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"O grande diferencial competitivo do Nubank é a cultura"

Cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira fez um bate papo aberto no Instagram sobre diversidade, liderança e maternidade. Veja alguns dos destaques da conversa.

Cristina Junqueira Nubank: na imagem, Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank, está em pé numa sala com as mãos apoiadas na mesa. Do seu lado esquerdo, um homem de camiseta preta com o computador na mesa. No lado direito, uma mulher com camiseta preta e notebook na mesa.

Maternidade não é um tabu. Trabalho também não. Por que, então, maternidade no trabalho ainda é uma questão em diversas empresas? Como a gente garante que todas as mulheres tenham as mesmas oportunidades?

Para falar sobre esse e outros assuntos – como liderança, diversidade e empreendedorismo –, fizemos uma live no Instagram com a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira: mãe da Alice, de 5 anos, e grávida de 7 meses de outra menina.

A conversa aproveitou o gancho de uma entrevista que Cris deu para a Revista Cláudia de Novembro, falando sobre como conciliar a maternidade com a gestão do maior banco digital independente do mundo. Um dia antes, membros da NuCommunity, a comunidade do Nubank, puderam enviar perguntas para ela. 

Veja, abaixo, os pontos principais da conversa da Cris com as mais de 4 mil pessoas que acompanharam a transmissão ao vivo. 

“Quando você se sentiu realizada?”

Para muita gente, o sentimento de realização está muito ligado a alcançar certo objetivo futuro: um emprego melhor, um apartamento maior, uma empresa que fature mais. Mas não para Cris.

“Na prática, se a gente ficar esperando essas coisas acontecerem para sermos felizes, vai ser uma droga. Por isso, acredito em viver a jornada. Eu, por exemplo, não condiciono meu nível de felicidade aos resultados do Nubank. O importante é você estar feliz com o que faz e aproveitar o caminho.” 

“Você enfrentou obstáculos por ser mulher?”

Se tem uma pergunta que a Cris ouve muito é essa. Engenheira de formação e com anos de experiência no mercado financeiro, ela se acostumou a viver em ambientes muito masculinos – e, consequentemente, a ouvir piadinhas sem graça.

Mas, segundo Cris, a diferença entre hoje e quando ela começou é muito grande. Antes, a maneira que as mulheres tinham para lidar com o machismo era fingir que não ouviam. Hoje, existe mais abertura para falar sobre isso – muitas empresas, inclusive, combatem ativamente esse tipo de atitude.

“As coisas mudaram muito desde que eu comecei, 20 anos atrás. E, depois que você avança, não tem como voltar atrás. Eu espero que, quando minhas filhas entrarem no mercado de trabalho, elas tenham uma experiência tão diferente que elas virem pra mim e digam ‘Jura, mamãe, que as mulheres eram tratadas assim quando você começou a trabalhar?’.”

Foto interna da sede do Nubank, em São Paulo: um vão interno com teto de vidro.
Sede do Nubank em São Paulo: aqui, criamos um espaço inclusivo para todas as pessoas.

“Como conciliar maternidade e trabalho?”

Quem é mãe ou pai sabe que é uma responsabilidade enorme ter um filho. Quando se pensa em conciliar isso com carreira, então, não é fácil. Por isso, é importante procurar por empresas que têm espaço para dialogar e entendam que todo mundo é ser-humano e está sujeito a contratempos – mulheres ou homens.

“Além de gravidez, tem outras coisas que podem acontecer em nossas vidas que podem impactar o trabalho. Se as empresas querem manter as pessoas, essas são questões com as quais elas precisam lidar.”

“Existe espaço para uma mãe que acabou de ter filho e está voltando ao mercado de trabalho?”

Sim!

Para Cris, hoje em dia as empresas estão mais preparadas para receber mães voltando ao mercado de trabalho. Os desafios ainda são enormes, mas o importante é encontrar um desses lugares e valorizar tudo o que se aprendeu como mãe.

“O importante é valorizar essa experiência que você teve. Ser mãe desenvolve muita coisa na gente, como disciplina, organização, resiliência. Além disso, tem que preparar um bom currículo, se preparar e entender como voltar. Têm empresas que são mais preparadas para isso, é importante encontrá-las.”

“Quais os desafios de se trabalhar com diversidade?”

Desafios não: vantagens. Segundo Cris, diversidade só traz pontos positivos. Criar times fortes e diversos, inclusive, está no centro do que o Nubank faz e de tudo o que a gente criou.

“Quando você tem cinco pessoas iguais na mesma sala, com as mesmas origens e as mesmas experiências, você não precisa de cinco, só precisa de uma. Por isso, buscamos ter times os mais diversos possíveis. As respostas podem demorar um pouco mais para sair, porque teremos opiniões diferentes, mas elas serão muito mais ricas.”

“Como o Nubank faz o alinhamento de cultura?”

Se muitas startups só pensam em cultura quando ela já está formada pelos próprios funcionários, no Nubank fomos intencionais na cultura que a gente queria criar desde o começo.

“A gente acredita que nosso grande diferencial competitivo é a cultura. Nenhum grande branco consegue pegar uma empresa de 100 mil pessoas e transformar a cultura do dia para a noite. A cada mudança (e são muitas, porque crescemos muito rápido), a gente quer garantir que a empresa seja a mesma. As lideranças olham para isso. Cada funcionário novo olha para isso. É o que faz a gente ser diferente de todo mundo que está aí.”

Imagem de pessoas em pé fazendo uma reunião.
Nubankers no escritório: todo mundo é responsável por reforçar e espalhar nossa cultura.

“Como você faz para delegar tarefas?”

Muitas vezes, delegar não é uma tarefa fácil. Mas, quando se cresce num ritmo acelerado como o Nubank, é preciso desapegar.

Durante os dois primeiros anos do Nu, Cris era responsável por um bocado de coisas: pagar contas, se reunir com Banco Central, desenhar a marca, escrever os textos do site, responder todas as ligações e emails dos clientes, entre diversas outras funções.

“De lá para cá, fui abrindo mão de tudo isso. Crescimento de startup é um eterno desapego, e isso é algo com o qual a gente lida com muita naturalidade. A única coisa que a gente precisa garantir é fazer o que é melhor para a empresa no momento. O importante é desapegar.”

“Qual o papel da liderança?”

Numa empresa como o Nubank, que passou de três fundadores em 2013 para mais de 2.300 funcionários em 2019, as lideranças têm um papel essencial. Por isso, criamos alguns princípios.

Um desses pilares é ter lideranças inclusivas, que consigam criar times fortes e diversos e trabalhar bem a diversidade.

Outro pilar é sermos orientados ao cliente. As lideranças precisam garantir que os times estão olhando para isso e buscando as melhores soluções para as pessoas que decidiram reinventar suas finanças com a gente.

“Outro aspecto é orientação à performance. Estamos crescendo e não temos tempo a perder. Precisamos ter senso de urgência e dedicação.”

“Quem são suas inspirações?”

Para Cris, antes de se inspirar em alguém é importante não idealizar excessivamente a pessoa. Afinal, todo mundo é ser-humano e comete erros.

Ao longo de sua carreira, entretanto, ela não teve muitas mulheres em quem pudesse se inspirar – por serem ambientes extremamente masculinos. Nem homens. Por isso, Cris aprendeu a admirar e se inspirar um pouco em cada pessoa com quem trabalhava.

Além disso, ela também se inspirou em alguns exemplos para criar o Nubank. Durante seus anos na Magazine Luiza, por exemplo, Cris aprendeu a valorizar a cultura do cliente. Tanto que pegou esses ensinamentos, elevou eles a outro nível e aplicou no Nu.

(Neste ano, fomos considerados o melhor atendimento do Brasil pelo Prêmio Época Reclame Aqui. A Magazine Luiza ficou em segundo.)

Quem conhece a Cris sabe que outra grande inspiração é a Disney. Eles fazem tudo para criar uma experiência mágica para os clientes, algo que trouxemos para o Nubank também. Além disso, atualmente, uma grande inspiração para Cris é Melinda Gates.

“Ela tem uma carreira executiva muito legal e está à frente da Fundação Bill & Melinda Gates, que tem um trabalho muito importante nas áreas de saúde, educação e combate à pobreza. Quem tiver a oportunidade de conhecer o trabalho dela e ler o livro que acabou de ser lançado, vale a pena.”

Foto interna do escritório do Nubank
No Nubank, trabalhamos para que nossos clientes nos amem fanaticamente.

“Que conselho você daria para a Cris de 2013?”

Passados seis anos desde a fundação do Nubank, o conselho da Cris para a Cris de 2013 seria tomar mais perspectiva sobre os problemas e olhar a longo prazo.

“Às vezes, a gente acha que um problema é grande ou difícil demais (ainda mais com coisas que a gente se importa). Se eu pudesse voltar atrás, diria para me preocupar menos. No fim dá tudo certo.”

“Em algum momento você já pensou em desistir?”

Segundo Cris, em momentos difíceis – especialmente aqueles que envolvem a família –, é fácil se questionar sobre como estamos levando nossas vidas e até pensar em desistir.

“No começo do Nubank também. Quando a gente não tinha CNPJ, dinheiro, funcionários, claro que a gente pensou se ia dar ou não. Mas, em cada momento que a gente viu a dificuldade, foi importante dar um passo para trás, ver os problemas por uma outra perspectiva, ver as oportunidades que a gente tinha e resistir. Resiliência sempre.”

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