Apesar de o IPCA ser o índice mais conhecido e usado de inflação, ele não é o único que existe – outros índices apontam o comportamento de preços e sua evolução em determinados períodos. Dois deles, ambos calculados pela FGV, também têm destaque e estão diretamente relacionados: o índice IGPM e IGP-DI.
O que é o Índice IGPM
O IGPM é calculado mensalmente pela FGV e se tornou o mais importante indicador de inflação do Brasil.
IGPM é a sigla para Índice Geral de Preços do Mercado, que registra a inflação – ou deflação – de preços de diversos produtos e serviços, desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
Ele é calculado a partir de outros três índices de preços, cada um com um peso diferente no cálculo do IGPM – 60%, 30% e 10%, respectivamente. São eles:
- IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado);
- IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado);
- e INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado).
O índice considera os preços entre os dias 21 de um mês e 20 do mês seguinte, e é divulgado mensalmente.
Para que serve o IGPM?
Quando foi criado, em 1991, o índice IGPM tinha como objetivo ser o indicador que guiaria as correções de títulos do Tesouro Nacional e depósitos bancários com rendimentos pós fixados. Hoje, entretanto, seu principal uso é no reajuste de contratos de aluguel de imóveis, de planos e seguros de saúde (contratos antigos) e de algumas tarifas públicas, como conta de luz.
Por considerar também todos os estágios de produção da cadeia (Atacado, Consumidor, Construção), o índice IGPM oscila com mais força e frequência do que o IPCA.
Ou seja, o índice IGPM serve para medir a variação de preços, informando se há inflação ou deflação.
Se o IGPM cresce, significa que o seu dinheiro vale menos. Ou seja, o indicador também é valioso para analisar investimentos e prever movimentos de mercado.
Existem títulos de renda fixa, por exemplo, que são atrelados à inflação e acompanhar o índice pode te ajudar a prever uma possível desvalorização.
É importante destacar que em relação aos investimentos não basta acompanhar o IGPM. Ou seja, é importante acompanhar outros índices econômicos e o cenário como um todo.
Qual é o valor do IGPM 2021?
Até junho de 2021, o índice IGPM acumulado do ano é de 15,08% e de 35,75% no acumulado dos últimos 12 meses. Vale ressaltar que o índice é atualizado mensalmente. Ou seja, há mudanças constantes.
Comparado ao ano passado, em junho de 2020 o IGPM havia subido 1,56% e acumulava alta de 7,31% em 12 meses.
Variação IGPM
Para acompanhar a variação do IGPM, acompanhe o site da FGV, que atualiza o índice mensalmente acompanhado de notas técnicas que atualizam os consumidores das alterações que inclusive podem ser feitas na metodologia aplicada ao IGPM ou de mudanças no cálculo do índice.
Especialmente para quem paga aluguel ou tem investimentos que sofrem variações quando há mudanças no índice, vale a pena acompanhar as variações do IGPM.
Aqui você pode acessar a página do site da FGV destinada a analisar os índices medidos pela instituição.
Como calcular o reajuste de contrato pelo IGPM?
A maior parte dos contratos de aluguel são corrigidos de acordo com o IGPM. E fazer o cálculo dessa correção é bem fácil.
Por exemplo, suponha que o valor do seu aluguel seja de R$ 1500, com vencimento em julho de 2021. Isso quer dizer que ele vai ser corrigido de acordo com um índice de 35,75%, como informado acima.
Para fazer essa conta, multiplique o valor de 1,35,75 (R$ 1.500 x 1,35,75).
Nesta equação, é multiplicado o índice do IGPM pelo produto da multiplicação do valor do aluguel pelo IGPM.
O resultado é R$2.036,25. Ou seja, esse será o novo valor mensal do aluguel nos próximos 12 meses reajustado pelo IGPM.
É importante ressaltar que, dado o contexto econômico desafiador imposto pela alta inflação e pandemia de Covid-19, é comum que sejam feitos acordos entre inquilinos e proprietários para o reajuste não sofrer alterações tão intensas.
Histórico IGPM 2021: tabela completa
Veja, abaixo, o histórico completo de variação do IGPM desde o início do ano de 2021.
Mês | Valor (variação % mês) | Acumulado Ano | Acumulado 12 meses |
---|---|---|---|
Janeiro 2021 | 2,58% | 2,58% | 25,71% |
Fevereiro 2021 | 2,53% | 5,17% | 28,94% |
Março 2021 | 2,94% | 8,26% | 31,105 |
Abril 2021 | 1,51% | 9,90% | 32,03% |
Maio 2021 | 4,105 | 14,40% | 37,06% |
Junho 2021 | 0,60% | 15,08% | 35,75% |
Julho 2021 | -- | -- | -- |
Agosto 2021 | -- | -- | -- |
Setembro 2021 | -- | -- | -- |
Outubro 2021 | -- | -- | -- |
Novembro 2021 | -- | -- | -- |
Dezembro 2021 | -- | -- | -- |
O que é IGP-DI
O IGP-DI é a sigla para Índice Geral de Preços – Demanda Interna. Ele foi criado em 1944 como o índice de inflação de toda a cadeia produtiva do país – por isso o acréscimo “demanda interna”.
Ele tem o mesmo objetivo que o índice IGPM e é calculado da mesma maneira, com a diferença de que os preços considerados são do dia 1 a 30 ou 31 de cada mês – ou seja: muda o período em que os preços são consultados.
Os resultados são diferentes: o IGP-DI acumulado de 2019, até outubro, é de 4,37%; nos últimos 12 meses, 2,98%.
O IGP-DI já foi considerado o principal índice de inflação do país, mas perdeu o posto para o IPCA, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Hoje, ele tem como principal função registrar as atividades comerciais e atuar como deflator – um índice de correção para retomar o valor real do produto ou serviço – e indicador macroeconômico.
São consideradas, para o seu cálculo, variações de preços de matérias-primas agrícolas e industriais no atacado e de bens e serviços finais – os mesmos que o IGPM.
Na prática, portanto, o IGPM é o que mais impacta o bolso dos brasileiros, junto do IPCA.
E o IPCA?
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice oficial da inflação no país.
Como o próprio nome sugere, ele aponta a variação dos preços de alimentos e produtos no comércio para o consumidor final – por exemplo, o quanto aumentou ou abaixou o preço do feijão, do quilo de tomate e de outros bens.
Ele é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Vitória, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Apesar de não ser calculado em todo o país, ele é de abrangência nacional – ou seja, vale para todas as regiões e cidades.
A título de curiosidade, o IPCA acumulado do ano é de 3,22%.
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