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Oscar 2025: o que acontecia no Brasil todas as vezes em que o país foi indicado à categoria de Melhor Filme Internacional?

O Brasil fez história na 97ª edição do Oscar, mas esta não é a primeira vez que o país pisa no tapete vermelho. Ao todo, foram 22 indicações, entre produções e co-produções nacionais. Na categoria Melhor Filme Internacional, foram cinco indicações.
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O Brasil fez história no Oscar 2025 ao ser indicado em três categorias – Melhor Atriz, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Filme com “Ainda estou aqui”. Mas esta não é a primeira vez que o país pisa no tapete vermelho. Somente na categoria Melhor Filme Internacional, foram cinco indicações, mas ao longo da história do prêmio, as produções e co-produções brasileiras foram indicadas 22 vezes, segundo o banco de dados da Academia

Nessa conta, não entram indicações de brasileiros que trabalharam em produções internacionais. A primeira indicação de uma pessoa brasileira ao Oscar ocorreu em 1945. O compositor Ary Barroso disputou na categoria Melhor Canção com a música “Rio de Janeiro", do filme norte-americano “Brasil”. 

Naquele ano, a moeda que circulava no país era o Cruzeiro (Cr$), que havia substituído o Réis em 1942. O Cruzeiro permaneceu como moeda oficial do Brasil até 1967, quando foi substituído pelo Cruzeiro Novo (NCr$). Os meios de pagamento mais usados na época eram o dinheiro em espécie e o cheque. As transferências de dinheiro eram feitas com ordens de pagamento, enviadas pelos Correios. 

De lá para cá, muita coisa mudou. A seguir, saiba curiosidades sobre a economia do país e o comportamento dos brasileiros nos anos em que o Brasil foi indicado ao Oscar na categoria “Melhor Filme Internacional”.

Oscar de 1963: filme “O Pagador de Promessas” rende a primeira indicação brasileira de Melhor Filme Internacional no Oscar

Quase 20 anos depois da indicação de Ary Barroso, o país volta a pisar no tapete vermelho com o filme “O Pagador de Promessas". A produção recebeu a Palma de Ouro em Cannes em 1962 e gerou expectativa no Oscar de 63, mas a produção do diretor Anselmo Duarte perdeu para o francês “Sempre aos Domingos".  

Assim como muita coisa mudou no Oscar entre 1945 e 1963, a economia do Brasil também tinha elementos novos. O ano de 1963 foi de muita instabilidade econômica: a inflação chegou próximo aos 80% e o cenário social estava tenso. A moeda ainda era o Cruzeiro (Cr$) e pouco mudou no comportamento de pagamento. O dinheiro em espécie ainda imperava.

Culturalmente, a Bossa Nova era o gênero musical que mais fazia sucesso dentro e fora do país, alavancada pela música “Garota de Ipanema", de Tom Jobim. A TV já havia chegado aos lares brasileiros e naquele ano foi exibida a primeira telenovela diária da história do país: “2-5499 Ocupado”, pela antiga TV Excelsior. 

1996: “O Quatrilho” é indicado 30 anos depois 

O filme de Fabio Barreto, com as atrizes Glória Pires e Patrícia Pillar, foi indicado à categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 30 anos depois da primeira indicação. Quem levou foi o holandês “A excêntrica família de Antônia". 

Diferentemente do que acontecia em 1963, a economia do Brasil era outra em 1996. Desde 1994, os brasileiros já usavam o Real (R$) como moeda oficial. O Plano Real foi criado para controlar a inflação que, em 1996, já estava mais baixa e girava em torno dos 10% ao ano. Os cartões de crédito começavam a se popularizar, mas o dinheiro em espécie e os cheques ainda prevaleciam.

O axé, o pop nacional, com Paralamas do Sucesso e Skank, e os icônicos grupos pop, como Spice Girls e Backstreet Boys, lideravam as paradas musicais (ainda fala parada musical?). A novela “O Rei do Gado” se tornou um hit da TV daquele ano. Em 1995, os primeiros provedores de internet comerciais surgiram e, em 1996, a internet discada ganhou espaço. Foi o ano de lançamento dos primeiros sites brasileiros, como Zaz e UOL, do e-mail e também do ICQ, um programa de bate-papo online que ficou muito popular nos anos seguintes.

Oscar de 1998: “O que é isso, companheiro?”

A atriz Fernanda Torres pode até estar vivendo um momento de glória da sua carreira agora, em 2025, mas ela já sentiu o gostinho do Oscar em 1998. É que o filme “O que é isso, companheiro?", em que atuou, foi indicado naquele ano à categoria de Melhor Filme Internacional. Mais uma vez, a produção brasileira, do diretor Bruno Barreto, perdeu para um filme holandês, “Caráter". 

O ano de 1998 foi marcado pela inflação controlada (abaixo dos 2%), dos cartões de crédito e da calça de cintura baixa. Também foi o ano em que o Brasil perdeu o título da Copa do Mundo para a França. Mas quem roubou a cena mesmo foi a vida online, que ganhava corpo. A internet ainda era discada, mas os brasileiros já usavam e-mails, chats e sites de relacionamentos. Quem não tinha computador, ia até as lan houses, que começaram a se popularizar justamente em 1998. Nessas casas, os usuários pagavam para usar a internet. 

Em 1998, os brasileiros comentavam as polêmicas da novela “Torre de Babel", enquanto choravam ao som de “My heart will go on", sucesso de Celine Dion, e assistiam Leonardo Di Caprio afundar congelado no final do filme “Titanic", o maior sucesso de bilheteria nos cinemas brasileiros até então. A música sertaneja “É o Amor”, de Zezé Di Camargo & Luciano, grudou na cabeça (até hoje) de muita gente. Em 1998, alguns ícones da música começaram a ganhar mais destaque, como Sandy & Junior, Charlie Brown Jr. e Britney Spears.  

1999: “Central do Brasil” foi a grande frustração nacional do Oscar 

Todas as vezes em que o Brasil disputou a estatueta do Oscar, seja na categoria de Melhor Filme Internacional seja em qualquer outra, não havia grandes expectativas de vitória. Isso não aconteceu no Oscar de 1999, quando “Central do Brasil", protagonizado por Fernanda Montenegro (a “Fernandona”), foi indicado. 

O drama, dirigido por Walter Salles, recebeu não apenas a indicação de “Melhor Filme Internacional", como o de “Melhor Atriz". E havia uma grande torcida para que a produção ganhasse. O filme perdeu para o italiano “A vida é bela", e Montenegro perdeu para a atriz Gwyneth Paltrow, pela atuação em “Shakespeare apaixonado". 

Os brasileiros não engoliram essa derrota e ficaram ainda mais frustrados depois que Paltrow comentou, em 2023, que usava a estatueta como peso de porta. Em uma entrevista à The New York Times, ela disse que o comentário era uma brincadeira e que a estatueta está guardada devidamente. 

Apesar de toda a frustração em 1999, o ano foi da cultura pop. O filme “Star Wars: a ameaça fantasma” dominou as bilheterias do cinema no país e no mundo. No mundo virtual, surgiu a banda larga, os primeiros blogs e também os primeiros e-commerces, como o Submarino. Era o início de uma mudança forte no comportamento de consumo das pessoas.

Embora a internet ganhasse cada vez mais espaço na vida dos brasileiros, as novelas ainda eram um dos principais entretenimento das famílias. Naquele ano, a novela “Terra Nostra” marcou pela temática de imigração italiana.  

Na economia, o ano de 1999 foi marcado por uma crise financeira e por inflação crescente: na cada dos 9% ao ano. No bolso dos brasileiros, o cartão de crédito se tornava cada vez mais prioritário e o uso dos cheques começava a cair. 

No mundo da música, para a felicidade de alguns e tristeza de outros, o hit “É o Amor” seguia perseguindo os ouvidos dos brasileiros, mas outras vozes surgiram. O pagode do grupo Só Pra Contrariar cresceu e o rock voltou às paradas com os grupos Red Hot Chili Peppers, Metallica e Linkin Park começando.

Oscar 2025: “Ainda estou aqui” marca a geração dos memes 

O Brasil de 2025 é bem diferente do país de 1999, quando uma produção nacional foi indicada à categoria de “Melhor Filme Internacional” pela última vez. Na economia, a inflação registra seus menores índices históricos, mas é considerada elevada para os padrões atuais. O e-commerce é realidade para grande parte das pessoas, o Pix é onipresente e a internet é móvel. Os chats de bate-papo só trocaram de lugar e viraram aplicativos. As redes sociais pautam conversas, tendências e o consumo. O streaming é a nova TV e os memes são uma “expressão superior de arte”.

É nesse contexto que o filme brasileiro de Walter Salles, “Ainda estou aqui”, alcançou o público. A produção é indicada a três categorias do Oscar 2025: “Melhor Filme Estrangeiro”, “Melhor Atriz” e o inédito “Melhor Filme". E expectativas foram criadas. Ao longo da campanha do filme pelo mundo, a atriz Fernanda Torres, que protagoniza a história, entregou carisma e engajou os brasileiros nas redes sociais. É dela a afirmação sobre os memes, inclusive. No perfil oficial do Oscar, por exemplo, as fotos mais curtidas e comentadas são justamente as da atriz. 

As expectativas cresceram ainda mais quando Torres ganhou o inédito Globo de Ouro 2025 na categoria "Melhor Atriz". Ao todo, a produção já levou 38 prêmios nacionais e internacionais. Para os brasileiros, a vitória do filme e, principalmente, de Torres é uma espécie de vingança pela derrota de Fernanda Montenegro em 1999. De todos os memes da campanha da obra, o “totalmente premiada” é um dos que o público espera compartilhar no dia 2 de março, quando a entrega da estatueta deve acontecer. 

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