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PIB brasileiro cresce 1,2%. O que está por trás disso?

Resultado foi puxado pelas exportações e surpreendeu expectativas do mercado - mas o que isso significa, na prática, para as pessoas?

crescimento PIB: balão colorido no céu azul. Foto: Unsplash @Rober González

No dia 1o de junho de 2021, a notícia de que o PIB brasileiro teve alta surpreendeu o mercado - e deixou muita gente sem entender o que está acontecendo. Afinal, o PIB indica melhora da economia? Calma. não é tão simples.

Vamos aos fatos. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 1,2% nos três primeiros meses do ano.

Falando em números, isso significa R$ 2,048 trilhões, mesmo patamar do fim de 2019 (antes de a pandemia começar).

A expectativa para o PIB não era tão elevada. O mercado esperava uma alta de 0,7% em comparação ao trimestre anterior, segundo o Valor Data.

Para lembrar: o PIB é a soma de todos os produtos e serviços produzidos no país em um determinado período. Ou seja, isso significa que essa soma aumentou 1,2% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao último trimestre de 2020.

Mas o que isso significa na prática? A economia está melhorando?

O que a alta do PIB indica?

O PIB é uma espécie de termômetro da economia do país – se ela está em crescimento, parada ou encolhendo. Ou seja, o crescimento do PIB indica que a atividade econômica está aquecida.

Porém, o PIB é composto por alguns fatores e o crescimento por si só não quer dizer que todos eles aumentaram. São considerados consumo das famílias, gastos do governo, investimentos, exportações e importações.

No caso do resultado do primeiro trimestre de 2021, a alta demanda global por commodities (matérias-primas de origem agropecuária ou mineral) puxou o crescimento do PIB.

Afinal, a maior demanda impulsionou as exportações brasileiras, que cresceram 3,7%. O principal responsável foi o setor de agropecuária, que, sozinho, cresceu 5,7%. O setor de serviços, que tem um peso alto no PIB, também cresceu.

PIB cresce, mas consumo cai

Por outro lado, o consumo das famílias caiu 0,1% em relação ao trimestre anterior. Alguns fatores explicam isso.

A alta da inflação é a principal explicação. Com a disparada dos preços, o consumo de carne bovina, por exemplo, caiu 4% – o menor nível em 25 anos, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Além disso, apesar do aumento de mais de 184 mil novos postos de trabalho no primeiro trimestre de 2021, o índice de desemprego segue recorde: chegou a 14,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Esse é o maior índice desde 2012, quando a série histórica foi iniciada.

Se o PIB cresceu, a economia está bem?

Não necessariamente, mas a leitura é de que a desaceleração do primeiro trimestre deste ano é menor do que a projetada e a confiança empresarial atingiu o maior nível desde 2014

O PIB até cresceu, puxado pelas exportações e pela retomada dos serviços - mas, de imediato, esse aquecimento da economia não está se refletindo em condições melhores para as pessoas, com o desemprego ainda alto e o poder de compra dos brasileiros reduzido.

Além disso, o impacto do crescimento do PIB só é sentido por uma parcela pequena da população.

Um estudo da FGV mostra que o consumo nos primeiros meses do ano foi puxado pelas famílias das faixas mais ricas, com um uso maior das reservas de poupança e aumento do endividamento entre os mais pobres. 

Um dos indicadores importantes sobre a retomada da economia é como esse aquecimento irá se refletir em um cenário melhor para a maior parte da população brasileira.

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