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Dividend yield: o que é e como usar nos seus investimentos

Responsável por ajudar investidores a entender rendimento de dividendos, o dividend yield pode ser uma ótima ferramenta na sua estratégia de aplicação

Na imagem aparece, sobre fundo preto, diversas bolinhas de cores diferentes alinhadas ao centro formando um retângulo, em algumas delas se vê o símbolo de reais, e uma mão em preto e branco do lado direito está mexendo em uma delas

Se você costuma investir seu dinheiro, provavelmente já sabe que ter uma estratégia diversificada de aplicações é algo muito importante. Além disso, talvez já tenha noção de que não basta apenas fazer uma boa carteira de investimentos – é preciso também mensurá-la de tempos em tempos para ter certeza de que a estratégia está dando certo. 

Para quem investe em ações, a valorização dos papéis não é a única maneira de se obter retorno financeiro – há também os dividendos, que representam uma parcela do lucro líquido que as empresas distribuem a acionistas. E para ajudar investidores e investidoras a entender seus rendimentos, existe o indicador do dividend yield, que mede como cada ação dá retorno a quem a possui. 

Neste texto, você poderá ler mais sobre o dividend yield e como ele deve fazer parte da sua estratégia de investimentos. Também vai entender como ele é calculado e que tipos de empresas costumam dar os melhores retornos, além de descobrir outros formatos de investimento, além das ações, que costumam ter dividendos. 

O que é dividendo?

Antes de compreender o que é dividend yield, pode ser importante você entender o conceito de dividendo – que nada mais é do que uma parte do lucro líquido que cada empresa distribui aos seus acionistas. 

Difícil de entender? Então tá: imagine que você tem uma loja. Ao final do mês, se o negócio for bem sucedido, você poderá escolher o que fazer com o lucro – incluindo investir na própria loja, mantê-lo no caixa ou então sacar esses valores para gastar como quiser. 

Se essa loja tiver sócios, o lucro será então dividido pelas pessoas da forma como for combinado. O mesmo acontece com qualquer empresa que tem capital aberto na bolsa: ela deve repartir o lucro entre acionistas, mesmo que possuam apenas uma ação da companhia. 

A esse valor distribuído se dá o nome de dividendo, pago em intervalos regulares aos acionistas. Deu para entender?  

O que é dividend yield?

Agora que você já compreendeu o que é dividendo, é possível falar sobre o dividend yield. De forma rápida, o dividend yield (ou DY, como também é conhecido) mede o rendimento de uma ação apenas com o pagamento de dividendos. 

Basicamente, trata-se de uma taxa que relaciona os valores distribuídos pela empresa com o preço de suas ações negociadas na bolsa de valores. É claro que o valor dos dividendos varia de acordo com diferentes fatores, incluindo o lucro em um período, a necessidade de investimentos e o total de caixa disponível, entre muitos outros. 

Normalmente, o valor dos dividendos é definido em assembleias de acionistas, que vão delimitar quanto do lucro deve ser distribuído. Após a definição desse valor, a quantia total é dividida pelo número de ações da empresa – e aí, cada acionista recebe um quociente desse número, multiplicado pelo número de papéis que possui. 

Por lei, toda empresa é obrigada a distribuir pelo menos uma parcela mínima de seu lucro, no chamado dividendo obrigatório. Cada companhia pode determinar esse percentual, mas se ele não for definido no estatuto social da empresa, existem duas regras para determiná-lo: 

  • se o estatuto não mencionar o valor, ele será de 50% do lucro líquido ajustado; 
  • se o estatuto não mencionar e a assembleia geral decidir por uma alteração, o dividendo obrigatório não pode ser menor que 25% do lucro líquido ajustado. 

Como calcular um dividend yield (DY)?

Talvez você já tenha tido uma noção de como calcular o dividend yield lendo esse texto, mas se precisa de uma fórmula, é fácil de resumir: 

Dividend yield = valor do dividendo distribuído a uma ação * 100 / preço da ação

Imagine que uma empresa ABC possui 1 milhão de ações e decidiu distribuir R$ 1 milhão em dividendos num determinado período. Isso significa que quem possui uma ação receberá R$ 1. Se você tiver 10 ações dessa empresa, receberá R$ 10. Agora, se o preço da ação for R$ 10 também, isso significa que o dividend yield da empresa é de 10%. 

Como toda métrica, o dividend yield pode ocultar algumas informações importantes ou dar impressões erradas. Se você prestar atenção na fórmula acima, poderá descobrir que ações desvalorizadas podem resultar num DY alto – afinal de contas, quanto menor o preço da ação, maior é a chance do dividend yield ser elevado. Isso pode deixar a falsa impressão de que a empresa é boa pagadora de dividendos, quando apenas está desvalorizada mesmo. 

Por conta disso, há quem prefira usar outras métricas para analisar dividendos, como o payout e o yield on cost. 

O que é payout?

Existe um nome para determinar o valor total dos dividendos que a empresa vai distribuir a acionistas: trata-se do dividend payout.

Em bom português, a expressão significa “pagamento de dividendos”, e representa toda a porcentagem do lucro líquido ajustado que será destinada para o pagamento dos dividendos. 

Para calcular o payout, é simples: você deve dividir o valor total dos dividendos distribuídos pelo total do lucro líquido gerado pela empresa no ano. Utilizando o exemplo acima pode ficar mais fácil de entender: se a empresa ABC teve lucro líquido ajustado de R$ 2 milhões e decidiu distribuir R$ 1 milhão em dividendos, o payout dela é de 50%.

O que é yield on cost?

Outra métrica que investidores costumam utilizar para entender melhor suas aplicações com dividendos é o chamado yield on cost, um índice financeiro que mostra o custo de receber aqueles dividendos – uma vez que, para ter retornos com ações, é preciso adquiri-las. A fórmula exata do yield on cost é a seguinte:

Yield on cost = dividendos pagos por ação * 100 / preço médio de compra

Ainda usando o caso da empresa ABC, lembre-se que você tem 10 ações dela, compradas há cinco anos por R$ 10. Isso significa que você desembolsou R$ 100 para ter a posse desses 10 papéis. Se neste ano você recebeu R$ 10 em dividendos, significa que seu yield on cost é de 10% – uma vez que o retorno que você recebeu foi de 10% do valor pago pelo papel. 

Agora imagine um segundo caso, no qual você comprou só cinco ações da empresa há cinco anos, cada uma a R$ 10. E as outras cinco que você possui hoje foram compradas ano passado, a R$ 20. Isso significa que seu total de custo é de R$ 150. No entanto, você recebeu os mesmos R$ 10 em dividendos. Assim, seu yield on cost será não de 10%, mas sim de 6,67%. 

Normalmente, investidores utilizam o yield on cost como indicador de crescimento financeiro e também se seu capital está sendo utilizado da melhor forma possível, além de servir como comparativo entre empresas. No entanto, é preciso tomar cuidado para não utilizar o yield on cost como previsão – afinal de contas, você já sabe que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. 

Como calcular o dividend yield de um fundo imobiliário (FII)?

Além de ser muito usado em ações, o conceito de dividend yield não é exclusivo a esse tipo de investimento. Na verdade, ele também pode ser usado em qualquer outro tipo de investimento que costuma render dividendos, como é o caso dos fundos imobiliários.

Não é tão difícil calcular o dividend yield de um fundo imobiliário (FII), que em vez de ações, costuma funcionar por meio de cotas. A fórmula é a seguinte: 

Dividend yield = valor do dividendo distribuído a uma cota * 100 / preço da cota

Assim, se você costuma investir em fundos imobiliários, pode aplicar o mesmo raciocínio que utiliza nos dividendos de empresas. 

Para que serve um dividend yield?

Depois desse monte de nomes e fórmulas, você deve estar se perguntando para que serve o dividend yield. Ele é um indicador importante para analisar e escolher ações de empresas para investir, de acordo com seu estilo de investimentos. Normalmente, quem tem perfil arrojado prefere ganhar com a valorização das ações, enquanto aqueles mais conservadores buscam utilizar dividendos para ter uma renda extra. 

Para quem está no segundo grupo, o dividend yield é uma ferramenta e tanto para comparar os rendimentos de um papel em relação a outros, buscando tornar mais simples a ambição de “viver de renda”, com rendimentos mais ou menos previsíveis. 

Toda empresa tem obrigação de pagar dividendos se der lucro, mas existem algumas companhias que costumam ser conhecidas justamente pelo perfil de serem boas pagadoras. Normalmente, essas empresas têm algumas características em comum: 

  • são maduras e estabelecidas em seus segmentos; 
  • têm baixa necessidade de investimentos para operar; 
  • costumam ter receitas reajustadas periodicamente. 

Entre os principais exemplos, estão companhias de setores como energia elétrica e saneamento. São as chamadas “blue chips”, justamente porque costumam operar no azul e ter um comportamento previsível. 

https://www.youtube.com/watch?v=RrSJFJB03dQ&list=PLTPJoMFW9onsAwC6p4dBdwoftcsgA-fbZ&index=26

Como saber um dividend yield de uma empresa?

Normalmente, as empresas divulgam seu histórico de dividend yield em sites de relações com investidores – endereços na internet que costumam conter todas as informações relevantes para quem planeja se tornar acionista. Além disso, corretoras e casas de análises também apresentam essa informação em relatórios nos quais recomendam ações. 

No entanto, se não for possível obter o dividend yield da empresa, é possível utilizar a fórmula acima para saber qual é o DY. Para isso, você pode solicitar à empresa o número de ações que ela tem e qual foi o valor do dividendo distribuído em um determinado período. Normalmente, esses dados estão disponíveis em balanços e comunicados divulgados pelas empresas, e aí basta fazer a conta para saber tudo. 

Quais são os fatores que influenciam um dividend yield?

Como você já pode imaginar, existem múltiplos fatores que influenciam o dividend yield de uma empresa – e eles podem se alterar por conta do desempenho da empresa, da forma como ela é vista no mercado e do momento da economia local ou global. Abaixo, você pode conferir uma lista desses fatores: 

  • a empresa pode ter lucro maior ou menor em um determinado período; 
  • a empresa pode precisar fazer investimentos e, por isso, necessita reter uma parte maior do lucro no caixa; 
  • a empresa pode vislumbrar um cenário pessimista na economia e, por isso, prefere reter uma parte do lucro para se precaver à crise; 
  • em caso de desistência de investimentos, empresa pode decidir distribuir dividendo maior para acionistas; 
  • em situações extraordinárias, como cenário de guerra ou durante a pandemia, empresas podem também decidir reter os ganhos; neste caso, porém, dividendos precisam ser pagos no futuro.
  • como o dividendo é baseado no valor das ações da empresa, o humor do mercado pode influenciar o pagamento também; 
  • no caso da empresa fazer um split de ações, o pagamento do dividendo (e portanto o dividend yield) também mudam. 

Quais são os maiores dividend yields?

Responder a essa pergunta não é uma tarefa simples – afinal de contas, os movimentos do mercado costumam ser imprevisíveis. No entanto, setores mais tradicionais e que costumam realizar investimentos de maneira mais saudável, sendo menos sensíveis às flutuações do mercado, costumam ter bons dividend yields. É o caso de setores como: 

  • energia elétrica;
  • telecomunicações;
  • saneamento; 
  • concessionárias de estradas
  • bancos e finanças. 

Uma boa dica para saber empresas que costumam pagar bons DY é ficar de olho no IDIV B3, um índice da Bolsa de Valores de São Paulo que reúne empresas que pagam os maiores dividendos ao longo de uma série histórica. Você pode consultar as empresas que fazem parte desse índice no site

Como saber quanto é um dividend yield bom?

Como toda e qualquer métrica, um dividend yield precisa ser considerado em relação a outras medidas e em comparação com outras empresas. Afinal de contas, um dividend yield sempre pode estar distorcido – como acontece quando a ação da empresa está muito valorizada ou muito desvalorizada. 

Há quem prefira utilizar o dividend yield em comparação com a taxa do CDI, que é considerado o padrão ouro para o retorno de investimentos em renda fixa. As categorias dos investimentos são diferentes, é verdade, mas ambas as métricas trazem a lógica de calcular os retornos de investimentos. 

Além disso, como apostar em ações ou fundos imobiliários é mais arriscado que na renda fixa, o raciocínio para analistas é de que o dividend yield deveria superar os retornos com juros da renda fixa – caso contrário, melhor ser mais conservador. 

Por isso, vale o conselho: mais do que olhar para um número, é importante considerar o seu contexto. Além disso, outro princípio bom é aquele que diz que quando uma métrica se torna uma meta, ela costuma perder seu valor. Pensando nisso, dificilmente você fará escolhas ruins nos seus investimentos.

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