transporte público, lembre-se: ainda estamos em um momento de pandemia, então é importante continuar seguindo os protocolos de segurança, como usar máscara, não levar a mão a boca ou aos olhos, e lavar as mãos sempre que possível – na impossibilidade, use álcool em gel. 

A conta do mercado não fecha

Passamos pelo pico de preços do arroz em 2020. Neste ano, o cenário não muda muito: é possível encontrar um pacote de 5 kg de arroz custando mais de R$ 25 no supermercado em várias partes do Brasil. 

Outros itens da cesta básica, como o café, devem aumentar entre 35% e 40% até o fim de setembro, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Uma cesta básica em Porto Alegre (RS), por exemplo, pode chegar a R$ 664,67 - mais da meta de salário mínimo atual de R$ 1.100. 

Não dá para simplesmente trocar o arroz e o feijão por outros alimentos, mas é possível variar as combinações desses alimentos – substuindo-os por outros que estejam mais baratos naquela semana, ou em promoção. 

Você tem condições de pesquisar? Ir atrás de preços diferentes? Se sim, essa é a saída ideal no caso dos alimentos.

Preço do gás de cozinha

Desde o ínicio do ano o valor do gás de cozinha já foi reajustado oito vezes. 

Não existem dicas milagrosas para reduzir o consumo com a chama acesa, porém é possível tentar otimizar preparos para usar o fogo por menos tempo. 

  1. Aproveite o forno: asse dois pratos diferentes ao mesmo tempo ou um na sequ6encia do outro, para aproveitar o forno quentinho. Evite abrir a porta durante os preparos - isso esfria o fogão e consome mais gás. 
  1. Cozinhar a vapor: aproveite panelas cozinhando para preparar algo no vapor dos alimentos. Por exemplo, enquanto cozinha o arroz, coloque os legumes em cima (dentro de um escorredor ou peneira grande) e feche com a tampa. Aproveitar o vapor do cozimento faz você não precisar ligar a chama outra vez;
  1. Panelas fechadas cozinham mais rápido. Panelas com tampa aberta levama mais tempo e consomem mais gás;
  1. Cozinhar os alimentos em pedaços menores também ajuda. No caso de grãos, deixá-los de molho em água potável 1 dia antes do cozimento ajuda a diminuir o tempo de cozimento, assim economizando mais gás;

Conheça os seus direitos

Moradia já era um tema delicado mesmo antes da pandemia. Segundo um estudo publicado pelo Insper, as pessoas mais pobres são as que mais concentram suas despesas com o aluguel: 

"No Brasil, 11,7 milhões de famílias têm gastos com aluguel. Entre elas, 48,2% têm renda familiar total até 3 salários mínimos e 77,1% até 6 salários mínimos".

Com o agravamento da crise sanitária, mais pessoas têm dificuldade de pagar o aluguel: ao menos 19.875 famílias foram removidas de suas casas durante a pandemia no Brasil, segundo dados da Campanha Nacional Despejo Zero

Contudo, pessoas que atualmente moram no mesmo imóvel desde antes do dia 20 de março de 2020, não podem ser despejadas de suas casas por um período 6 meses – até dezembro desse ano. 

Isso devido a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STF) que tem como objetivo “evitar que remoções e desocupações coletivas violem os direitos à moradia, à vida e à saúde das populações envolvidas”. Então, se infelizmente não houver acordos amigáveis entre locador e locatário, saiba que você está protegido até o fim de 2021 e pode recorrer judicialmente contra o despejo. 

Saque o FGTS caso essa seja boa uma opção 

Se você é aniversariante do mês de setembro, ainda dá tempo de pedir o saque-aniversário. Basicamente, o saque-aniversário permite que você receba uma porcentagem do saldo da sua conta FGTS todos os anos, no mês do seu aniversário. 

É importante entender os prós e contras do saque-aniversário do FGTS antes de contratá-lo e sacar o valor da sua conta. 

Agora, se você avaliar que esse dinheiro vem em uma boa hora, basta escolher a opção de saque-aniversário, em vez do saque-recisão, e receber uma porcentagem do saldo da sua conta. 

Veja a tabela do saque-aniversário, como funciona e como escolher essa opção

Avalie a necessidade antes de fazer um empréstimo

É melhor fazer um empréstimo do que recorrer ao cheque especial – isso não há dúvidas. Os juros do cheque especial são os mais altos do mercado: chegam a mais de 300% ao ano. 

Mesmo que você tenha acesso ao empréstimo, é importante avaliar se as parcelas cabem no orçamento - e se não há tarifas ou juros abusivos. 

Isso tudo realmente ajuda?

Dicas como essas te ajudam a identificar pequenos hábitos do dia-a-dia que podem ser mudados, controlando o orçamento de uma forma mais saudável e impactando menos o seu bolso. 

Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história.

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