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"Não consegue contratar mulheres? Talvez você não esteja procurando direito"

Na busca por mais diversidade, as empresas têm o papel não só de contratar mulheres, mas de falar mais sobre isso. Veja o artigo de Ana Paula Vargas Maia, Gerente de Employer Branding do Nubank

Uma mulher vestida de preto, com os braços cruzados, olhando para a câmera. No fundo, uma parede branca com o logo do Nubank em roxo

Ter mais mulheres dentro de uma empresa é bom para o negócio. Simples assim.

Times mais diversos tomam decisões melhores: é isso que descobriu um estudo da plataforma Cloverpop ao analisar mais de 600 medidas adotadas por diferentes empresas. Segundo os dados, equipes mais plurais:

  • Chegam em conclusões duas vezes mais rapidamente;
  • Tomam decisões de negócio melhores em 87% dos casos;
  • Entregam resultados 60% melhores.

Não é difícil entender o racional por trás disso. Se você tem um time composto por um perfil dominante, como ele vai entender as dores, desafios e necessidades (e, consequentemente, soluções) de um público que não conhece?

Quando uma empresa quer ter um produto para todo mundo (como a gente quer no Nubank), esse “mundo” precisa estar representado na equipe.

Dentro da área de Aquisição de Talentos do Nubank, parte do trabalho do time de Employer Branding é ajudar a atrair mais diversidade para as nossas contratações. Nesse texto, conto um pouco do que já fizemos e como as marcas podem construir ambientes com mais igualdade de gênero.

Os estereótipos de gênero no mercado – e o papel das empresas nisso

Começando com uma anedota sobre o mundo da tecnologia: na década de 1970, as mulheres representavam cerca de 70% dos alunos do curso de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo. Corta para 2019 – segundo dados do programa YouthSpark, da Microsoft, apenas um quarto das vagas de tecnologia no Brasil são ocupadas por mulheres.

O que aconteceu? As mulheres simplesmente deixaram de se interessar por tecnologia?

A tática de repetir uma mentira até ela se tornar verdade pode ser antiga, mas isso não a torna menos eficaz. E, nas últimas décadas, as mulheres ouviram repetidamente que o lugar delas não é nesse tipo de carreira.

A mulher e a tecnologia

Pela natureza do trabalho do Nubank, olhamos constantemente para a área de tecnologia. E, embora hoje se fale mais sobre a presença de mulheres em áreas como ciência de dados e engenharia de software, os índices ainda são pouco animadores: segundo a Pnad, pesquisa feita pelo IBGE, 79% das (já poucas) mulheres que iniciam cursos superiores de TI abandonam os estudos até o fim do primeiro ano.

Estereótipos perpetuamente repetidos – "engenharia é uma carreira masculina", "mulher não é boa de tecnologia", "homens têm a cabeça mais exata" –, aliados a uma cultura de opressão em espaços onde há pouca representatividade feminina contribuem com o afastamento dessas mulheres.

Para além disso, ainda existe o mito de que, ao direcionar uma vaga de trabalho para uma mulher – ou para qualquer outro grupo sub representado –, a empresa pode contratar uma pessoa menos capaz.

O erro desse argumento é muito claro: sim, pode até ser que existam menos pessoas qualificadas quando se limita o perfil de contratação, mas elas ainda existem.

Se a empresa não está encontrando é porque, talvez, não esteja procurando direito.

Uma das iniciativas do Nubank é o Yes, She Codes, evento anual para impulsionar a contratação de engenheiras de software. Esse é um dia em que convidamos mulheres para conhecerem a empresa, conectarem-se umas às outras e participarem de uma série de exercícios de programação. Quem consegue resolver os testes entra na próxima etapa do processo de contratação.

Imagem de uma mulher falando em um palco falando para várias mulheres na plateia.
Abertura do Yes, She Codes de 2019

Nas duas últimas edições do Yes, She Codes, 37 mulheres foram contratadas pelo Nubank, levando nosso índice de mulheres na engenharia de software para 16% – para comparar, o Vale do Silício registra atuais 12% na mesma carreira.

No geral, nosso quadro de funcionários é composto por 43% de mulheres, em todas as áreas da empresa e níveis de senioridade. A gente sabe que ainda está longe de chegar lá, mas isso não significa que vamos parar de tentar.

A importância de posicionamento das empresas

Por que falar sobre tudo isso?

A relevância de marcas como nós (e tantas outras) nos posicionarmos sobre isso está no poder de fazer uma defesa pública de um valor que julgamos essencial.

Foto da capa da revista Forbes com a co-fundadora do Nubank, Cristina Junqueira. Ela está com um vestido preto, olhando para a câmera, com a mão na cintura e a barrida de 40 semanas de gravidez. Na chamada está escrito "Mulheres mais poderosas do Brasil".
Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank, na revista Forbes: a primeira mulher visivelmente grávida na capa de uma revista de negócios no Brasil

Mulheres podem e devem estar na tecnologia e as empresas que representam essa categoria devem se posicionar sobre isso – e empoderar cada vez mais o público feminino e outros grupos pouco representados.

Existe uma graça e uma coragem em ser uma mulher que prospera em um ambiente tradicionalmente masculino. E é nosso papel destacar essas mulheres para mostrar que, sim, é possível quebrar as barreiras.

Mas diversidade não pode ser tratada como mercadoria

Igualdade de gênero no mercado se tornou um tema quente há alguns anos e há um claro movimento de empresas buscando se adequar e trazer mais diversidade para seus quadros de funcionários. Isso é ótimo – mas só funciona se for feito pelos motivos certos.

Um bom trabalho de inclusão acontece se ele for feito independentemente das necessidades do negócio. Não é porque está na moda, porque vai tornar a marca mais popular ou porque os concorrentes estão fazendo. Se não houver um entendimento genuíno da importância disso, esse trabalho não vai funcionar.

E o Nubank no meio disso tudo?

Três mulheres sentadas lado a lado  no escritório olhando para uma tela de computador. Uma delas aponta o dedo para frente.
No Nubank, temos um quadro de funcionário com 43% de mulheres. Ainda não é o bastante, mas a dedicação a aumentar esse número só aumenta

Um valor fundamental do Nubank é o de construir times fortes e diversos, porque esses dois adjetivos, na nossa visão, são inseparáveis. O que nós fazemos aqui está enraizado em uma crença que sempre existiu entre nossos fundadores.

Hoje, além de promover o Yes, She Codes, também apoiamos programas voltados para grupos pouco representados na tecnologia e somos um dos capítulos do Clojure Bridge, iniciativa para aumentar a diversidade dentro da comunidade de programadores dessa linguagem de código – a que usamos no Nubank.

No meio do caminho, temos times dedicados a identificar lideranças diversas que podem agregar cada vez mais a um ambiente de trabalho mais plural dentro da empresa.

Não é porque o mundo sempre foi de um jeito que ele precisa continuar sendo. Falar abertamente sobre nossos desafios e sobre os resultados que mais mulheres trazem para o trabalho faz parte do nosso legado para as próximas gerações do mercado.

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