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IGPM: por que ele pressiona e eleva os contratos de aluguel?

O índice aumentou quase 18% nos últimos 12 meses - e isso pode se refletir nos contratos de aluguel. Veja o que é possível fazer.

no fundo branco, colagem de uma casa em preto e branco. Na frente, uma mulher carregando uma caixa roxa.

Ao falar de inflação, um dos termos mais conhecidos é o IPCA, que mede a variação dos preços de alimentos e produtos no comércio. Mas existem outros índices que afetam muito o dia a dia. O IGP-M é um deles - e o seu aumento vem causando preocupação.

Sigla para Índice Geral de Preços-Mercado, o IGP-M mede a inflação de uma série de produtos e serviços em todos os estágios de produção e é usado no reajuste de contratos de aluguel de imóveis e de algumas tarifas públicas, como conta de luz.

Ou seja: quando o IGP-M indicador está em alta, a tendência é que os contratos de aluguel subam - exatamente o que está acontecendo agora.

Em setembro de 2020, o IGP-M aumentou 4,34%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 17,94%.

Em termos práticos: se você tem um contrato de aluguel prestes a fazer aniversário, ele pode sofrer um reajuste de quase 18% de uma vez só. Se esse aluguel for de R$2 mil, por exemplo, poderá chegar a R$2.235,88.

Por que o IGP-M subiu tanto?

Em setembro de 2019, o IGP-M acumulava uma alta de 3,37% em 12 meses - ou seja, o salto de um ano para cá foi drástico. Acontece que esse índice é formado por três componentes e todos eles registraram aceleração em 2020.

Os índices do IGP-M

São três os indicadores que compõem o IGP-M, cada um com um peso diferente no cálculo - 60%, 30% e 10%, respectivamente. São eles:

  • IPA-M (Índice de Preços por Atacado-Mercado): preços de produtos industriais e agrícolas no setor de atacado;
  • IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor-Mercado): preços de bens e serviços que compõem as despesas comuns de famílias;
  • INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção-Mercado): valor dos custos de construções de imóveis.

O IPA-M, que representa o maior “pedaço” do IGP-M, subiu 5,92% em setembro, puxado pela alta de grandes commodities - a soja, por exemplo, subiu 14,32% e o arroz em casca, 38,93%, um reflexo da alta do dólar e do aumento de demanda interna durante a pandemia.

Entenda por que o arroz e outros alimentos básicos subiram tanto

Do lado do IPC-M, o principal aumento foi no subgrupo de recreação, que subiu 4,77%, com a volta à procura de passagens aéreas, segundo a FGV. No INCC, o destaque foi para o encarecimento de materiais e equipamentos.

Ou seja: o IGP-M vem subindo devido a vários fatores, mas o principal peso vem das consequências do novo coronavírus.

A pandemia fez os preços das commodities dispararem nos mercados globais, com mais demanda de outros países. A alta do dólar, em paralelo, torna a exportação mais vantajosa para os produtores brasileiros, diminuindo a oferta dentro do Brasil e aumentando os preços.

OK, e como fica o aluguel?

Como padrão, os contratos de aluguel são reajustados de acordo com o IGP-M. No entanto, essa alta do índice acontece em meio a uma crise de emprego e retração na economia brasileira - são mais de 13 milhões de desempregados no país, segundo o IBGE.

Levando isso em consideração, existe contexto para negociação. O IGP-M está muito acima do IPCA (que registrou 2,44% nos últimos 12 meses), o que mostra que a alta do “índice do aluguel” tem mais a ver com fatores externos do que internos.

O melhor caminho para quem está com o contrato do imóvel prestes a fazer aniversário é entrar em contato com o proprietário ou imobiliária para fazer uma proposta de reajuste mais suave - ao se munir de informações, fica mais fácil ter argumentos consistentes.

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