Se você usa cartão de crédito, algum produto ou serviço financeiro, é melhor ler tudo até o final: em maio de 2025, o Governo elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e deixou algumas operações financeiras que você faz mais caras. Mas, você ficou sabendo que o Governo quer aumentar o Imposto de Renda de investimentos para voltar atrás na decisão sobre o IOF. E agora? O que está acontecendo? O IOF subiu ou não?
Calma que a gente te explica.
Primeiro, é preciso entender que o IOF é um tributo federal cobrado em cima de algumas operações financeiras, como:
- Câmbio (na compra de moeda estrangeira);
- Operações de crédito, como empréstimo pessoal ou financiamento);
- Seguros;
- E na compra e venda de investimentos.
A seguir, entenda o que está acontecendo, o que está de fato valendo, as novas alíquotas e o impacto disso no seu orçamento.
IOF mais alto? O que aconteceu?
O IOF aumentou por meio de um Decreto publicado pelo Governo no dia 23 de maio de 2025. O aumento faz parte de um plano do Governo para aumentar as receitas e, assim, manter as contas dentro da meta fiscal estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Em termos práticos, tudo isso funciona assim: você tem um orçamento, com gastos e entradas de dinheiro, certo? E o objetivo é sempre manter um equilíbrio dessa conta, com receitas maiores do que os gastos. Além disso, você também tem objetivos, seja viajar, juntar uma determinada quantia de dinheiro, trocar o celular. Com o Governo não é muito diferente.
Além de equilibrar os gastos e os ganhos, a União precisa também cumprir alguns objetivos financeiros, como ter níveis específicos de investimentos e dívidas. E assim como você precisa fazer ajustes quando a sua meta está muito distante de ser batida, o Governo também.
Esses ajustes nas contas públicas foram anunciados no dia 22 de maio de 2025 pelo Ministério da Fazenda. O aumento do IOF foi uma dessas mudanças e tem a função de aumentar a receita da União.
Mas nem todo mundo gostou da notícia. Empresas, grandes investidores, instituições e organizações que representam setores da economia e da sociedade civil, e também senadores e deputados se mobilizaram para deixar claro que esta não era uma boa ideia.
O Ministério da Fazenda, então, estudou alternativas para substituir o aumento do IOF e, no dia 11 de junho de 2025, publicou uma Medida Provisória que eleva o Imposto de Renda de investimentos de renda fixa e variável, dentre outras medidas.
Neste conteúdo, você entende essas propostas que ainda serão avaliadas pelo Congresso Nacional.
Então, não tem mais aumento de IOF?
Não exatamente. A medida que propõe o aumento de Imposto de Renda em investimentos não substituiu tudo o que foi anunciado sobre o IOF.
Para deixar tudo mais claro para você, saiba, em seguida, quais alíquotas de IOF de fato estão valendo agora. Elas foram definidas no dia 11 de junho de 2025 por meio do Decreto 12.499 e já estão em vigor.
Quais são as novas alíquotas do IOF?
A alteração do IOF afeta tanto pessoas físicas como empresas, mas não afeta todas as operações de crédito. Saiba o que mudou:
Compras internacionais
As compras feitas com cartões de crédito e débito internacional, cartão pré-pago internacional e cheques de viagem para gastos pessoais serão tributadas em 3,5%.
Antes, o IOF era de 3,38% sobre o valor total da compra para 2025. Pela regra antiga, o IOF neste caso seria reduzido, ano a ano, até ser zerado em 2028. Essa redução gradual, que vigorava desde 2022, foi interrompida.
Na prática, se você faz compras no exterior usando o cartão de crédito e débito internacional, além de cartão pré-pago, vai pagar mais caro. E isso vale também para as compras com esses meios de pagamento feitas no Brasil em sites internacionais.
Compra e saque de moeda estrangeira
O IOF para compra e saque de moeda estrangeira em espécie é agora de 3,5%. Antes, era de 1,1%.
Ou seja, toda vez que você comprar ou sacar moeda estrangeira em caixas eletrônicos no exterior, vai pagar mais caro.
Remessas para o exterior
No caso de remessa de recurso para conta do contribuinte brasileiro no exterior, o IOF passa de 1,10% para 3,5%. Já na remessa de recurso para conta de terceiros no exterior, a alíquota passa de 0,38% para 3,5%.
Empréstimos de curto prazo
Nos empréstimos externos de curto prazo, o IOF era 0% e passa a ser 3,5%, apenas para operações com prazo inferior a 365 dias.
Planos de previdência privada
As pessoas que têm planos do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) não pagavam IOF. Agora, para aportes maiores de R$ 300 mil ainda em 2025 há IOF de 5%.
A partir de janeiro de 2026, essa alíquota será cobrada em aportes que ultrapassarem os R$ 600 mil.
Crédito para empresas (regra geral)
As empresas pagam IOF na contratação de crédito e pagam alíquotas diárias, mas há um limite máximo dessa cobrança. Todos esses valores subiram.
Cobrança de IOF | Antes | Agora |
---|---|---|
Na contratação | 0,38% | 0,38% |
Diária | 0,0041% | 0,0082% |
Limite máximo de IOF pago | 1,88% | 3,38% |
Empresas do Simples Nacional
Já as empresas que estão enquadradas no Simples Nacional – ou seja, aquelas que têm um faturamento máximo de R$ 4,8 milhões (limite de 2025) – e que não são MEI (Microempreendedor individual) agora pagam as seguintes alíquotas de IOF para operações de crédito de até R$ 30 mil.
Cobrança de IOF | Antes | Agora |
---|---|---|
Na contratação | 0,38% | 0,38% |
Diária | 0,00137% | 0,00274% |
Limite máximo de IOF pago | 0,88% | 1,38% |
Para crédito acima de R$ 30 mil, essas empresas vão pagar as seguintes alíquotas.
Cobrança de IOF | Antes | Agora |
---|---|---|
Na contratação | 0,38% | 0,38% |
Diária | 0,0041% | 0,0082% |
Limite máximo de IOF pago | 0,88% | 3,38% |
Crédito para MEI
Já os microempreendedores individuais vão pagar as seguintes alíquotas para créditos de até R$ 30 mil.
Cobrança de IOF | Antes | Agora |
---|---|---|
Na contratação | 0,38% | 0,38% |
Diária | 0,00137% | 0,00274% |
Limite máximo de IOF pago | 0,88% | 1,38% |
Para crédito acima de R$ 30 mil, a mudança do IOF fica assim para o MEI:
Cobrança de IOF | Antes | Agora |
---|---|---|
Na contratação | 0,38% | 0,38% |
Diária | 0,0041% | 0,0082% |
Limite máximo de IOF pago | 0,88% | 3,38% |
Algo muda para empréstimo pessoal e outras linhas de crédito?
O IOF em operações de empréstimo para pessoas físicas não teve alteração. Por isso, não se preocupe: se você tem ou quer contratar algum empréstimo ou fazer um financiamento, nada muda.
O Nubank, por exemplo, tem um portfólio amplo de crédito, para diferentes perfis: há o empréstimo pessoal, com investimentos como garantia e diferentes modalidades de empréstimo consignado. A contratação é feita diretamente pelo app do Nu e você consegue checar todas as taxas, incluindo o IOF, de forma clara e sem letras miúdas, antes de fechar o contrato de empréstimo. Com o Nu, você tem N possibilidades para realizar os seus planos.
Invisto em fundos no exterior: algo muda?
Não mais. No dia 22 de maio, o Ministério da Fazendo divulgou que o IOF para as transferências para aplicações em fundos nacionais no exterior passaria de 0% para 3,5%. Contudo, no dia 23 de maio, o Governo voltou atrás e essa taxa continua zerada.
Além disso, as remessas de pessoas físicas ao exterior destinadas a investimentos continuarão com a alíquota de 1,1% por operação.
Essa mudança foi publicada no Diário Oficial da União.
Compro criptoativos. O que muda pra mim?
As mudanças no IOF também impactaram outros produtos financeiros. Clientes do Nubank, por exemplo, que compram e vendem criptoativos pelo Nubank Cripto passam a ter novas taxas, a depender do volume de criptos negociadas. Entenda abaixo:
Tipo de operação | Antes | Agora |
---|---|---|
Transações de mais R$ 10 mil nos últimos 45 dias | 0,2% | 0,6% |
Transações entre R$ 2 mil e R$ 9.999 nos últimos 45 dias | 0,4% | 0,8% |
Transações entre R$ 100 e R$ 1.999 nos últimos 45 dias | 0,6% | 1% |
Transações de até R$ 99 nos últimos 45 dias | 0,8% | 1,2% |
Trocas de criptoativos | 0% | 0% |
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