Na tradução literal, open banking significa “banco aberto”, ou “sistema bancário aberto”. Esse conceito tem um princípio simples: o de que é preciso abrir o leque de opções disponíveis para o consumidor e permitir que ele tenha mais liberdade para levar suas informações financeiras para onde quiser.
A base do Open Banking é simples: todo o mercado financeiro deveria adotar uma camada de tecnologia padronizada – uma forma de comunicação fácil para simplificar a portabilidade de dados.
De quebra, essa tecnologia, conhecida como APIs, também permitiria ampliar a oferta de produtos e serviços financeiros oferecidos – trazendo mais concorrência e competição a um setor conhecido por ser super concentrado.
Isso acontece porque a premissa do Open Banking é ter APIs abertas – ou seja, ter essa base de tecnologia disponível para que um ecossistema de produtos e serviços financeiro seja criado ao redor das instituições.
Tudo isso pode ser feito em um ambiente seguro – como já acontece hoje com todas as operações online – no qual o cliente tem total controle das informações que decide (ou não) compartilhar com outras instituições ou empresas.
O Reino Unido é um dos locais nos quais o Open Banking já é uma realidade. Estados Unidos, Austrália, Japão, União Europeia e Hong-Kong também já estudam como implementar esse sistema.
No Brasil, o Banco Central começou a discutir como ele poderia funcionar por aqui e pode anunciar, ainda no primeiro semestre de 2019, as regras do sistema.
O que é Open Banking na prática?
Imagine todo o histórico de crédito construído ao longo de décadas com um banco – as contas pagas em dia, os salários depositados, as prestações, empréstimos, perfil de gastos…
Com o Open Banking, o cliente consegue pegar todas essas informações e levá-las para onde quiser, sem ter que começar um relacionamento do zero com uma nova instituição.
Essa é uma mudança enorme que facilitaria muito a vida dos clientes que desejam migrar de instituição ou simplesmente adquirir um novo produto financeiro.
Hoje, mudar de banco é um processo burocrático e chato – e começar a usar um novo serviço nem sempre é uma experiência completa.
Isso acontece porque, muitas vezes, falta à nova instituição ou produto o contexto para conseguir oferecer às pessoas algo mais personalizado, como um limite de crédito ou um pacote de investimentos adequado a cada perfil. Com o Open Banking:
- Um cliente que pede um empréstimo em uma instituição, por exemplo, poderia usar seu histórico já existente em outros lugares para conseguir melhores taxas ou limites.
- Além disso, fica muito mais fácil desenvolver novos produtos e serviços quando todo o mercado fala a mesma língua e tem um padrão.
Isso não significa que toda a tecnologia, de todas as instituições, seria a mesma – e muito menos que as informações ficariam soltas no sistema.
Na verdade, apenas uma camada dessa tecnologia precisaria ser capaz de entender e conversar com todas as plataformas do sistema se o cliente quiser levar seu histórico para outra instituição ou compartilhá-los com algum serviço – como um aplicativo de controle de gastos ou em sites de compras, por exemplo.
Essa tecnologia – ou forma de conversar – se daria por meio de APIs.
O que são APIs do Open Banking?
API, ou application programming interface, é parte de um sistema que funciona justamente como uma interface para falar com outros sistemas.
Por exemplo: toda vez que você acessa um site, o seu navegador só consegue mostrar as informações porque está “conversando” com a API do servidor no qual a página está hospedada.
As APIs são parte de diversos programas usados dentro de todos os tipos de empresas – mas elas também podem ser abertas para a comunidade, o que significa que terceiros também conseguem criar produtos a partir delas.
As empresas de tecnologia são famosas por terem APIs abertas. Com a API do Google Maps, o serviço de mapas do Google, qualquer um consegue construir um site com um mapa integrado a ele, por exemplo.
Vários sites também usam as APIs abertas de redes sociais para criar formas mais rápidas de cadastro. Repare na quantidade de páginas que dão a opção fazer login usando o perfil de uma rede social.
Em resumo, a API da rede social é uma forma padronizada de pedir e usar as informações que o usuário já colocou por lá na hora de fazer o cadastro no site – mas ela só funciona se o usuário quiser permitir essa integração.
De forma similar, o Open Banking propõe que todo o mercado financeiro tenha APIs abertas.
Cada banco, empresa, fintech ou operadora continua tendo autonomia para desenvolver os produtos que quiser, com a tecnologia que escolher e adotando todos os procedimentos de segurança.
A diferença é que passaria a existir uma forma padronizada de conversar. A partir delas, uma série de produtos e serviços podem surgir para competir com os atuais bancos e fintechs ou para complementar o que eles oferecem.
Nenhum deles, no entanto, tem acesso aos dados sem que o cliente escolha compartilhar suas informações.
Vantagens do Open Banking
Não existe um único modelo de Open Banking. Diversos países no mundo estudam formas de implementá-lo.
No entanto, existem vantagens gerais inerentes aos princípios básicos desse sistema:
- Mais liberdade e autonomia para os clientes: hoje, a burocracia interna das instituições é uma barreira enorme na hora de tentar mudar de banco. Além disso, quanto maior o tempo de relacionamento com uma instituição, mais informações ela tem a respeito do cliente. Ao migrar, pelo menos parte dessas informações se perde. Com o Open Banking, o cliente não fica preso a esse sistema.
- Menos custos: as APIs abertas criam um sistema muito mais integrado, no qual pode ser possível cortar intermediários e tornar processos mais rápidos e baratos.
- Mais competição: o Open Banking reduz a barreira de entrada para novos serviços e produtos, criando um ambiente mais competitivo e com mais opções para o consumidor.
Além das vantagens, existem também pontos de atenção ligados ao Open Banking – em especial à segurança das informações.
Por isso, o primeiro e mais importante passo na criação de um sistema de Open Banking é garantir um ambiente seguro para os usuários.
Além disso, países que já começaram a testar o sistema (como a Inglaterra) criaram também uma série de leis e regras para impedir o mau uso das informações dos clientes – além de formas simples de cortar o acesso aos dados quando o cliente não quiser mais utilizar algum serviço ou produto.
Ter mecanismos de controle, que realmente deem autonomia aos cliente, é um ponto fundamental do Open Banking.
Hoje, no Brasil, o Banco Central estuda justamente como seria possível desenhar esse sistema e garantir uma infraestrutura de comunicação de forma segura.
Por enquanto, não existe uma previsão oficial de quando o Open Banking será implementado.
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