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6 Lições de Leandro Karnal sobre dinheiro para quem quer organizar a vida para além do orçamento

Nem vilão e nem mocinho. Para o historiador e professor, o dinheiro é apenas um instrumento da vida, e dar atenção demais a ele ou ignorá-lo completamente são erros que qualquer pessoa pode cometer.
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Você é daquelas pessoas que guardam tudo o que ganham ou que gastam todo o salário "porque só se vive hoje"? É daquelas que estão sempre no aperto, por uma série de motivos, ou que nem prestam atenção ao que cai na conta bancária? O dinheiro é o motor que move a vida das pessoas. Mas deveria ser assim? Para o historiador e professor Leandro Karnal, há uma confusão sobre essa ideia. 

Karnal foi convidado pelo Nubank para refletir sobre o que é possível aprender com o Jogo da Vida, relançado pela Estrela em parceria com o Nu. Longe do tabuleiro, ele ensina algumas lições sobre dinheiro que não entram em nenhuma linha de planilha, mas que são fundamentais para quem quer se organizar e realizar metas. Leia abaixo.    

Lição 1. Dinheiro não é objetivo, mas instrumento

Essa é a primeira e mais importante lição sobre dinheiro, segundo o historiador. É o dinheiro que define onde uma pessoa vai morar, o que ela vai comprar, comer, vestir, o que vai fazer nas férias. Mas ele não é a vida em si. 

"O dinheiro é aquilo que torna a vida possível. É um erro ignorar o dinheiro, mas também é um erro considerá-lo como o objetivo da vida. Viver é o objetivo da vida, e o dinheiro é a maneira, a alavanca, o instrumento para tornar isso viável."

Leandro Karnal

Isso quer dizer que, segundo Karnal, se a sua meta é ter R$ 1 milhão, algo já pode estar errado. A provocação do historiador é que você se pergunte: o que será feito com esse dinheiro? Ele serve para quê? Juntar dinheiro por juntar, para atingir uma determinada cifra, torna o hábito de guardar dinheiro mais difícil e até moroso. Quando você sabe o que quer fazer com esses recursos, fica mais estimulado a continuar.  

Lição 2. Tenha metas claras

Qualquer ação que envolve dinheiro precisa ter um objetivo claro por trás. Para Karnal, esse é o segredo para ter uma relação mais saudável com o orçamento, porque tira o dinheiro do papel central da vida das pessoas e o coloca como, de fato, um instrumento. Dessa forma, os sonhos e as metas de cada um se tornam os protagonistas.  

"Ter metas e valores claros é dar ao dinheiro a função que ele tem – uma espécie de escada para chegar onde eu quero. Preciso pensar onde eu quero chegar, com quem, de que forma, quanto eu quero investir em lazer, em conhecimento. Eu preciso ter metas, valores e a capacidade de pensar o futuro. O futuro nunca será exatamente aquilo que eu quero, mas quanto mais eu planejar estrategicamente, mais eu controlo o desequilíbrio desse futuro", afirma. 

Lição 3. Dinheiro "para os outros" é um erro

Na hora de pensar nas metas, alguns tropeços podem acontecer. Será que o seu objetivo é seu mesmo? Ou você colocou na lista porque alguém influenciou ou porque quer "fazer bonito" nas redes sociais? Com tantos estímulos, o que os outros pensam e dizem acaba pesando nas suas escolhas. Essa influência é natural, mas é preciso se conhecer muito bem para identificar metas e valores que realmente são importantes para você e não só para o outro. 

"O dinheiro como status, como símbolo, como forma de impressionar os outros quase sempre é um erro. Ele se torna um mau gasto porque essa vontade de agradar o mundo é insaciável", reflete Karnal.

"Aquele que vive para o mundo exterior perde dinheiro. Eu tenho que viver para os meus objetivos, independentemente de alguém notar ou não."

Leandro Karnal

Para que as escolhas sobre o que fazer com o dinheiro representem, de fato, quem você é, o historiador recomenda pensar sobre aquilo que te traz bem-estar e quem são as pessoas que quer  ao seu lado. "Eu preciso viver bem com o dinheiro e não viver para mostrar que eu tenho dinheiro", diz.

Lição 4. O mundo cria necessidades infinitas, mas você não precisa de todas elas

O celular mais tecnológico, a roupa da moda, os novos games, carros, roteiros de viagens. Todas as novidades do mundo não cabem no orçamento. E está tudo bem. Você pode até querer o celular novo ou viajar para o destino da vez, desde que tudo isso faça parte de um plano que é seu e não porque o "mundo" diz que você precisa disso.

"Se eu quiser acabar com todo o meu capital em cinco minutos, é possível. Existem pressões sociais e demandas, mas é preciso ter maturidade e pensar o que eu quero fazer a médio e longo prazo, e quais as pessoas que eu quero proteger e amparar", diz o historiador.

São as metas baseadas nos seus valores e naquilo que é importante para você que te protegem dessas demandas do mundo, que nunca vão parar de chegar. "Enquanto os gastos estiverem determinados por fatores externos que não sejam o meu bem-estar, minha segurança e minha estratégia, eu cometerei equívocos", afirma.

Lição 5. Pensar no longo prazo é um treino possível

Segundo a economia comportamental, fazer planos de longo prazo é complicado para qualquer pessoa porque enxergar benefícios futuros é mais difícil, e entre usufruir o presente ou investir em algo que só vai acontecer em alguns anos, o nosso cérebro fica com o agora. Mas é possível mudar, segundo Karnal.

"Temos uma estratégia, em geral, de pensar no prazer imediato. A capacidade de pensar onde eu estarei em 10 anos é fruto de uma elaboração mais racional, mais abstrata e que precisa de treino. Então, está na hora de a gente pensar o que queremos, quando a gente compra, investe, vota." 

Leandro Karnal

O historiador explica que, muitas vezes, um plano futuro representa uma renúncia no presente, mas que ao ter clareza do objetivo dessa ação, o incômodo que essa renúncia geraria se ameniza. 

"Investir sábados e domingos estudando uma língua fará com que, no futuro, eu tenha uma habilidade que pode me dar muita força para crescer. Essa renúncia ao prazer imediato é uma maturidade que deveríamos aprender a desenvolver", diz.

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Lição 6. A virtude está no equilíbrio

Nem guardar demais, a todo custo, e nem gastar cada centavo que cai na sua conta bancária. O equilíbrio de uma vida saudável está no meio, segundo Karnal.

"Tudo na vida é uma questão de dose. A virtude está no equilíbrio. Passar uma vida acumulando pelo prazer de acumular é inútil, porque isso só tornará herdeiros felizes. Passar uma vida ignorando o poder do dinheiro é outra coisa inútil", diz. 

Mas como chegar a esse equilíbrio? Só depois que todas as demais lições forem aprendidas e aplicadas. Isso porque não tem como encontrar o caminho do meio sem entender que o dinheiro é apenas um instrumento, sem ter metas claras, sem separar o que é seu e o que é do outro, sem entender que as necessidades do mundo não precisam ser as suas e sem pensar no seu "eu do futuro". 

"Se estou guardando demais e vivendo pouco ou se estou tentando viver como se não houvesse amanhã estou em desequilíbrio. Sem equilíbrio não existe a chance de ter uma relação saudável com dinheiro ou com qualquer outra questão", explica. 

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