Pela primeira vez na história, o preço do petróleo despencou a tal ponto que foi negociado abaixo de US$ 0. Pouco depois das 16h do dia 20 de abril de 2020, o preço do barril americano West Texas Intermediate (WTI) era vendido a -US$ 35,02 – uma queda de 291,68% em seu valor.
Os barris de petróleo ao redor do mundo já vêm sofrendo oscilações de preço desde o agravamento da Covid-19 e a guerra de preços entre a Rússia e a Arábia Saudita – veja tudo sobre isso aqui.
Por que o valor do petróleo despencou?
Em grande parte, a queda progressiva de preços vem acontecendo devido à desaleceração da economia dos Estados Unidos, que está imerso na pandemia do novo coronavirus – hoje, o país é o epicentro da doença no mundo, com mais de 720 mil casos confirmados.
E o que isso tem a ver com o petróleo? É simples: neste cenário de pandemia, a demanda caiu.
Restrições de viagens de avião, quarentenas que reduzem a circulação de carros e diminuição de produção das fábricas significam que já não se compra a commodity com a mesma frequência de antes. A queda dos preços é um reflexo de que a oferta não vem sendo aproveitada.
Petróleo abaixo de zero
É importante notar que essa queda brusca aconteceu especificamente com o West Texas Intermediate (WTI), referência de venda e compra nos Estados Unidos.
Em outras partes do mundo, a economia também está sob efeitos fortes da pandemia, mas a desvalorização não foi tão acentuada – ao mesmo tempo que o WTI estava sendo negociado a valores negativos, o barril de Brent, uma das principais referências mundiais, estava a cerca de US$ 26, por exemplo.
O que aconteceu, então?
A resposta está na produção. As reservas onde são armazenados os barris de petróleo estão praticamente em sua capacidade máxima, o que significa que o estoque petrolífero não para de crescer.
A explicação para a queda súbita do dia 20 é que este é o último dia para os produtores de petróleo negociarem barris que serão entregues no próximo mês – quando a expectativa é que o armazenamento chegue em seu limite. A partir do dia 21, passa a valer o preço para barris entregues em junho, que também estão em queda, mas não tão drástica.
Em maio, começa um acordo estabelecido entre as principais nações produtoras de petróleo (incluindo Rússia, Arábia Saudita, Estados Unidos e Brasil) de diminuir a produção.
Espera-se que, com o passar dos meses e o aliviamento dos efeitos da Covid-19, os preços comecem a recuperar a estabilidade em compasso com a recuperação da economia. Mas, como em tudo relativo à atual pandemia, ainda existem poucas certezas.
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