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4 dicas financeiras para NÃO seguir na pandemia

Momentos de crise são o cenário perfeito para "receitas mágicas" financeiras. O problema: elas raramente funcionam.

Dicas financeiras ruins: imagem de um homem de costas passando por um detector de metal com a mão esquerda na cabeça. Ao lado, um grande X roxo em sinal de negativo.

“Como aproveitar a quarentena para ganhar mais dinheiro”: talvez você tenha se deparado com uma chamada desse tipo nos últimos meses. A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus fez com que dicas financeiras “certeiras” para tirar esse período de letra proliferassem em notícias e redes sociais.

Alguns conselhos são bons, mas outros podem ser nocivos à saúde financeira a longo prazo. Veja, a seguir, quatro dicas que não funcionam – e alternativas melhores a elas.

Dica furada #1: crise é saldão da Bolsa – todo mundo deve começar a investir em ações

A Bolsa de Valores brasileira vinha subindo progressivamente e sofreu uma queda brusca em março, quando os efeitos da pandemia começaram a ser sentidos.

Agora, ela está subindo de novo e alguns especialistas financeiros dizem que é preciso correr para começar a investir, já que ainda tende a se valorizar.

Por que não é necessariamente uma boa ideia?

Porque investir na Bolsa é difícil e arriscado – o fato de algumas aplicações estarem mais baratas agora não garante que seus rendimentos subirão no futuro. Ainda há muitas incertezas no cenário atual que podem impactar a economia. Quem aposta sem conhecimento do mercado pode arriscar perder boa parte do dinheiro.

Uma dica financeira melhor

Construa ou aumente sua reserva de emergência – aquele dinheiro de segurança, ao qual você consegue fácil acesso no caso de uma emergência (como a perda do emprego ou um problema de saúde, por exemplo).

O ideal é ter entre três e seis meses de recursos, baseando-se em quanto você gasta hoje. Investir de forma constante e controlada é melhor do que arriscar alto se você não tem outras economias.

Dica furada #2: não pague as contas que permitem atraso

Desde março, algumas medidas proibiram o corte de serviços essenciais (como água, luz e gás) e a prorrogação de prazos de pagamento de dívidas. Com isso, apareceu o conselho de não pagar, mesmo que tenha condições, para guardar o dinheiro.

Por que não é uma boa ideia?

Porque, na maioria dos casos, essa conta vai chegar – literalmente. No caso de empréstimos, por exemplo, o aumento do prazo dos bancos muitas vezes vem com asteriscos: os juros continuam correndo e a dívida pode virar uma bola de neve. No caso de contas de consumo, não pagar agora pode significar ter que pagar acumulado daqui alguns meses.

Uma dica financeira melhor

Se você tem condições, mantenha as dívidas e contas em dia – ir jogando para frente para guardar dinheiro agora pode confundir sua organização financeira e criar um problema para o futuro.

Se, por outro lado, sua renda não permite pagar tudo, é importante saber seus direitos para priorizar – entender quais serviços não podem ser cortados e quais permitem descontos especiais nesse período.

Em qualquer um dos casos, não caia em chamadas sensacionalistas e leia sempre as letras miúdas antes de topar qualquer negociação.

Dica furada #3: corte todos os gastos com lazer

Já ouviu aquela história de que só não guarda dinheiro quem gasta com besteira? Atualmente, há quem diga que a hora é de eliminar qualquer gasto não essencial.

Por que não é uma boa ideia?

Porque esse tipo de dica não funciona. Pelo contrário – alimenta um sentimento de culpa improdutivo. Medidas restritivas demais não se sustentam no longo prazo e, em situações normais, ter uma parte da renda destinada a lazer, ou gastos não essenciais, é sim importante para conseguir manter um equilíbrio.

Na quarentena, então, seguir a dica de cortar qualquer gasto com filmes alugados, serviços de streaming ou delivery pode tornar ainda mais difícil um momento já delicado.

Uma dica financeira melhor

Priorize e escolha. Muitas vezes, cadastramos o cartão em mais de um serviço ou app e a cobrança vem todos os meses. Vale um filtro, selecionar o que realmente usa e não abrir mão de tudo. O mesmo pode funcionar para pedidos de comida ou entregas.

Outra dica é tentar aproveitar seu vale-refeição (caso tenha um) – vários estabelecimentos de entrega também passaram a aceitar cartões de VR como pagamento, o que pode ajudar a equilibrar as contas sem abrir mão de pedir algo de vez em quando.

Dica furada #4: guarde dinheiro em vez de pagar dívidas

Se o dinheiro que está entrando não é suficiente para pagar dívidas e guardar uma parte, é melhor guardar para ter uma reserva? Alguns experts dizem que sim – incluindo pagar o mínimo do cartão de crédito, por exemplo.

Por que não é uma boa ideia?

Porque a conta não fecha. Especialmente nesse momento em que a Selic (a taxa de juros básica da economia) está em baixa, os rendimentos do dinheiro que você vai guardar provavelmente serão menores que os juros da dívida acumulada.

Uma dica financeira melhor

Negocie suas dívidas. Entre em contato com a instituição credora, explique quais são as suas condições financeiras e proponha um acordo que você consiga efetivamente pagar para garantir que a renda do mês cubra as despesas e tenha uma sobra para alguma emergência.

Negociar parece difícil, mas existem algumas táticas que deixam o processo mais fácil.

Resumindo

Momentos turbulentos – especialmente quando há muitas incertezas – tornam as pessoas mais suscetíveis a serem enganadas por chamadas sensacionalistas e informações vagas.

Na dúvida, desconfie sempre de receitas mágicas e questione promessas fáceis. Buscar informação em fontes variadas e confiáveis é a melhor maneira de se proteger.

Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história aqui.

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