Se você vir uma publicação nas redes sociais prometendo dinheiro com o chamado "grupo de Pix de 1 real", cuidado: esse é um esquema muito parecido com as tradicionais pirâmides – para alguns ganharem, outros muitos precisam sair no prejuízo.
O que é o grupo de Pix de 1 real?
Primeiro, é importante dizer que não existe só um "grupo de Pix de 1 real". Existem vários, mas a lógica é sempre muito parecida: uma pessoa cria um grupo em um aplicativo de conversa e convida outras pessoas para entrar com a promessa de ganhar dinheiro fácil.
Como assim?
Para se tornar membro do grupo, uma pessoa precisa fazer um Pix de R$ 1 (ou outros valores parecidos) para o moderador do canal. Esse novo membro, então, também se torna moderador e ganha o poder de adicionar outros integrantes ao grupo – e de ganhar dinheiro com isso.
Afinal, cada pessoa que quiser entrar precisa fazer um Pix para quem convidou. Essa pessoa também se torna moderadora, pode convidar outras pessoas e assim o ciclo se repete até não caber mais pessoas no grupo.
E isso não demora muito a acontecer. A maioria dos aplicativos de conversa tem número limite de participantes – o mais popular, por exemplo, permite até 256 pessoas por grupo. Quem chegou por último, portanto, sai no prejuízo – uma vez que não dá mais para convidar ninguém.
Está sentindo esse cheiro de pirâmide?
De forma geral, uma pirâmide financeira funciona como um modelo de negócio sustentado por meio da indicação desenfreada de novos membros: para uma pessoa ganhar, ela precisa convidar outras pessoas para participar.
O problema é que, em certo momento, este número se torna tão absurdo que o esquema quebra e muita gente sai no prejuízo – enquanto outros se gabam de lucros altos.
Pense nas indicações dos grupos de Pix por R$ 1 como se cada pessoa nova ocupasse um degrau: ao entrar, você está em um degrau; as pessoas que você indica entram no degrau abaixo; as pessoas que elas indicarem entram no degrau abaixo delas; e assim por diante.
Se cada pessoa indicar outras seis, por exemplo, seriam necessários 10 milhões de membros no nono degrau. À altura do nível 13, não haveria pessoas suficientes no planeta para entrar no grupo.
Ou seja, mesmo se houvesse um grupo sem limite de membros, o esquema ainda assim não se sustentaria. Como ele cresce progressivamente, é impossível continuar para sempre. Quem entrar logo no comecinho ganha dinheiro, enquanto o resto fica no prejuízo – e o pulo do gato é que não dá para saber em que momento o grupo está antes de transferir o dinheiro.
Vale dizer que o apelo das pirâmides sempre vem por meio de grandes promessas de dinheiro fácil, o que acaba atraindo muita gente interessada em melhorar sua situação financeira. Em um cenário de desemprego em alta, como o atual, as chances de mais pessoas caírem nesse tipo de esquema é ainda maior – principalmente se o preço para participar for baixo.
Entenda tudo sobre as pirâmides financeiras
Percebe a semelhança da pirâmide com o "grupo de Pix de 1 real"? Por isso, se você for convidado para algum desses canais, fuja que é cilada.
E o que fazer se você for vítima desse esquema?
No Brasil, pirâmides financeiras são consideradas crime contra a economia popular, de acordo com a Lei 1.521, de 1951. Quem cria um esquema do tipo pode ter de pagar uma multa e até ser preso.
Por isso, se você for vítima do "grupo de Pix de 1 real", denuncie o caso para a polícia. Eles poderão agir para tentar parar o esquema e impedir que mais pessoas sejam prejudicadas.
Este conteúdo faz parte da missão do Nubank de devolver às pessoas o controle sobre a sua vida financeira. Ainda não conhece o Nubank? Saiba mais sobre nossos produtos e a nossa história.