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Empreendedorismo feminino na pandemia é o tema da quinta edição do Data Nubank

Estudo do Nubank em parceria com o BID e o SEBRAE analisa temas financeiros de relevância no cenário brasileiro e apresenta dados inéditos. Conheça o Data Nubank.
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Ano após ano, os dados mostravam uma evolução na participação de mulheres no empreendedorismo. A curva de subida, no entanto, não contava com um problema microscópico, um pequeno vírus que virou o mundo de cabeça para baixo. 

Com o avanço da Covid-19, as mulheres empreendedoras foram as mais impactadas pela crise. No segundo trimestre de 2020, o número de mulheres empreendedoras caiu 15% no Brasil, com MEIs sendo encerradas.

É o que mostra a 5ª edição do Data Nubank, um estudo que o Nubank realizou em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o SEBRAE, lançado hoje, que analisa o contexto de empresas lideradas por mulheres, antes e durante a pandemia do coronavírus.

Conheça alguns dos destaques do Data Nubank – Empreendedorismo feminino na pandemia.

Quem são as brasileiras empreendedoras?

É impossível dar conta de toda a diversidade de mulheres que empreendem, cada uma com sua história, suas dificuldades e suas conquistas. Mas, se olharmos para a média dos dados do Sebrae e do Nubank, dá para chegar em um perfil mais comum. 

Um em cada três negócios do Brasil são geridos por mulheres. Quase metade dessas empreendedoras têm entre 40 e 59 anos, e são pretas ou pardas. A maioria tem filhos, e a minoria chegou ao ensino superior. 44% delas estão na região Sudeste, e têm renda média menor do que a de empresários homens.

Serviços pessoais, como de cabeleireira e manicure, alojamento do tipo albergues e pensões, além de bares, restaurantes e comércio de rua são algumas das principais atividades exercidas por empreendedoras.

E se você pensou que essas foram algumas das áreas mais impactadas pela pandemia da Covid-19, pensou certo.

Por que as mulheres foram tão afetadas?

Há vários fatores que tentam explicar por que as empresas de mulheres sofreram mais com a pandemia. E, quando falamos em negócios liderados por mulheres, precisamos considerar o contexto das empreendedoras.

Segundo o IBGE, mesmo antes da crise da Covid, elas já dedicavam 10 horas a mais por semana do que homens para atividades domésticas e de cuidado com a família. E isso faz toda a diferença.

Com o fechamento das creches e escolas, as mulheres também foram as primeiras a sofrer com o acúmulo de jornadas de trabalho, e isso tornou quase impossível dar conta de seguir com a carreira. Por conta da dupla jornada, diminuíram as oportunidades de empregos formais, a famosa carteira assinada.

O maior número de novos negócios criados durante a pandemia foi de mulheres, especialmente as mais jovens. Se isso parece animador à primeira vista, as evidências apontam para outro problema: o que cresceu 13% foi o chamado empreendedorismo por necessidade, aquele em que a pessoa abre uma empresa buscando meios de se sustentar.

Entre as MEIs já estabelecidas, com mais de 3 anos e meio de idade, 62% dos negócios administrados por mulheres foram fechados. Ou seja: a situação piorou para elas... E muito.

A desigualdade entre gêneros também aumentou

Em 2020, as MEIs lideradas por homens tiveram uma receita média 10% maior do que os negócios chefiados por mulheres. Em 2021, essa diferença já aumentou para 23%, mostrando que a desigualdade entre gêneros cresceu. Lembra que elas gastam mais tempo cuidando da casa e da família? Isso se refletiu também em quanto elas lucraram.

Os dados do Nubank mostram que as mulheres empreendedoras conseguiram guardar muito menos dinheiro do que os homens em 2021 – 47% menos. A hipótese é de que quem fatura menos, guarda menos, e isso explica a diferença entre os gêneros.

E quem não conseguiu guardar dinheiro acabou sendo mais afetado no momento de crise. Na hora do aperto, os homens fizeram 47% mais retiradas de economias para salvar o negócio do que as mulheres.

As empreendedoras também buscaram menos empréstimos durante a pandemia, mas não porque não precisavam. A realidade é que os negócios femininos na média são mais recentes, e por isso têm menos histórico financeiro, o que diminui bastante as chances de conseguir crédito.

Dessa forma, a empresa costuma ficar sem chance de se recuperar de um tombo como o da crise da pandemia.

Como corrigir essas diferenças?

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), propôs algumas soluções que devem ser pensadas para corrigir essa enorme diferença entre gêneros no empreendedorismo – que já existia antes da pandemia, mas aumentou com ela.

Para recuperar e transformar o empreendedorismo feminino no Brasil é essencial dar crédito às Micro, Pequenas e Médias Empresas. Uma forma de viabilizar esse suporte financeiro é a criação de incentivos fiscais para empresas lideradas por mulheres ou comprometidas com as questões de gênero.

Existem muitas evidências ao redor do mundo de que a diversidade traz benefícios às empresas, inclusive do ponto de vista financeiro. Aquelas com maior diversidade de gênero em seu conselho de administração tendem a ser mais lucrativas e maiores.

O BID estima que a igualdade de remuneração e oportunidades entre gêneros poderia representar um aumento potencial de 26% do PIB global anual. Em um cenário de equidade, portanto, todo mundo ganha.

Para ler o estudo completo do Data Nubank, clique aqui.

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