A conta de luz vai ficar mais cara nas próximas semanas. O motivo é um reajuste de 52% que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá fazer nas bandeiras.
O sistema de bandeiras funciona da seguinte forma: todos os meses, as pessoas pagam pelo seu consumo de energia. Dependendo das condições de abastecimento no país, pode haver um acréscimo ao valor final da conta – esse acréscimo é a bandeira, que pode ser verde, amarela, vermelha patamar 1 e vermelha patamar 2. A cada bandeira, o acréscimo vai ficando mais caro.
Atualmente, a conta de luz já está na bandeira mais alta (vermelha patamar 2), portanto, o aumento acontece no próprio valor das bandeiras: em 29 de junho de 2021, a Aneel decidiu fazer um reajuste de 52% nela, passando de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.
Por que as bandeiras estão sendo reajustadas?
Reajustar as bandeiras é uma prática comum, mas raramente o aumento é tão alto. Isso está acontecendo agora porque o Brasil passa hoje pela pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, a falta de chuvas está atrapalhando o abastecimento de energia do país, já que 65% da matriz energética brasileira vem de hidrelétricas.
Em outras palavras, as hidrelétricas não estão dando conta de abastecer a população. Por isso, é necessário usar também as usinas termelétricas – que são mais caras.
A expectativa é que essa crise hídrica fique ainda mais grave nos próximos meses e que o uso das termelétricas deverá custar cerca de R$ 9 bilhões até novembro de 2021. Segundo Pepitone, isso provavelmente significará mais um reajuste de 5% na tarifa básica em 2022 – o que vai aumentar ainda mais a conta de luz (ou seja, luz ainda mais cara no ano que vem).
Qual é o valor das bandeiras até hoje?
Hoje, as bandeiras são divididas entre verde, amarela e vermelha, com patamares 1 e 2, da seguinte forma:
- Bandeira verde: não há cobrança adicional à tarifa base. Ela é usada quando a produção de energia pelas usinas hidrelétricas está favorável e os reservatórios cheios;
- Bandeira amarela: é cobrado R$ 1,34 por 100 Kwh consumidos, acrescidos na tarifa. Ela é usada quando as condições já estão ruins, mas ainda não é um cenário crítico;
- Bandeira vermelha patamar 1: a cobrança adicional é de R$ 4,16 por 100 Kwh. Esta bandeira é usada em cenários de escassez;
- Bandeira vermelha patamar 2: o adicional sobe para R$ 6,24 por 100 Kwh. Ela é usada apenas quando o cenário de abastecimento é crítico, e as hidrelétricas não conseguem mais suprir a demanda por energia.
Atualmente, o consumidor está sendo cobrado pela bandeira vermelha patamar 2, ou seja, a mais crítica. Com o reajuste de 52%, o adicional passa a ser de R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.
Para se ter uma ideia, a sua geladeira consome, em média, 53 Kwh ao mês. Ou seja: apenas deixar a geladeira ligada vai custar, proporcionalmente, cerca de R$ 5,02 a mais por mês.
O impacto do primeiro aumento já deve ser sentido no bolso do consumidor nos próximos meses.
Conta de luz: quais são os seus direitos?
A Aneel também anunciou a prorrogação por mais 90 dias da proibição ao corte de energia elétrica por falta de pagamento de famílias de baixa renda.
Ou seja: famílias de baixa renda (que estão cadastradas para pagar a tarifa social) não poderão ter a luz cortada por falta de pagamento pelo menos até setembro.
A decisão deve assegurar que mais de 12 milhões de consumidores não sofram com a falta de energia. "O objetivo da agência é atenuar o sofrimento, resguardar o consumidor mais carente sem comprometimento das concessionárias de energia", acrescentou Pepitone.
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