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Quem é Ailton Krenak? Conheça a trajetória do último convidado do podcast Chamaê

Um dos mais importantes intelectuais indígenas do Brasil e autor de seis livros, Ailton Krenak promove reflexões necessárias sobre o modo de vida contemporâneo. Conheça a trajetória do convidado do Chamaê, podcast do Nubank com Emicida.

"Por que insistimos em transformar a vida em uma coisa útil?" Essa é uma das provocações que Ailton Krenak faz em seu principal livro, A vida não é útil . Krenak é escritor, jornalista, líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e um dos principais pensadores contemporâneos do Brasil.

Escritor por "acidente" (pois seus pensamentos são organizados de forma oral), publicou seu primeiro livro depois dos 60 anos. Hoje já são seis obras, e o homem de 69 anos ainda guarda a energia de um garoto e a motivação necessária para viajar o país para refletir sobre a sociedade e os problemas da modernidade.

Mas ele não faz isso o tempo todo. A correria precisa se equilibrar com os outros aspectos da vida. Então, é um tempo viajando e um tempo isolado, como ele mesmo diz. Afinal, na percepção de Krenak, o tempo é um bem precioso e fundamental para a qualidade de vida. "Na vida, o único valor que deveríamos estimar é a qualidade.", diz. 

Krenak é o quarto convidado do Chamaê, podcast do Nubank com Emicida. Em uma conversa profunda e filosófica sobre o tempo e a natureza, os dois refletiram sobre a vida em sociedade e trocaram saberes ancestrais. 

Ouça o episódio abaixo, e conheça, a seguir, um pouco mais da vida e obra de Ailton Krenak.

https://open.spotify.com/episode/3M6e3jKF1QG3HYfXiaYVVX?si=h66Elc50Rcm-5eEHBylHoQ

A infância, juventude e luta indígena

Ailton Krenak nasceu em Itabirinha, Minas Gerais, em um território do povo Krenak, que vive às margens do Watú – como o Rio Doce é chamado na língua indigena.

Aos 17 anos, se mudou para o Paraná, e aos 20, se alfabetizou e tornou-se jornalista pouco depois. Apesar de ter vivido a maior parte da vida fora da aldeia, dedicou-se intensamente à causa indígena a partir da década de 1980. É fundador da ONG Núcleo de Cultura Indígena (NCI), e tem passagem por diversas outras instituições.

Como reconhecimento pelas suas realizações, Krenak foi premiado como comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência República, uma premiação dada a personalidades ou instituições que desenvolvem um papel importante na celebração da cultura brasileira. Krenak também recebeu um título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

https://www.youtube.com/watch?v=jMi_1JGl0Rc

Mas o que o currículo extenso não conta é que Krenak é um homem doce e brincalhão. O tipo de mineiro que não perde uma boa oportunidade para um "dedo de prosa", como costumam dizer os antigos. Um contador de histórias de fala envolvente e cativante, mas que também encaixa uma piada sempre que pode.

No papo entre Ailton Krenak e Emicida fica evidente todos esses lados do convidado do Chamaê: o filósofo, o ativista e o contador de histórias.

Veja a seguir os livros publicados de Ailton Krenak.

2015: Encontros

O livro Encontros (AILTON KRENAK - Azougue, 2015) reúne depoimentos, discursos e entrevistas de Krenak de 1984 até 2013. Seu poder de narração é tamanho que Sergio Cohn, responsável pela organização do livro, só precisou reunir aquilo que Krenak já havia dito para ter uma obra completa. 

2015: Tembetá

A segunda publicação de Krenak, Tembetá (Azougue, 2015) é uma coleção de reflexões e trajetórias de grandes pensadores indígenas. A obra traz ensaios, depoimentos e entrevistas de Krenak.

2019: Ideias para adiar o fim do mundo

O livro Ideias para adiar o fim do mundo resume, em 88 páginas, o pensamento sobre um mundo que agoniza. "Qual é o mundo que vocês estão agora empacotando para deixar às gerações futuras?", reflete o autor na publicação.

A obra é resultado de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal entre 2017 e 2019, e conta com posfácio inédito de Eduardo Viveiros de Castro. 

2020: A vida não é útil

Resultado de reflexões provocadas na mente de Ailton Krenak pela pandemia de Covid-19, o livro A vida não é útil volta a falar das tendências destrutivas da "civilização" e de uma economia que "não pode parar."

2020: O amanhã não está à venda

O livro  O amanhã não está à venda traz reflexões e análises sobre a pandemia de Covid-19 a partir do olhar do autor. A publicação reúne três entrevistas dadas por Krenak em 2020, no momento do isolamento social. Ele faz um paralelo entre a situação do mundo com a aldeia dos Krenak e diversos outros povos indígenas que precisam resistir contra sua própria extinção. 

2021: Lugares de origem

Uma coautoria com Yussef Campos, o livro nasceu a partir de conversas para uma tese de doutorado de Campos que extrapolou o objeto da pesquisa e virou uma reflexão profunda sobre a vida e o planeta. Composto por três textos, a obra é uma forma de enfrentamento à monocultura simbólica que as culturas hegemônicas tentam impor ao ser humano e à natureza. 

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