Um dos melhores conselhos que recebi na minha carreira aconteceu antes de eu sequer sonhar em ter uma carreira de fato.
Tinha 19 anos e estava no meu segundo ano de faculdade. Cursei a Universidade Duke nos Estados Unidos e, por lá, os alunos podem escolher suas especializações ao longo dos anos, conforme montam a grade de aulas.
Estava nesse momento de decisões quando um amigo que eu admirava muito falou algo que nunca mais esqueci:
“Escolha um curso que mude o seu jeito de pensar – e também um que te permita construir algo com as próprias mãos”.
Esse foi o primeiro grande conselho que recebi e que afetou diretamente as minhas escolhas profissionais. Depois dessa conversa, decidi combinar duas graduações diferentes: economia e ciências da computação.
Entender sobre economia muda o jeito como você pensa sobre o mundo – e uma formação em ciência da computação é, com certeza, algo que te permite construir coisas novas. Na época, não tinha um racional muito mais elaborado em cima dessa escolha – mas hoje vejo o quanto ela foi importante.
Grande parte da inovação que vemos em produtos, empresas e ideias vem da diversidade cognitiva, da capacidade de abordar os problemas de vários ângulos diferentes.
Cada vez mais a inovação vai existir em conexões inesperadas entre assuntos – sejam eles linhas de código, conjuntura macroeconômica, Bossa Nova, vídeo games ou futebol.
De trader em banco a engenheiro de software jr.
Quando voltei para o Brasil fui trabalhar em um banco de investimento – na época, essa era a profissão da vez da minha área e eu sabia que poderia aprender bastante em um ritmo frenético e desafiador.
No entanto, com o passar do tempo, algo começou a me incomodar. No fim de cada dia de trabalho, a única coisa que eu podia dizer que havia “feito” era dinheiro.
Não entendam errado: toda empresa, toda instituição financeira e toda pessoa se preocupa com dinheiro. Mas, no meu caso, o único impacto do meu trabalho era gerar dinheiro para a instituição, sem de fato construir algo que eu tivesse orgulho.
No fundo, sentia falta de ter impacto maior na sociedade – algo que eu pudesse apontar pra minha família e falar: “mãe, pai, estou fazendo o mundo um pouquinho melhor!”
Comecei a trabalhar de noite, ou no tempo livre, em projetos pessoais: criei um aplicativo de mensagens, um agregador de notícias, e até um webcomic…
Um belo dia, em 2013, um amigo que sabia que eu gostava de programar e de criar produtos me disse: “
Tem uma pessoa incrível que você precisa conhecer”. Ele me falou sobre um tal de David que estava “fazendo algo novo” e me passou um e-mail. No caso, o “tal David” era o David Vélez, fundador do Nubank. Na época, escrevi, mas não conseguimos nos ver.
Passaram-se meses e reencontrei esse amigo. Ele me cobrou por que eu ainda não havia falado com o David pessoalmente e me fez prometer que iria escrever de novo (uma promessa que até hoje me faz apreciar o quão fácil é perder uma oportunidade e reconhecer como tudo tem algum fator de sorte). Escrevi, mais pela curiosidade, e acabei marcando uma conversa.
O primeiro escritório do Nubank era na Rua Califórnia (não no estado americano). Passei na frente umas vezes sem notar que aquela casinha singela era o primeiro escritório do que se tornaria a maior fintech do Brasil. Foi lá que eu, todo engravatado no meio de uma galera de bermuda e camiseta, conheci o David e o Ed (Edward Wible, co-fundador e CTO do Nubank). Depois de duas horas falando sobre como mudar o mundo através de tecnologia, saí completamente encantado.
Quando você está dentro do mercado financeiro, vê de perto a ineficiência tecnológica e o quanto os interesses dos bancos e dos clientes estão desalinhados. Na prática, a lógica era sempre: “Eu ganho mais se o cliente tiver menos.”
Por isso, foi fácil comprar o sonho que os fundadores do Nubank me apresentaram: construir uma empresa que tinha como missão devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. A cultura, a tecnologia e o time que estava naquela casinha… Tudo fazia sentido.
No dia seguinte, o David ligou para fazer uma proposta.
“A gente quer te convidar para o nosso time, mas não precisamos de um trader: precisamos de um engenheiro de software”.
Eu via dois caminhos: um previsível e até mesmo confortável que me levaria pra onde eu não queria chegar, e outro cheio de incertezas, riscos e desafios, mas na direção do que eu queria construir na minha vida. A escolha foi fácil: Nubank.
Pessoas X Números
Como eu nunca havia realmente trabalhado na área, entrei no Nubank como engenheiro de software júnior ganhando um quinto do meu salário anterior.
Comecei trabalhando em projetos ligados a finanças, mas em startup todo mundo faz um pouco de tudo. Falava com advogados, ia à reuniões de terno e gravata e, de tarde, colocava o chinelo e ficava programando. Nunca me senti limitado por nenhum cargo – ia fazendo o que precisava ser feito.
Conforme o Nubank cresceu, me envolvi em diversos projetos e novos produtos. Em 2016, fui o fundador da NuConta, um produto que foi desenvolvido como uma startup dentro do próprio Nubank.
Criamos um time incrível com o qual aprendi e me diverti muito! Juntos conseguimos, novamente, criar um produto com um grande impacto na vida das pessoas.
Me emocionei de verdade vendo a primeira transferência da NuConta ser concluída e lendo os primeiros relatos de clientes agradecendo como nós facilitamos as suas vidas.
Também me emociono sempre que conto um pouco dessa história – em especial, quando dei uma palestra na cidade natal do meu pai, Espírito Santo do Pinhal (SP), no teatro onde ele assistia filmes de velho oeste quando tinha 8 anos de idade.
Quando eu trabalhava em banco, nunca conseguia explicar exatamente para os meus pais o que fazia. Hoje, eu não preciso explicar: as amigas da minha mãe e até o gerente de banco do meu pai usam o Nubank. Penso nisso sempre que vejo as nossas operações crescendo: a gente está lidando com pessoas – não números.
As pessoas confiam na gente para cuidar dos seus salários e das suas economias. Em cada depósito, as pessoas estão confiando na gente para cuidar de uma parte importantíssima da vida delas. Temos que encarar essa responsabilidade com todo o respeito e seriedade que merece.
“Qual é o segredo do Nubank?”
Uma das perguntas mais frequentes que recebo em eventos é “Como o Nubank conseguiu fazer os serviços financeiros serem uma coisa cool, bacana?”.
A resposta não é muito mágica: a gente só fez o que os clientes queriam. Só respeitamos, ouvimos as pessoas e tentamos resolver problemas reais da melhor maneira possível. Isso tem a ver com cultura, com capacidade técnica e com colocar o cliente no centro da nossa estratégia. Parece loucura – mas não é.
No fundo, ou você olha ativamente para o mundo como algo que você tem a capacidade de moldar – ou você o encara passivamente como “isso sempre foi assim”.
Hoje, no Nubank, eu tenho um privilégio enorme de conseguir moldar o futuro. Eu tenho ferramentas, pessoas e uma estratégia que me permitem fazer isso. Vou continuar usando elas para poder falar: “mãe, pai, estou fazendo o mundo um pouquinho melhor!”
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