Como trocar os gastos pelos investimentos?

Para quem resistiu às tentações de fim de ano e conseguiu economizar, é possível encontrar investimentos com valores bem acessíveis a partir de R$30. Confira as dicas.
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São muitas tentações. Sempre que o mês da Black Friday chega, é comum receber aquele bombardeio de anúncios. São incentivos ao consumo, exibindo aquele smartphone mais moderno, o eletroportátil para a sua cozinha e uma infinidade de produtos que você precisa ter (ou não).

Para se ter uma ideia, em 2020, 13 milhões de novos consumidores aderiram às compras pela internet, segundo o relatório Webshoppers 43, da Ebit/Nielsen. E eles foram motivados principalmente pela quarentena provocada pela epidemia do coronavírus.

Mas você sabia que o dinheiro da gastança pode ir para opções mais rentáveis? Uma das maneiras de fazer isso é trocar as compras pelos investimentos, fazendo o seu dinheiro render para o futuro.

Se você resistiu às tentações durante a Black Friday ou pretende economizar no fim de ano, confira abaixo opções para investir o seu dinheiro.

O que leva você a gastar tanto na Black Friday?

Consumo e consumismo são coisas diferentes. Fazer aquelas compras necessárias no supermercado, ou mesmo gastar com itens de lazer ou entretenimento, é uma coisa. Comprar produtos que muitas vezes vão estragar na geladeira, ou que nunca serão usados no armário, é outra.

O comportamento consumista é perigoso para a sua saúde financeira - e pode ser motivado por uma série de fatores: desde as estratégias da mídia para impulsionar a compra de novos produtos – como a obsolescência programada – até a influência de outras pessoas e redes sociais.

Claro que se existe um produto específico que você queira comprar, o período de promoções pode ser um bom momento. Mas se você entender que não é o caso, uma boa alternativa pode ser começar a investir. 

Preciso de muito dinheiro para começar a investir?

Não. Dá para começar a investir com um valor muito menor que o preço de um smartphone. Hoje, o mundo dos investimentos está cada vez mais acessível e democrático. 

Já é possível aplicar em títulos do tesouro direto com pouco mais de R$ 30. Ou em ações e fundos de investimento com cerca de R$ 100, bem como em CDBs por esse mesmo valor. Também existem BDRs com aplicação inicial em torno de R$ 50.

Muitas vezes, o dinheiro que iria para uma compra por impulso na Black Friday ou parte do 13º salário podem ser oportunidades para investir.

Onde investir o dinheiro economizado?

Apesar do impulso de fazer umas comprinhas na Black Friday, investir o seu dinheiro pode ser uma opção bem mais satisfatória, caso você tenha o dinheiro disponível para isso. 

Importante: o primeiro passo antes de começar a investir é entender o seu perfil de investidor. As corretoras de valores aplicam um teste e sempre indicam se um investimento é adequado ou não para seu perfil.

Além disso, uma das recomendações é começar pela reserva de emergência, aquele dinheiro que você tem disponível para a sua segurança. É ele que te salva na hora dos imprevistos, como um carro quebrado, celular pifado, gastos com saúde, entre outros problemas inesperados.

O dinheiro da reserva de emergência pode ficar em aplicações consideradas mais seguras e com alta liquidez, ou seja, que você pode sacar a qualquer momento. 

Como investir na Bolsa com pouco dinheiro?

Veja a seguir algumas opções para começar.

Renda fixa

Títulos do tesouro direto são extremamente democráticos, com investimentos a partir de R$ 30. São a opção mais segura do mercado, com baixo risco e diversos prazos. Portanto, são ótimos exemplos de aplicações para quem está iniciando no mundo dos investimentos.

Outra alternativa são os CDBs. Essa é a sigla para Certificado de Depósito Bancário. Esse tipo de aplicação tem taxas de remuneração mais altas que o tesouro direto e um pouco mais de risco.

Existem CDBs com a chamada liquidez diária, ou seja, o dinheiro pode ser resgatado em até um dia útil. Outros só permitem que o resgate seja feito na data de vencimento.

Outra vantagem é que os CDBs têm proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Esse é um fundo que garante aos clientes a devolução de valores depositados caso a instituição financeira tenha algum problema, quase como um “seguro”. O FGC cobre depósitos de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

Títulos do tesouro direto, como o Tesouro Selic, e CDBs com liquidez diária também são ótimas opções para a reserva de emergência.

Fundos de investimento

Fundos são uma modalidade de investimento coletivo. Isso significa que eles reúnem recursos financeiros de diversos investidores para um investimento em conjunto. Ou seja, várias pessoas investem em um fundo que é composto por diversos ativos e é gerido por um especialista.

E esse profissional toma conta de todo o patrimônio. Esse patrimônio pode estar na forma de ações, imóveis, títulos públicos, derivativos, entre outros. Na prática, o fundo funciona como um condomínio.

Nessa analogia, cada condômino é o dono de uma cota (um apartamento). Além disso, eles pagam alguém (síndico ou administrador) para administrar e coordenar as diversas tarefas do condomínio (jardineiro, limpeza, porteiro, entre outros).

Existem fundos com valores mínimos de aplicação a partir de R$ 1 (um real), que atuam nos mais diversos mercados com diferentes fatores de risco. Também existem fundos de várias modalidades, como ações, multimercado e de renda fixa. É um tipo de produto que, pelo leque de possibilidades, sempre vale a pena dar uma olhada.

Ações, ETFs e fundos imobiliários

Já pensou em experimentar algum investimento na Bolsa de Valores? Se você já construiu a sua reserva de emergência, por exemplo, pode dar um passo além em busca de mais rentabilidade. Você pode aplicar por exemplo em ações, fundos de índice ETF ou mesmo fundos imobiliários.

Todos esses investimentos são negociados na Bolsa de Valores. E apesar de renderem mais, eles são considerados de alto risco. Além disso, essa categoria não tem retorno previsível, pois o preço dos investimentos e o rendimento podem mudar em questões de horas.

Por isso, o melhor caminho é entender bem o seu perfil de investidor e os seus objetivos, e jamais comprometer sua reserva de emergência com esse tipo de aplicação.

Investir em ações: o que você precisa saber para começar

BDRs

BDR é a sigla para Brazilian Depositary Receipt, um certificado de depósito emitido e negociado no Brasil que representa ações de empresas listadas em Bolsas de outros países – como na NASDAQ e na NYSE, dos Estados Unidos.

Em outras palavras, é uma forma mais simples de os brasileiros investirem em companhias negociadas em Bolsas internacionais, sem a necessidade de abrir conta em corretora estrangeira nem de enfrentar a complexidade de investimentos internacionais.

Não tenha pressa e comece aos poucos

Comece aos poucos, estude o mercado e os produtos financeiros e entenda como esse mundo funciona antes de tomar qualquer decisão.

Além disso, use a diversificação. Tente distribuir o seu dinheiro entre diversos tipos de investimentos, como ações e renda fixa. Entre as ações, também pode ser interessante diversificar entre diferentes empresas.

Não tenha pressa: pouco a pouco você se sentirá mais à vontade para dar mais passos. O importante é entender que investir é um hábito que deve ser cultivado no cotidiano, e não tem uma receita mágica. 

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