Se você usa TikTok ou navega pelo Instagram, pode ter sido impactado pela “trend” “Ouvimos e não julgamos", em que as pessoas compartilham alguns comportamentos sem medo de julgamento dos seus parceiros, família e amigos. No mundo dos investimentos, também existem alguns comportamentos e conceitos complicados, mas eles devem, sim, ser julgados, pois provocam perdas financeiras.
A seguir, conheça alguns desses comportamentos e entenda por que eles não dariam um vídeo engraçado nas redes sociais.
1. Ouvimos e julgamos: “contratei empréstimo para ter dinheiro na conta”
O orçamento aperta um pouquinho e a primeira ação que você adota é contratar um empréstimo? Pegar dinheiro emprestado só para ter algum valor disponível na conta não é recomendado. Sem planejamento ou motivo específico, o crédito pode ser o início de uma fase de descontrole. Contratar um empréstimo pode ser solução para quem se planejou e sabe o que fazer com o dinheiro, como pagar dívidas ou antecipar algum objetivo.
Antes de contratar qualquer crédito, a recomendação é de que você organize as suas contas, entenda o tamanho das suas dívidas e saiba exatamente o destino do empréstimo. Dessa forma, você evita o início de uma bola de neve.
Além disso, nessa hora, é importante não agir por impulso e ficar atento aos juros e às taxas cobrados pelo empréstimo que você quer contratar, e também ao valor da parcela – ela precisa caber no seu bolso, mas sem comprometer as contas dos próximos meses.
No Nubank, por exemplo, essas informações estão disponíveis de um jeito simples e sem burocracia. Basta acessar a área de “Empréstimos” para saber quais ofertas estão liberadas para você e simular as condições. Antes de contratar, é possível saber exatamente os valores das parcelas. Essas informações são essenciais para você considerar no seu planejamento.
2. Ouvimos e julgamos: “comprei só porque está na promoção”
Quem nunca comprou aquelas 5 blusinhas iguais, só porque estavam na promoção? Esse prejuízo pode até ser administrável para muita gente, mas quando os valores vão além disso, podem desajustar qualquer orçamento.
São justamente as compras promocionais que mais geram compras por impulso, segundo estudo realizado no último trimestre de 2024 pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a empresa de pesquisa Offerwise.
Os dados mostram que 51% dos entrevistados admitem que às vezes fazem compras por impulso na internet e 9% sempre fazem. E a promoção é a principal razão para esse tipo de compra, segundo 46% das pessoas ouvidas. Entre as ações que mais estimulam os consumidores a comprar sem pensar na internet são as notificações de ofertas de aplicativos de lojas (48%), seguido de e-mail com ofertas e promoções (42%), Instagram (37%) e WhatsApp recebido diretamente das lojas (35%).
Não há nada de errado em aproveitar promoções. O problema é quando os produtos ou serviços sequer estavam na sua lista de desejos. Comprar por comprar, só porque está mais barato, alimenta o consumismo e as chances de você ter itens que vão apenas ficar parados na sua casa. Para não cair nessa cilada, anote os seus sonhos de consumo, e entenda se você realmente quer esses itens ou apenas está sendo influenciado a comprá-los por seu grupo de convivência.
3. Ouvimos e julgamos: “comprei só porque meu influenciador favorito indicou”
Indicações feitas por influenciadores digitais são cada vez mais comuns, e os brasileiros já adotaram o comportamento de comprar com base nas recomendações deles. Estudo feito pela empresa de marketing Rakuten Advertising mostra que 83% dos brasileiros já fizeram compras acima de R$ 100 a partir de indicações de influenciadores; e 38% já gastaram mais de R$ 500.
As indicações das redes sociais criaram um novo mercado e uma nova dinâmica de consumo. Conhecer novos produtos e serviços a partir de alguém que você admira pode ser interessante, mas também pode ser o estopim para compras por impulso, que não fazem sentido para você.
Para evitar gastar com aquilo que você nem estava pensando, vale a mesma dica anterior: crie uma lista de desejos e entenda se ela é realmente importante para você antes de comprar algo só porque a sua pessoa influenciadora preferida indicou.
4. Ouvimos e julgamos: “apliquei em um investimento que vai me deixar rico”
“Invista R$ 10 e receba R$ 1 mil em uma semana". Você já deve ter sido impactado por alguma mensagem parecida, seja nas redes sociais, aplicativos de mensagens ou até por indicação de algum amigo. No mundo dos investimentos, não existe garantia de altos retornos, principalmente no curto prazo, mas tem gente que acredita e acaba perdendo dinheiro. E quanto mais jovem a pessoa, mais ela se arrisca para “ficar rica logo".
É o que mostra estudo do banco britânico Barclays feito com investidores de vários países: 49% dos investidores entrevistados com idade entre 18 e 24 anos aplicam esperando retornos entre dois e cinco anos; 16% dizem, especificamente, que investem esperando ficar ricos.
Quem investe quer, sim, ganhar dinheiro, mas não existe um único ativo no mundo que garanta o enriquecimento de uma pessoa entre dois a cinco anos. Quanto maiores as possibilidades de lucro de um ativo, maiores são os riscos. Se alguém ou alguma empresa está te prometendo altos retornos no curto prazo, cuidado, é golpe. Em 2024, a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) conduziu uma espécie de teste: colocou no ar uma página online de corretora fictícia de criptomoedas.
A página foi construída com promessas de lucros altos sem riscos e de aumento rápido do patrimônio, textos com erros gramaticais, ausência de informação sobre o CNPJ da empresa, dados divergentes e incentivo à pirâmide financeira. E mesmo com todos esses sinais de que a oferta não era verdadeira, mais de 49 mil dos 104 mil visitantes únicos do site demonstraram interesse em contratar a corretora para investir dinheiro.
5. Ouvimos e julgamos: “vou gastar, sim, porque só se vive uma vez”
Comprar aquele produto, serviço, uma viagem de final de semana sem planejamento é mais comum do que parece. Pesquisa de 2024 da CNDL mostrou que 53% dos brasileiros inadimplentes admitem que gastam mais dinheiro do que ganham, 40% afirmaram que se endividaram porque o prazer de comprar é maior do que seu controle financeiro e 38% disseram que algumas vezes acabam fazendo compras não planejadas para se sentirem melhores e se valorizar.
O prazer e o bem-estar são os motivos por trás do “só se vive uma vez" – eles representam a resposta mais rápida que o cérebro dá para boa parte das situações. A Economia Comportamental tem um nome para explicar esse mecanismo: desconto hiperbólico, um viés cognitivo que faz com que as pessoas valorizem mais os benefícios imediatos do que os futuros. Na prática, seu cérebro busca atalhos constantemente para te entregar respostas rápidas. Para economizar energia, o caminho natural dele é buscar decisões prazerosas e de curto prazo.
É por isso que entre pensar naquela viagem não planejada do final de semana com os amigos e no pagamento da fatura do cartão de crédito do mês seguinte, o passeio ganha. O vencimento da fatura ainda está distante e a viagem parece bem mais legal, não é? Essa é a cilada que te faz perder dinheiro.
Planejar, ainda que minimamente, as suas contas exige tempo e energia, por isso acaba sendo deixado de lado. Mas é possível criar atalhos que facilitam a sua tomada de decisão com estratégias simples, como programar lembretes frequentes que alertam sobre a data de vencimento do seu cartão.
No Nubank, por exemplo, você pode usar o Assistente de pagamentos para criar esses lembretes. A solução funciona como se fosse um assistente virtual, que te avisa sobre o vencimento das suas contas, faz pagamentos automáticos e busca boletos que foram emitidos no seu CPF. Com ele, você pode criar quantos lembretes quiser para te ajudar no seu controle financeiro.
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6. Ouvimos e julgamos: “o cheque especial é parte do meu salário”
Se o seu salário cai todo mês para cobrir valores negativos da sua conta, você fica no vermelho ao pagar boletos básicos e ao fazer compras do dia a dia, cuidado: esses são sinais de que você está usando o cheque especial como parte da sua renda.
O cheque especial é uma modalidade de crédito pré-aprovado disponibilizado na sua conta por boa parte dos bancos. Na prática, quando o seu saldo acaba, você pode continuar usando a sua conta para pagamentos e transferências, mas ela fica negativa. Como todo empréstimo, o cheque especial cobra juros: a taxa média dos bancos pesquisados pelo Procon-SP, em dezembro de 2024, foi de 7,96% ao mês.
Ou seja, toda vez que você usa o seu limite da conta, está contratando um empréstimo ruim e pagando juros altos por ele. Se os seus gastos não cabem no seu salário, é hora de revisitar o orçamento para entender se é possível eliminar alguma despesa ou se existem oportunidades de aumentar a renda.
Saiba aqui como fazer um planejamento financeiro que não deixa de lado aquilo que é mais importante para você.
7. Ouvimos e julgamos: “investir é difícil e é só para quem tem dinheiro”
É verdade que antes de começar a investir o seu dinheiro é preciso entender seu perfil de investidor, suas metas e a dinâmica do ativo que quer aplicar. Mas esse caminho não precisa ser difícil e você também não precisa ter rios de dinheiro para começar.
Hoje, o mercado financeiro tem ofertas de investimentos para todo tipo de perfil e de bolso. No Nubank, por exemplo, você pode começar a guardar dinheiro nas Caixinhas com apenas R$ 1 (um real), e esses valores vão render de acordo com o ativo que está por trás dessa solução. Também é possível encontrar ativos da renda fixa, como CDBs e títulos públicos, para investir com menos de R$ 100.
Ou seja, é possível, sim, investir com pouco dinheiro, e aprender sobre investimentos também ficou mais acessível. É possível encontrar conteúdos educativos de qualidade na internet, em sites confiáveis, como da Bolsa de Valores, e aqui, no Blog do Nubank.
Se quiser saber mais sobre esse mundo, você pode acessar aqui os conteúdos de Investimentos que preparamos para tornar essa jornada mais simples.
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